Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

quarta-feira, novembro 03, 2010

Leia Notícias do seu time


Para o povo ou com o povo?

Carlos Chagas

Do primeiro pronunciamento de Dilma Rousseff depois de eleita fica uma dúvida: ela enfatizou o sentido republicano e o compromisso democrático de sua eleição, mas ressaltou estar disposta a governar para todos.

Atenção na declaração: para todos, não com todos. Há uma diferença sutil que tanto os aliados quanto as oposições começavam ontem mesmo a analisar. Não que o PSDB, o DEM e penduricalhos esperassem alguma participação no novo governo, sequer através de propostas e sugestões. Sabem estar naturalmente excluídos do poder nos próximos quatro anos, como nos últimos oito.

O problema aparece para o PMDB e demais partidos que se empenharam pela vitória da candidata. E até para alguns companheiros. A preposição não admite discussões. Muita gente vai ficar de fora, como a partícula comprova. Ainda que todos os cidadãos possam vir a ser beneficiados pelos planos e programas da nova administração, conforme as boas intenções da presidente eleita, apenas alguns participarão da obra de governo.

Passa-se de imediato da teoria à prática. O PMDB não tem certeza de manter os seis ministérios que ocupa no governo Lula. Muito menos as centenas de diretorias de empresas estatais ou da administração direta. A tolerância do presidente Lula para com seus aliados poderá não se constituir na característica da sucessora, inclusive porque falou duro quanto se referiu à meritocracia para o exercício das funções públicas, pautando as nomeações.

Michel Temer que se cuide, apesar de duas vezes citado no discurso inicial de Dilma. Já tendo sido gentilmente escanteado na campanha, nada indica que poderá entrar no gabinete presidencial com uma lista de peemedebistas propostos para ministérios e adjacências. Assim também o monte de papagaios de pirata flagrados atrás da nova presidente em suas primeiras horas de aparição vitoriosa.

Uma dedução pode ser tirada para os tempos que se aproximam: em muito difere do Lula a primeira mulher a exercer a chefia do Executivo. O país verá aposentadas as tiradas de humor duvidoso e de comparações futebolísticas em troca de raciocínios e de iniciativas diretas e ásperas. A complacência cederá lugar à cobrança.

MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO

Não se passaram quinze minutos após a confirmação, pelos primeiros números, de que Dilma Rousseff já estava eleita: uma singular metamorfose atacou apresentadores, âncoras, comentaristas e repórteres televisivos empenhados na narração das apurações. Fora as exceções de sempre, durante semanas, até meses, seguindo exigências e orientação dos responsáveis pelas redes, esses profissionais esmeraram-se em tratar a candidata com arrogância. Até levá-la ao ridículo tentaram. Caracterizada a vitória, virou objeto de devoções profundas. Tornou-se uma estadista.

Essas mudanças de comportamento fazem parte da natureza humana, mas, convenhamos, a mudança aconteceu rápido demais. Algumas horas depois, o mesmo fenômeno pode ser constatado pela leitura dos jornalões de ontem. A nova presidente não era mais a parceira de Erenice Guerra. Tornou-se a esperança nacional.

AS HIENAS DE SEMPRE

Deve preparar-se José Serra para o período das amargas. Começam a botar as unhas de fora aqueles que antes aderiram à sua candidatura por falta de opções, inveja ou sentimentos piores. Apontam, só agora, erros, falhas e vícios do período de campanha, quando davam a impressão de devotados e fiéis acólitos do candidato. Chegam a dizer que Serra deveria ter ficado em São Paulo, quanto tinha a reeleição certa de governador. Levantam críticas diante da aceitação de um silvícola para vice-presidente na chapa tucana, quando nem uma palavra levantaram diante da estranha indicação do deputado Índio da Costa. Sustentam que melhor teria sido a realização de prévias junto às bases do PSDB, que Serra rejeitou, e até supõem que se o candidato tivesse sido Aécio Neves, as eleições poderiam ter tido outro resultado. Trata-se de um abjeto acerto de contas, digno das hienas.

