Tasso Franco
Por enquanto, os candidatos de oposição ao governador Jaques Wagner (PT), ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) e ex-governador Paulo Souto (DEM), têm situado que a atual gestão estadual não vem correspondendo à expectativa do povo baiano e àquilo que o então candidato eleito se propôs em mudar a Bahia, em especial, com a força do presidente Lula em “casadinha” bem explorada na campanha 2006. A visão da oposição é de que isso não vem ocorrendo a contento, daí que é preciso mudar de novo para melhorar. Ora, essa é a questão central da campanha, o cerne, pois, na ótica do governador ele não só está cumprindo bem o seu papel, como tem recebido o apoio do presidente Lula e promovido às modificações estruturantes na forma de governar a Bahia, não só no plano administrativo, como nas relações interpessoais. Nesta semana, anuncia-se a presença do presidente Lula no estado, certamente com a ministra Dilma, para inaugurar o Gasene e impulsionar a construção da Ferrovia Leste-Oeste, a menina dos olhos do governo estadual. Posta assim de forma tão simples essa dualidade, caberá ao eleitor decidir nas próximas eleições se os nomes de Souto e Vieira Lima são aqueles que estariam capacitados para produzir essa nova mudança, fazer com que a Bahia melhore ainda mais, ou se o projeto Wagner/Lula está de bom tamanho, é bem aceito pela população e deve continuar. Em política, no frigir dos ovos, essa é a equação final: mudar ou ficar. Não existe meio termo ou dois governos. Hoje, pelo que se vê no plano nacional, com o crescimento de Dilma Rousseff nas pesquisas de intenções de votos que surpreendeu até o experiente Montenegro, do Ibope, o sentimento é de manter a política do presidente Lula, muito bem avaliada administrativamente em ano onde a economia deslancha bem melhor do que 2009. Além do que, Lula é um político que sabe trabalhar a emoção do povo brasileiro como poucos. E a massa é guiada, conduzida pela emoção, e isso vale muito mais do que apresentações de propostas. Ora, fala-se muito na composição das chapas majoritárias para o governo da Bahia, o que é natural e importante, as alianças sempre reforçam essa posição. Mas, no caso do governador, a prática sinaliza que, independente dessas coalizões, Souto e Vieira Lima, se competitivos se apresentam, têm que convencer o eleitorado de que são ideias para essa nova mudança. O que, convenhamos, ainda não se apresentaram com essa atitude. É muito difícil achar na Bahia quem considere o governo Lula ruim/péssimo. Dá menos de 6%. Nesse aspecto, Souto leva desvantagem, pois, os outros dois nomes disputam o mesmo espaço da competência Lula. Política não se ganha de véspera nem números aparecem nas pesquisas de uma hora para outra. Serra entra em campo no próximo dia 10 e é a partir desta data que teremos uma avaliação mais precisa da força do DEM/PSDB, também na Bahia. Agora, que ninguém duvide de um segundo turno entre Wagner e Vieira Lima na lógica do mudar continuando. Ou entre Wagner e Souto, entre o continuar e o mudar. As frases, pois, têm diferenças substanciais.
Fonte: Tribuna da Bahia