Fernanda chagas
Após conseguir dobrar as resistências dos próprios aliados, o governador Jaques Wagner anunciou ontem que até sexta-feira deverá sentar para conversar com o presidente estadual do PR, senador César Borges, para que ele defina se marchará na coligação petista ou seguirá outro rumo nas próximas eleições. Integrantes do PT e partidos aliados colocavam-se contrários à aliança com o republicano. “Eu devo estar telefonando para o senador César Borges para marcar uma conversa hoje (ontem) ou amanhã (hoje). Até o fim da semana a gente tem que bater o martelo”, disparou. Quando retornou da viagem de seis dias pelo Oriente Médio, acompanhando o presidente Lula, Wagner disse ter recebido do presidente estadual do PT, Jonas Paulo, e do seu coordenador de campanha, o prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, o aval para selar o acordo. “Eles me asseguraram que o clima de paz foi instalado entre os contrários ao processo”, destacou o governador, admitindo que “pode ser que exista um ou outro contrário, mas a maioria já se convenceu de que estamos buscando o melhor caminho para o nosso projeto”. Wagner lembrou também que “para se crescer na política é preciso abrir as portas do projeto político para construção de alianças”. No entanto, é importante ressaltar que os integrantes da esquerda do PT já haviam até mesmo lançado o nome do ex-governador Waldir Pires, como forma de barrar o nome do presidente estadual do PR. Sobre a composição final da chapa, Wagner apontou para uma decisão também até o fim desta semana. A deputada federal Lídice da Mata e o conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios, Otto Alencar, são os outros nomes que aguardam a indicação dos postos a serem preenchidos. Reiteradas vezes, no entanto, o governador ratificou que, além da dele, a única vaga confirmada em sua chapa era a do PP, com Otto Alencar. O detalhe é que, caso seja confirmado o senador republicano, Otto pode ser alçado à condição de vice e Lídice ao Senado, fazendo dobradinha com Borges e dando opção de voto para os esquerdistas. O presidente do PR, senador César Borges, por sua vez, em entrevista à Tribuna da Bahia, havia declarado que a definição em torno do assunto não tinha data para ser anunciada, mas ele próprio estimava que até 31 de março o impasse fosse solucionado. “Preciso conversar com a direção nacional e os deputados federais e estaduais. Não estou sozinho”, lembrou o dirigente do PR. PT baixa a guarda - Jonas Paulo já havia afirmado que quem escala o time é o governador Jaques Wagner e que a arrumação na coligação da candidatura à Presidência da ministra Dilma Rousseff (PT) iria interferir no arremate final da chapa majoritária estadual. “É o cachorro que abana o rabo, não o rabo que abana o cachorro”, afirmou nos últimos dias. A única condição, conforme ele, é que a coligação governista “deve ter dois nomes da esquerda e dois de centro, mas nenhum partido deve ter mais de uma candidatura na majoritária”. Por fim, o petista afirmou que os partidos do bloco de esquerda da base de Wagner trabalham com as metas de vencer as eleições para governador no primeiro turno, ganhar as duas vagas para o Senado e obter a maioria das 63 cadeiras da Assembleia Legislativa e das 39 vagas baianas na Câmara Federal. Fonte: Tribuna da Bahia
Ontem à noite, de acordo com a assessoria de comunicação do governador, ele não havia ainda procurado o presidente republicano.Senador conversa com o partido
Segundo o parlamentar alvo de tanta cobiça, a disputa pelo seu nome é fruto de um diálogo natural com todas as correntes, “pelo esforço de trazer benefícios para os baianos”.