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quarta-feira, dezembro 03, 2008

Silvia Zarif suspeita de sabotagem no TJ

Por : Lílian de Souza, da sucursal Brasília
Deputados criticam caso do tapete
A presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, desembargadora Silvia Zarif, em entrevista A TARDE, levantou na terça-feira, 2, suspeitas de sabotagem interna ao trabalho do TJ, ao afirmar que houve “manipulação” e “desvirtuamento proposital” do objeto da licitação para adquirir tapetes estilo persa pelo órgão, com o objetivo de expor o Tribunal. “Foi uma coisa orquestrada. Acho que isso é um crime, que vai ser apurado”, enfatizou a desembargadora.
Depois de reunião ontem com o superintendente do Ipraj, Pedro Vieira, e procuradores, a desembargadora resolveu abrir uma sindicância para apurar o caso. No dia 24 de novembro, o Tribunal de Justiça foi proibido pelo ministro Gilson Dipp, corregedor nacional de Justiça, de comprar quatro tapetes persas que custam R$ 48.650 em uma loja especializada em Salvador, pelos quais o TJ se dispunha a pagar no máximo R$ 21.843,72. Dipp argumentou que o objeto da licitação 015/2008 não era essencial ao órgão e que o dinheiro deveria ser investido em uma melhor prestação dos serviços judiciários. A assessoria de comunicação do Conselho Nacional de Justiça, em Brasília, informou que o ministro Gilson Dipp não iria falar sobre o caso. Mas na sessão do CNJ de ontem, o ministro colocou em pauta a sua decisão, que foi aprovada por unanimidade pelo plenário. Manobra – "Com que objetivo se iria mudar um edital e divulgar para a imprensa, inclusive denunciando ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça)?”, indagou a presidente do TJ-BA. “O problema é o seguinte: nós estamos tomando muitas medidas no Ipraj e eu suspeito que está havendo um movimento contra isso. Nós estamos trocando alguns cargos, estamos mexendo em folha para tirar muitos privilégios, então pode ser que seja isso”. Entre as exigências da licitação, que, para a desembargadora Silvia Zarif, teria sido desvirtuada no setor que cuida da área, estavam a procedência da mercadoria em pura lã, que deveria ser originaria do Irã, Índia ou norte da Turquia.
O TJ-BA encaminhou na terça ao CNJ informações sobre o processo da compra de tapetes, dentro do prazo de 15 dias que foi colocado pelo ministro. “Suspendi de imediato a licitação depois da decisão do ministro, detectei todos esses equívocos e estamos prestando as informações. Encaminhamos ao CNJ documentos mostrando que não houve o pedido do Tribunal de compra de tapete persa”, frisou Zarif.
“Eu acho, sim, que é um tipo de sabotagem ao trabalho que temos feito. Está incomodando o corte de mordomias, de tíquetes-refeição, redução de gasolina, entendeu? Redução de adicionais de função, são muitas medidas que eu não costumo propagar para justamente não desgastar mais ainda o Poder Judiciário, mas a verdade é que chega num ponto desse que a gente tem que dizer a verdade”, desabafou Zarif, que disponibilizou para fotocópias todo o processo da requisição que foi feita em relação aos tapetes. Manipulação – “E esse tipo de coisa que ocorre aqui internamente, essas falsas denúncias que procuram fazer é porque eles não têm o que falar de corrupção, porque aqui não tem mais. Não podem falar que não estamos trabalhando, então pegam uma bobagem dessa de um tapete, que foi proposital, uma licitação manipulada no Ipraj por um determinado setor – e nós vamos apurar quem foi –, para querer expor a administração do Tribunal.
Mas, como já dizia Machado de Assis, os cães ladram e a caravana passa, e eu vou seguir o meu caminho e vou terminar a administração do Tribunal de Justiça deixando a Justiça funcionando em melhores condições do que encontramos”, complementou. Zarif se disse “estupefata com a mesquinhez e a leviandade”. A desembargadora ressaltou que no objeto da requisição feita pelo cerimonial da Casa se falou apenas em estilo persa, mas não em origem persa; na licitação mudaram tudo, tamanho, padronagem. “Não queríamos de couro, queríamos o modelo persa padrão que encontramos em qualquer casa comercial, com a padronagem estampada e de lã”.
Fonte: A Tarde

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