ABSTENÇÕES

No total, 29 milhões de eleitores abstiveram-se de comparecer às urnas, domingo. Um número proporcionalmente jamais verificado antes. Efeitos do feriadão, em grande parte, como mostraram as imagens da praia do Guarujá, mas não apenas isso. No Norte e no Nordeste, faltaram condições para o deslocamento de muita gente até as seções eleitorais, como no país inteiro proliferaram os desiludidos, aqueles para quem nem Dilma nem Serra mereceriam seu esforço cívico. Há uma contradição entre os que defendem o fim do voto obrigatório e o crescimento das abstenções, mas, no fim, quem terá sido mais prejudicado por elas? Sem dúvida alguma, José Serra.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Leia o artigo “Degradação do Judiciário”, de Dalmo Dallari, sobre o Supremo, FHC e Gilmar Mendes

Helio Fernandes

Enviado por nossos leitores e colaboradores Marco e Henrique Oliveira, eis o artigo do jurista Dalmo Dallari sobre o Supremo Tribunal Federal, FHC e o ministro Gilmar Mendes. Foi publicado pela Folha de S. Paulo, em 8 de maio de 2002. E vale a pena ver de novo:

Nenhum Estado moderno pode ser considerado democrático e civilizado se não tiver um Poder Judiciário independente e imparcial, que tome por parâmetro máximo a Constituição e que tenha condições efetivas para impedir arbitrariedades e corrupção, assegurando, desse modo, os direitos consagrados nos dispositivos constitucionais.

Sem o respeito aos direitos e aos órgãos e instituições encarregados de protegê-los, o que resta é a lei do mais forte, do mais atrevido, do mais astucioso, do mais oportunista, do mais demagogo, do mais distanciado da ética.

Essas considerações, que apenas reproduzem e sintetizam o que tem sido afirmado e reafirmado por todos os teóricos do Estado democrático de Direito, são necessárias e oportunas em face da notícia de que o presidente da República, com afoiteza e imprudência muito estranhas, encaminhou ao Senado uma indicação para membro do Supremo Tribunal Federal, que pode ser considerada verdadeira declaração de guerra do Poder Executivo federal ao Poder Judiciário, ao Ministério Público, à Ordem dos Advogados do Brasil e a toda a comunidade jurídica.

Se essa indicação vier a ser aprovada pelo Senado, não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional. Por isso é necessário chamar a atenção para alguns fatos graves, a fim de que o povo e a imprensa fiquem vigilantes e exijam das autoridades o cumprimento rigoroso e honesto de suas atribuições constitucionais, com a firmeza e transparência indispensáveis num sistema democrático.

Segundo vem sendo divulgado por vários órgãos da imprensa, estaria sendo montada uma grande operação para anular o Supremo Tribunal Federal, tornando-o completamente submisso ao atual chefe do Executivo, mesmo depois do término de seu mandato. Um sinal dessa investida seria a indicação, agora concretizada, do atual advogado-geral da União, Gilmar Mendes, alto funcionário subordinado ao presidente da República, para a próxima vaga na Suprema Corte. Além da estranha afoiteza do presidente -pois a indicação foi noticiada antes que se formalizasse a abertura da vaga-, o nome indicado está longe de preencher os requisitos necessários para que alguém seja membro da mais alta corte do país.

É oportuno lembrar que o STF dá a última palavra sobre a constitucionalidade das leis e dos atos das autoridades públicas e terá papel fundamental na promoção da responsabilidade do presidente da República pela prática de ilegalidades e corrupção.

É importante assinalar que aquele alto funcionário do Executivo especializou-se em “inventar” soluções jurídicas no interesse do governo. Ele foi assessor muito próximo do ex-presidente Collor, que nunca se notabilizou pelo respeito ao direito. Já no governo Fernando Henrique, o mesmo dr. Gilmar Mendes, que pertence ao Ministério Público da União, aparece assessorando o ministro da Justiça Nelson Jobim, na tentativa de anular a demarcação de áreas indígenas. Alegando inconstitucionalidade, duas vezes negada pelo STF, “inventaram” uma tese jurídica, que serviu de base para um decreto do presidente Fernando Henrique revogando o decreto em que se baseavam as demarcações. Mais recentemente, o advogado-geral da União, derrotado no Judiciário em outro caso, recomendou aos órgãos da administração que não cumprissem decisões judiciais.

