Assembleia na maior e mais antiga universidade federal do Brasil, a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), marca a mobilização contra os cortes de verbas pelo governo Bolsonaro para a Educação, marcada para o dia 15 de maio por todos os estudantes e professores; a UFRJ informou ter tido 41% de seus recursos para a manutenção da instituição bloqueados
247 - Uma Assembleia estudantil realizada nesta quinta-feira 9 na maior e mais antiga universidade federal do Brasil, a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), marca a mobilização contra os cortes de verbas pelo governo de Jair Bolsonaro para a Educação, marcada para o dia 15 de maio por todos os estudantes e professores do País.
O governo anunciou que haverá redução de 30% no repasse de verbas para universidades, num anúncio que causou polêmica, quando o ministro da Educação, Abraham Weintraub, justificou o corte porque há "balbúrdia", segundo ele, em algumas instituições.
Nesta quarta-feira, os docentes da UFRJ votaram pela paralização no dia 15, a partir das 14h, com atos na Praça XV e caminhada da Candelária à Central.
Estudantes e professores da UFF (Universidade Federal Fluminense) já foram às ruas nesta quarta em protesto contra os cortes na área.
Em nota divulgada no último dia 3, a instituição informou ter identificado que o governo federal bloqueou 41% das verbas destinadas à manutenção da instituição. Leia abaixo a íntegra:
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) identificou na quinta-feira (2/5) que o Governo Federal bloqueou 41% das verbas destinadas à manutenção da instituição. A obstrução orçamentária, de R$ 114 milhões para manutenção e outras rubricas, impactará no funcionamento da UFRJ, atingindo diretamente despesas ordinárias de custeio, como consumo de água, energia elétrica, contratos de prestação de serviços de limpeza e segurança. Já o bloqueio de recursos para investimentos impede o desenvolvimento de obras e compra de equipamentos utilizados em instalações como laboratórios e hospitais.
A Reitoria alerta que a não reversão da medida trará graves consequências para o desempenho das atividades da UFRJ, comprometendo a rotina de atividades acadêmicas antes do segundo semestre. Há cinco anos, a Universidade vem sofrendo cortes e contingenciamentos sem reposição. Em valores corrigidos, a diferença entre o orçamento de 2014 e o de 2019 é superior a R$200 milhões.
Os valores aqui citados são referentes ao orçamento definido pela Lei Orçamentária Anual e créditos suplementares. Devido aos cortes, a UFRJ opera em déficit de aproximadamente R$ 170 milhões.
Nos últimos anos, a Reitoria implementou um amplo programa para redução de despesas, visando à melhor gestão dos recursos frente aos cortes de orçamento. Foram reduzidas em mais de 30%, nos últimos dois anos, as despesas com serviços de segurança, limpeza, combustíveis e manutenção de veículos, entre outras. Para aumentar a arrecadação própria, a Universidade revisou contratos de aluguéis e permissionários instalados nos campi, entre mais ações para enfrentar o cenário de déficit.
Em relação aos cortes anunciados nesta semana, a UFRJ buscará interlocução com o Governo Federal e o Congresso Nacional, com objetivo de impedir a interrupção ou comprometimento de atividades de ensino, pesquisa e extensão universitária na graduação, pós-graduação, Colégio de Aplicação, educação infantil e unidades de atendimento hospitalar.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro
Prestes a completar 100 anos em 2020, a UFRJ é a maior universidade federal do país. Presença registrada nas cinco melhores posições nos mais diversos rankings acadêmicos na América Latina, a instituição conta com 266 cursos/habilitações de graduação, 130 cursos de mestrados acadêmico e profissional e 94 cursos de doutorado. Segundo o Ranking Universitário Folha 2018, a Universidade é a mais inovadora do país, o que também se deve à sua pluralidade: seu corpo social é composto por 67 mil estudantes, mais de 4 mil docentes e 9 mil servidores técnico-administrativos.
A UFRJ tem estrutura similar à de um município de médio porte, compatível com o seu grau de relevância estratégica para o desenvolvimento do país. Quarta instituição que mais produz ciência no Brasil, possui dois campi em outras cidades do Rio de Janeiro: um em Macaé, no interior do estado, e um em Duque de Caxias. Com projetos de ponta nas áreas científica e cultural, a antiga Universidade do Brasil tem sob seu escopo nove hospitais universitários, 13 museus, 1.200 laboratórios, 45 bibliotecas e um Parque Tecnológico de 350 mil metros quadrados com empresas de protagonismo nacional e internacional.
Reitoria da UFRJ
3/5/2019