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quarta-feira, maio 15, 2019

Se o país está falido como diz Guedes, por que não se pode discutir a dívida pública?


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Guedes mantém os números sob sigilo e tenta aterrorizar o Congresso
Carlos Newton  
O culpado pela gravíssima crise do país não é o presidente Jair Bolsonaro. Muito antes de ser eleito, ele avisou a todos que o responsável pela gestão seria o economista Paulo Guedes, apelidando-o de seu “Posto Ipiranga”. A maioria dos eleitores aceitou essas condições, ao eleger o candidato do nanico PSL. E agora, com apenas quatro meses e meio de governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, comparece ao Congresso Nacional e anuncia que o país entrou em situação de pré-falência.
“Estamos à beira de um abismo fiscal. Vamos nos endividar para pagar Bolsa Família, BPC, Plano Safra e as aposentadorias do regime geral, INSS. Estamos nos endividando para pagar despesas correntes. Não deveria ser normal”, disse na Comissão Mista do Orçamento.
ENDIVIDAMENTO – Essa declaração apocalíptica foi feita para justificar o pedido de dotação extraordinária no valor de R$ 248 bilhões, para que o governo não cometa pedalada fiscal tipo Dilma Rousseff. Nesse crédito suplementar, conforme Guedes, R$ 200 bilhões são para Previdência, R$ 30 bilhões do BPC (benefício mensal ao idoso carente e à pessoa com deficiência), R$ 6 bilhões da Bolsa Família e quase R$ 10 bilhões do Plano Safra.
Guedes é um farsante, que faz contorcionismo verbal e maquia a realidade. Deveria ter dito a verdade. O governo precisa rolar a dívida pública, que tem prioridade de pagamento devido à fraude do então deputado Nelson Jobim, que introduziu essa obrigatoriedade no texto constitucional sem ter sido aprovada na Comissão de Economia. A dívida pública hoje leva a maior parte do arrecadação, não sobra dinheiro para nada. Esta é a realidade.
Mas Guedes atribui tudo ao rombo da Previdência, como se o INSS não tivesse qualquer receita. Por isso, mantém os números sob sigilo, revela-os da maneira que bem entende, sempre querendo iludir, ao invés de discutir.
FUNDOS DE PENSÃO – Além de omitir a importância da dívida pública no caos econômico, o mais impressionante foi ouvir Guedes dizer o seguinte: “Houve um desvio terrível. As estatais quebraram. Não foram só os Correios. Quebraram também o Postalis (fundo de pensão dos Correios). Cem mil carteiros estão sem receber suas aposentadorias”, afirmou ele, que mencionou ainda a Petrobrás e seu fundo de pensão, o Petros, e também o Portus, fundo de pensão dos funcionários do Porto de Santos. “É um problema atrás do outro. A conta está chegando. São bilhões chegando”, afirmou apocalipticamente.
Além de omitir o lucro médio de 10% das principais estatais em 2018, que não “quebraram”, estrategicamente o ministro esqueceu de dizer ter sido corresponsável pela crise dos fundos de pensão, por ter aplicado recursos de Postalis, Petros, Previ e Funcex em ativos financeiros criados pelo próprio Guedes, segundo investigações em curso no Tribunal de Contas da União e no Ministério Público do Rio de Janeiro, e o ministro jamais atendeu às convocações para prestar depoimento.
É TUDO MENTIRA – O governo não está pré-falido (“à beira de um abismo fiscal”). Está sendo é mal gerido. A dívida pública corrói a nação, que não tem mais dinheiro para pagar as mordomias e altas remunerações da nomenklatura dos Três Poderes. No entanto, ao invés de procurar um Pacto Nacional, para reduzir  despesas desnecessárias, gratificações, penduricalhos, medalhões de lagosta e vinhos premiados, o rumo do governo é dar aumento salarial aos militares.
Na verdade, é preciso dar um freio de arrumação. Mas ninguém pode acreditar num mitômano como Guedes, que esconde os números da Previdência e conta uma mentira atrás da outra.
Os brasileiros só podem acreditar nele quando derrubar o sigilo, convocar auditorias para a Previdência e a Dívida Pública, e comparecer voluntariamente ao Ministério Público para depor sobre suas transações com os fundos de pensão. É o mínimo que se espera dele.
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P.S.
 – Os brasileiros não devem desanimar. Somos o quinto maior país do mundo em território e número de habitantes, a oitava maior economia, com as mais extensas áreas agricultáveis e o maior volume de água doce em nascentes e aquíferos, com abundantes riquezas minerais a serem exploradas e grande potencial de crescimento. Os governos passam e ministros como Paulo Guedes acabam no lixo da História, mas o Brasil há de seguir adiante. (C.N.)

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