Medidas desse tipo, propostas e adotadas por sugestão do advogado-geral da União, muitas vezes eram claramente inconstitucionais e deram fundamento para a concessão de liminares e decisões de juízes e tribunais, contra atos de autoridades federais.

Indignado com essas derrotas judiciais, o dr. Gilmar Mendes fez inúmeros pronunciamentos pela imprensa, agredindo grosseiramente juízes e tribunais, o que culminou com sua afirmação textual de que o sistema judiciário brasileiro é um “manicômio judiciário”.

Obviamente isso ofendeu gravemente a todos os juízes brasileiros ciosos de sua dignidade, o que ficou claramente expresso em artigo publicado no “Informe”, veículo de divulgação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (edição 107, dezembro de 2001). Num texto sereno e objetivo, significativamente intitulado “Manicômio Judiciário” e assinado pelo presidente daquele tribunal, observa-se que “não são decisões injustas que causam a irritação, a iracúndia, a irritabilidade do advogado-geral da União, mas as decisões contrárias às medidas do Poder Executivo”.

E não faltaram injúrias aos advogados, pois, na opinião do dr. Gilmar Mendes, toda liminar concedida contra ato do governo federal é produto de conluio corrupto entre advogados e juízes, sócios na “indústria de liminares”.

A par desse desrespeito pelas instituições jurídicas, existe mais um problema ético. Revelou a revista “Época” (22/4/ 02, pág. 40) que a chefia da Advocacia Geral da União, isso é, o dr. Gilmar Mendes, pagou R$ 32.400 ao Instituto Brasiliense de Direito Público -do qual o mesmo dr. Gilmar Mendes é um dos proprietários- para que seus subordinados lá fizessem cursos. Isso é contrário à ética e à probidade administrativa, estando muito longe de se enquadrar na “reputação ilibada”, exigida pelo artigo 101 da Constituição, para que alguém integre o Supremo.

A comunidade jurídica sabe quem é o indicado e não pode assistir calada e submissa à consumação dessa escolha notoriamente inadequada, contribuindo, com sua omissão, para que a arguição pública do candidato pelo Senado, prevista no artigo 52 da Constituição, seja apenas uma simulação ou “ação entre amigos”. É assim que se degradam as instituições e se corrompem os fundamentos da ordem constitucional democrática

Dalmo de Abreu Dallari

Helio Fernandes/Tribuna da Imprensa

Se Lula e Dilma não são iguais, as equipes também não podem ser

Pedro do Coutto

Não existem dois seres humanos iguais no mundo. Claro, sem dúvida. Da mesma forma não podem ser idênticas as equipes de um governo e de outro. Lula governou com um ministério, Dilma governará com outro. Não quer dizer que alguns titulares não serão mantidos, ou remanejados para postos diferentes. É natural. O mesmo raciocínio se aplica ao BNDES, Banco Central, Banco do Brasil, Caixa Econômica e empresas estatais. Se as pessoas não são diferentes, seus estilos também, os horizontes não são os mesmos. Se esta lógica vale para o imediato, quanto mais para percurso ao longo do mandato da sucessora de Luís Inácio da Silva.

Começou a fase de transição. Surgem notícias, como a que O Globo destacou ontem, acentuando que Lula concorda com Antonio Palocci na Saúde, mas não na Casa Civil ou na área econômica. Se concorda com sua nomeação na área da Saude, é sinal que José Temporão não deverá ser mantido. Há sintomas de que Guido Mantega pode permanecer na Fazenda, mas Henrique Meirelles no Banco Central não. Por que isso? Simplesmente porque Rousseff condenou a atual política de juros que endivida a população. E se o responsável por ela é, mais do que Mantega, Meirelles. Mas Dilma conseguirá mudar a direção do Bacen? Terá que partir para um diálogo com os grandes banqueiros.

