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sexta-feira, janeiro 07, 2022

Anvisa aprova a vacina brasileira, enquanto Bolsonaro pede que crianças não sejam imunizadas

Publicado em 7 de janeiro de 2022 por Tribuna da Internet

 (crédito:  Alan Santos/PR)

Bolsonara apela aos pais para que não vacinem seus filhos

Gabriela Bernardes e Cristiane Noberto
Correio Braziliense

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta sexta-feira (7/1), a inclusão na fabricação da vacina contra a covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) fabricado pela própria Fiocruz. Na prática, a decisão conclui o processo para que o Brasil tenha uma vacina 100% nacional, com todas as etapas de produção realizadas no país.

Com a decisão, as vacinas disponibilizadas no Brasil pela Fiocruz serão produzidas com todas as etapas realizadas no Brasil com o IFA nacional. Para essa aprovação, a Anvisa avaliou os estudos de comparabilidade.

MESMA EFICÁCIA – As pesquisas demonstram que, ao ser fabricado no país, o insumo mantém o mesmo desempenho que o da vacina contra a covid-19 importada.

Em maio de 2021, a agência já havia feito a Certificação de Boas Práticas de Fabricação do novo insumo, o que garante que a linha de produção cumpre com todos os requisitos necessários para a garantia da qualidade do IFA. Desde, então a Fiocruz vinha realizando a produção de lotes testes para obter a autorização de uso do IFA nacional no imunizante contra o novo coronavírus.

A vacina da Fiocruz está autorizada no Brasil desde 17 de janeiro de 2021 e recebeu o registro definitivo em 12 de março de 2021.

BOLSONARO INSISTE – Em meio a uma terceira onda de covid-19 no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que desconhece o número de óbitos de crianças pela doença e criticou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por liberar a vacinação do público pediátrico. O chefe do Executivo voltou a dizer, também, que sua filha mais nova, de 11 anos, não será vacinada.

Bolsonaro aproveitou para recomendar aos pais que questionem os verdadeiros interesses dos “tarados por vacinas”. As declarações foram concedidas em entrevista à TV Nova Nordeste nesta quinta-feira (6/1).

“Desconheço (o número de crianças mortas por covid-19), mas com toda certeza existe algum moleque que morreu em função de covid, mas que tinha algum problema de saúde grave ou tinha outra comorbidade”, afirmou o presidente. Dados do Ministério da Saúde de dezembro, mostram, no entanto, que 2.625 crianças e adolescentes entre zero e 19 anos morreram desde o primeiro caso da doença no Brasil, em março de 2020.

EFEITOS COLATERIAIS – Ainda sem apresentar provas ou evidências, o presidente também afirmou que há efeitos colaterais nas doses do imunizante da Pfizer. “Você vai vacinar seu filho contra algo que no jovem, por si só, a possibilidade de morrer é quase zero? O que está por trás disso? Qual é o interesse da Anvisa por trás disso? Qual é o interesse das pessoas taradas por vacina? É pela sua vida? Pela sua saúde? Se fosse, estariam preocupados com outras doenças e não estão. Não se deixe levar por propaganda”, questionou.

O chefe do Executivo ainda criticou o órgão regulador e os movimentos pela vacinação. “A Anvisa, lamentavelmente, aprovou a vacina para crianças entre 5 e 11 anos de idade. Eu quero dar a minha opinião e a minha filha de 11 anos não será vacinada. Eu pergunto: você tem conhecimento de uma criança que tenha morrido de covid? Na minha frente tem 10 pessoas e ninguém levantou o braço. É um direito seu vacinar, está autorizada, mas você, pai e mãe, veja possíveis efeitos colaterais”, disse, acrescentando:

“Uma das questões que nós colocamos, que você, pai, tem que saber, a grande empresa Pfizer não se responsabiliza por efeitos colaterais. Vê se é o caso de o seu filho se vacinar ou não, nós compramos a vacina e é voluntária, mas veja os possíveis efeitos colaterais”.

Vacinada, talvez não estivesse morta, diz pai sobre filha de 7 anos

Dr. Rodrigo perdeu a filhinha de 7 anos

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Bolsonaro tem a força de presidente da República. Milhões de brasileiros não querem tomar vacina porque acreditam que o chefe do governo jamais defenderia uma tese que poderia prejudicá-los e ameaçar suas vidas. Nesta quinta-feira, enquanto Bolsonaro atacava a vacinação infantil, os jornais publicavam a entrevista do médico Rodolfo Silva, de Ribeirão Preto, que perdeu a filhinha de 7 anos e vai vacinar os outros dois filhos. “Foram quase quatro meses sem ver os meus filhos, por causa do isolamento, na época da pior fase da pandemia. E depois passar por tudo isso. A minha filha não tinha nenhum probleminha de saúde, nunca teve nenhuma doença, nunca foi hospitalizada, não teve cirurgia e não tomava nenhuma medicação”, afirmou o médico, que estava na linha de frente na luta contra o coronavírus desde o início da pandemia. A atitude negacionista de Bolsonaro é inexplicável, inaceitável e injustificável(C.N.)

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