Publicado em 29 de março de 2022 por Tribuna da Internet
Luana Patriolino
Correio Braziliense
Aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), o pastor Silas Malafaia se manifestou contra o agora ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. Por meio das redes sociais, o religioso fez a crítica após a denúncia de que bíblias doadas em evento do MEC tinham fotos de pastores e do próprio Ribeiro.
“Vergonha total! Ministro da Educação em foto com a esposa em Bíblia de pastor lobista do MEC. Tem que ser demitido para nunca mais voltar!”, escreveu em seu perfil no Twitter.
MANDOU FAZER – Nesta segunda-feira (28/3), Milton Ribeiro afirmou que autorizou a produção de bíblias com a sua imagem para distribuição gratuita em um evento de cunho religioso, mas negou que tenha permitido que fossem distribuídas em outros eventos.
A polêmica veio à tona uma semana após o escândalo dos pastores do MEC ser noticiado. Em áudios divulgados pela imprensa, Ribeiro afirmou priorizar pastores aliados na liberação de recursos do Fundo Nacional da Educação (FNDE).
Na gravação, Ribeiro ainda cita que o favorecimento era um pedido expresso do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar.”
CASO DE SOBERBA – O pastor e deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) também criticou Milton Ribeiro. “É de um amadorismo sem tamanho um ministro de Estado permitir sua foto nas páginas de uma Bíblia, e pior, saber q será distribuída em evento político! Isso confirma o que a própria Bíblia diz: A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda. Prov.16:18”, disse via Twitter.
Mais cedo, Feliciano tinha se manifestado sobre o caso, pedindo que o ex-ministro se afastasse do cargo. Ao contrário de Malafaia, o parlamentar chegou a dizer que o Ribeiro poderia voltar quando fosse inocentado.
CARTA DE DEMISSÃO – O ex-chefe da pasta da Educação entregou sua carta de demissão ao presidente Bolsonaro (PL), em reunião no Palácio do Planalto na tarde de segunda-feira e foi imediatamente exonerado do cargo.
Depois, distribuiu uma carta de esclarecimentos à nação, que logo em seguida foi modificada por ele, em que pede investigações da Polícia Federal envolvendo pedidos de propinas feitos pelos pastores lobistas do MEC.
Segundo fontes, essa carta de afastamento foi redigida ao longo do fim de semana por um aliado de Bolsonaro, com ajuda de pastores evangélicos.