Basta dizer que a dívida mobiliária interna do país, como publicou no DO o Secretário do Tesouro, Hugo Arno Augustin, atingiu 2,3 trilhões de reais, praticamente o valor do PIB. Aplicada a taxa Selic em cima do montante, os juros rendem aos bancos, sem risco, em torno de 240 bilhões por ano. Trinta por cento a mais do que toda a folha de pagamento do funcionalismo civil e militar. O funcionalismo custa 169 bilhões. Está no DO de 30 de setembro. O montante dos juros representa 90% da folha do INSS para pagar 25 milhões de aposentados e pensionistas. Os tecnocratas não gostam destas comparações verdadeiras.

Todos esses números e vários outros estratégicos fazem parte do universo político e tornam impossível qualquer análise política sem a ela incorporar os fatores da economia e a força dos interesses que a envolvem. Conheci – e conheço – alguns comentaristas que fracassaram ao separar um plano de outro. A análise política tem de ser feita sobre a realidade e não sobre aquilo que se supõe ser o universo estudado.

Suficiente dizer que não existe sinônimo para a palavra política. Ela é algo múltiplo, um impulso, uma atmosfera, entre seus limites, momentos e rupturas. Uma síntese de desigualdades, uma conciliação entre os contrários.

Nunca no mundo houve dois governantes iguais. O governo de Dilma não poderá ser igual ao de Lula. Não quero dizer com isso que ela vá romper ou não com seu antecessor e eleitor maior. Desejo assinalar apenas que as diferenças são naturais. Mais que isso: são inevitáveis. Existem sintonias e não sintonias, simpatias e antipatias, convergências e divergências entre os seres. Muitas coisas vão mudar no país.

E se de um lado Dilma deve sua vitória a Lula, com o êxito nas urnas que marcou Lula no campo da aprovação pela sociedade, ela não pesou contra. O presidente que se prepara para deixar o palco central teria que apoiar alguém. Se ela, Dilma, tornou-se a escolhida, foi porque o presidente da República a considerou capacitada e a de melhor personalidade para refleti-lo em votos. Assim é a política. Só a política? Não. Assim é a vida humana. Todos nós vivemos entre a expectativa e uma esperança. Será sempre assim.

Fonte: Tribuna da Imprensa

PMDB diz que assumirá papel de oposição

Lílian Machado

O processo eleitoral chegou ao fim e, neste novo contexto, líderes peemedebistas no Estado afirmam que a recomposição com o PT do governador Jaques Wagner está longe de acontecer. Ao menos por enquanto, os partidos (PT e PMDB) que juntos irão comandar o país não pretendem se dar às mãos na Bahia. Pelo menos, é o que deixa claro o presidente estadual do PMDB e deputado federal eleito, Lúcio Vieira Lima.

A sigla, que tem como vice-presidente eleito - o líder nacional, Michel Temer -, segundo ele, pretende ser a principal protagonista do grupo de oposição à gestão petista no Estado.

O rompimento ocorrido em 2009 e os caminhos opostos nas eleições estaduais deste ano, com embate direto entre o governador reeleito e o deputado federal Geddel Vieira Lima, deixaram marcas que resistiram até mesmo à aliança para o segundo turno da eleição de Dilma Rousseff (PT).

Segundo Lúcio, a grande tendência do partido é a de protagonizar a atitude de oposicionista. “Foi onde as urnas nos coloraram”, frisou ao ser questionado sobre a possibilidade de retorno da aliança. Com a queda do Democratas, que reduziu sua bancada no parlamento estadual baiano, conforme o dirigente, cabe agora ao PMDB aproveitar o contexto e comandar a liderança da oposição na Bahia.

Recentemente em entrevista à Tribuna da Bahia, o ex-ministro do governo Lula, Geddel Vieira Lima, deixou claro a condição de adversário político do governo do PT na Bahia.

De acordo com ele, que ficou em terceiro lugar na briga pelo Palácio de Ondina, essa é a hora de os vitoriosos falarem. “O momento para quem, como eu, perdeu a eleição é de assuntar o quadro político, mas posso adiantar que meu partido perdeu a disputa nas urnas por buscar um projeto novo e é na oposição que deve ficar”.

