A mentira (“fake news”) jamais se transformou ou conseguirá se transformar em verdade
Pedro do Coutto
A cínica frase de Goebbels de que a mentira repetida mil vezes se transformará em verdade é absolutamente falsa e qualifica muito bem do que era capaz o chefe da propaganda de Hitler em matéria de violar os direitos humanos e também a consciência dos fatos.
É o caso das fake news que operavam até ontem na rede do Facebook e que foram banidas exatamente com base nesse raciocínio que faço e também com base no dinamismo da política e da própria vida humana.
EXPURGO MERITÓRIO – O banimento não decorreu de uma suspensão ideológica, isso porque as contas do PT no WhatsApp foram igualmente desmobilizadas e banidas por não representarem conteúdo verdadeiro.
Posso afirmar também que jamais o adjetivo poderá suplantar o substantivo. Ou seja, a mensagem não depende do meio de sua divulgação ou dispensar o conteúdo concreto das matérias.
Reportagens publicadas em O Globo, Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo comprovam firmemente minha opinião sob o ângulo jornalístico, moral e ético. Comparando-se a terrível frase de Goebbels e o pensamento do presidente Lincoln, chegamos à conclusão cristalina que a verdade absoluta se encontra consolidada na História pelo presidente dos EUA.
FRASE DE LINCOLN – Disse ele em 1862: é possível enganar a poucos por todo o tempo, é possível enganar a muitos por pouco tempo; mas é impossível iludir a todos por todo o tempo.
Em O Globo a reportagem é de Leonardo Cazes, João Paulo Saconi e Juliana Del Piva. Na Folha, a matéria é de Paula Soprana, Renato Onofre e Patrícia Campos Melo. No Estadão, Paulo assinam Bruno Romani, Camila Tordelli e Júlia Lindner. As matérias se referem ao caso do face book. No caso do WhatsApp envolvendo o PT o texto é de Fernanda Alves.
Voltando ao tema que confronta de um lado a mentira, de outro a verdade, os fatos através da História sempre apontaram a vitória da verdade sobre a mentira e também, por consequência, na minha opinião, o domínio do substantivo sobre a forma sinuosa de tentar disfarçar a verdade, porque isso não resulta na criação de uma realidade. Pelo contrário, sempre termina se voltando contra o falsificador. Aconteceu exatamente isso na segunda Guerra mundial.
CARTA BRANDI – E no Brasil vale citar o exemplo da Carta Brandi, falsificada na campanha eleitoral de 1955 e que apontava o personagem título como autor de uma remessa de armas para o vice-presidente João Goulart que terminou eleito na chapa de JK.
Carlos Lacerda deu grande divulgação à sombria notícia. E o episódio terminou com a derrota dos falsários e da própria UDN de Lacerda.