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quarta-feira, janeiro 05, 2022

TSE compra armas de verdade, altamente mortíferas, para enfrentar eleitores desarmados

Publicado em 5 de janeiro de 2022 por Tribuna da Internet

Arquivos STF - Página 5 de 7 - Blog do Ari Cunha

Charge do Alpino (Yahoo Notícias)

Alexandre Garcia
Gazeta do Povo

Estávamos embalados nas mensagens da semana de Natal, quando surgiram informações bélicas em dois ou três sites de notícias que atingiram a paz tão augurada: o Tribunal Superior Eleitoral, que tem por tarefa preparar eleições, parecia estar se preparando para guerra. Havia comprado armas e munições.

No princípio, só me havia chamado a atenção um erro de todos os que escreveram a notícia: que o TSE havia comprado 39 mil projéteis. Fiz ironia, no meu canal do Youtube: ora, se só tivesse comprado os projéteis, como iria arremessá-los? Com atiradeiras, estilingues, bodoques, fundas de Davi? Ou, se fossem grandes, por catapultas? Certamente – corrigi – eles não sabem o que são projéteis e com certeza o tribunal comprou cartuchos.

ERA VERDADE… – Fui procurar no site do TSE. As compras já eram anteriores ao Natal. Com a cautela de pouco a pouco por mês. Em agosto, o TSE comprou 30 pistolas calibre 9mm por R$ 66.707,86. Em setembro, 10 armas de “incapacitação neuromuscular” com seis cartuchos cada, por R$ 58.887,70.

Em outubro, depois de comprar 25 “bastões antitumulto”, por R$ 1.850,00, fez o pregão de 36 mil cartuchos calibre 9mm Luger”, com pólvora química sem fumaça, por R$ 174.960,00 e, no mesmo dia, 3 mil cartuchos do mesmo calibre, tipo “+P+ expo 115 gr”, isto é, segundo o fabricante, uma munição cujos projéteis “possuem geometria especial: ponta oca e configuração hexagonal em seu interior, o que garante alto desempenho e a perfeita equação entre a expansão e penetração ideal, sem transfixação do alvo”.

“PONTA OCA” – Todos já ouvimos falar dos projéteis de ponta oca, conhecidos também como os mortíferos hollow point, que se abrem para causar maior impacto e maior estrago, maior dano colateral no corpo do alvo. Também já ouvimos falar em Luger, de triste memória na II Guerra, nas execuções sumárias de reféns italianos ou judeus em campos de concentração.

Sem dúvida que a Justiça Eleitoral tem direito à proteção, mas para isso há a Polícia Militar. Além de o Judiciário ser um “poder desarmado”. E a Constituição prevê, no art. 142, que qualquer dos três poderes tem a iniciativa de convocar as forças armadas para garantia da lei e da ordem.

Além disso, o art. 144 da Constituição estabelece que a segurança pública é exercida pela polícia federal, as polícias rodoviária e ferroviária federais, as polícias civis, as polícias militares e os corpos de bombeiros militares e as guardas municipais. Não há menção de outra força policial ao abrigo da Constituição.

ARMAS MORTÍFERAS – Imagino que o TSE esteja vendo inimigos muito além dos hackers. Porque para esses invasores de muralhas digitais, as armas de defesa são digitais, isto é, ser mais inteligentes que esses invasores, para proteger o bem mais precioso, de que a Justiça Eleitoral é guardiã por obrigação: o voto de cada um.

E contra hackers, não fazem efeito algumas armas convencionais, como cassetetes, armas de incapacitação, pistolas 9mm, munição sem fumaça ou ogivas que se abrem para destruir corpos não digitais, de carne e osso, de eleitores e contribuintes que ajudaram, com seus impostos, a comprar o intimidador armamento.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Fiquei surpreso e estarrecido ao receber este artigo, enviado por Mário Assis Causanilhas, ex-secretário estadual de Administração, muito ligado a Leonel Brizola e Nilo Batista, quando ainda havia políticos de verdade no Rio de Janeiro e no Brasil. Ao responder, escrevi que “esses ministros do TSE não merecem o menor respeito”. Por isso, é bom nominá-los. Estava me referindo a Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes, responsáveis por essa indevida compra de armamentos de alto potencial de letalidade pelo TSE. Antigamente, quando havia juízes de verdade no Brasil, as armas da Justiça eram as leis e os costumes. Mas parece que hoje em dia o Brasil está de cabeça para baixo, ou ponta-cabeça, como dizem os paulistas. (C.N.)

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