O líder peemedebista reiterou ainda que é preciso ficar claro que ele não é inimigo de Wagner, mas sim adversário político. “Se algum dia precisarmos conversar sobre os interesses da Bahia, conversaremos”, admitiu. Ao comentar uma resposta do governador sobre a “traição” do PMDB, ele disparou: “Quem se sente traído é o PMDB, por ele (Wagner), inclusive.

Toda traição começou pelo PT, partido do governador, ainda quando era aliado do prefeito João Henrique, que abandonou o barco aos 45 minutos do segundo tempo para lançar candidato. Ao contrário de nós, que fizemos as coisas às claras”, rebateu, enfatizando que a posição do PMDB é a de opositor. “Wagner precisa tirar a pele de cordeiro para passar sinceridade. Isso já não convence mais”, bombardeou.

Fonte: Tribuna da Bahia

Temer e Dutra fecham acordo para rodízio nas presidências da Câmara e do Senado

Marcello Casal Jr. | Agência Brasil
José Eduardo Dutra e Michel Temer se cumprimentam após o acordo
Agência Brasil

Em um jantar, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, e o vice-presidente eleito, Michel Temer, os dois dirigentes dos partidos que integram a base da presidente eleita, Dilma Rousseff, fecharam acordo para estabelecer um “rodízio” entre o PT e o PMDB na presidência da Câmara e do Senado, durante o próximo governo.

Com o acordo, as duas legendas que elegeram as maiores bancadas de deputados e senadores se alternarão na presidência das duas casas legislativas. “Fechamos este acordo para que possamos ter um governo tranquilo”, disse Michel Temer, atual presidente da Câmara, após o jantar que ocorreu na residência oficial da Câmara, em Brasília.

Ele negou a existência de queixas entre integrantes do PMDB em relação à participação na campanha e na equipe de transição. "Se existem queixas, elas são isoladas, não são queixas generalizadas no PMDB". Outro acordo de rodízio já foi fechado entre o PT e o PMDB no passado, durante o segundo mandato do presidente Lula.

Os dois presidentes não definiram qual dos dois partidos ficará na presidência das duas casas no primeiro biênio. De acordo com Dutra, esta decisão será tomada posteriormente, após conversas internas. “Vou conversar com os integrantes do PT e Temer vai fazer a mesma coisa no PMDB. Tenho certeza que vamos fechar este acordo em total harmonia”, disse Dutra.

Temer e Dutra também conversaram sobre o início dos trabalhos da equipe de transição, previsto para a próxima segunda-feira (6), às 11h, em reunião a ser realizada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília. De acordo com Dutra, após instalada a equipe de transição, que será coordenada por Temer, Dutra, pelo ex-ministro Antonio Palocci e pelo secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo, os dirigentes tratarão de conversar individualmente com cada partido da coligação que elegeu Dilma.

O objetivo das conversas, de acordo com Dutra, é levantar as expectativas de cada legenda de participação no governo e ter, até o fim da próxima semana, um quadro para ser apresentado à presidente eleita. "Nós não vamos definir ministérios. Isto é uma tarefa da presidente eleita. Vamos realizar as conversas para que, quando ela voltar da viagem que fará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, possamos apresentar um quadro com a expectativa de cada partido”, disse Dutra.

O presidente do PT evitou falar de prazos para as definições sobre o novo ministério. “Quem vai definir o tempo é a presidente. Ela vai definir o tempo, a forma e a composição”, afirmou.

Fonte: A Tarde

Confira o perfil dos eleitos no primeiro e segundo turnos nos estados e Distrito Federal

terça-feira, novembro 02, 2010

Declarações de Berlusconi sobre gays geram grande repercussão na Itália

DA ANSA, EM ROMA

As declarações do premiê italiano Silvio Berlusconi, que nesta terça-feira afirmou que é "melhor ser apaixonado por belas mulheres do que [ser] gay", geraram críticas entre entidades de defesa dos direitos dos homossexuais e a oposição ao governo.

"Esta frase é expressão de uma cultura machista, atrasada e ofensiva não só para as pessoas homossexuais, mas também para as mulheres", declarou o titular da associação Arcigay, Paolo Patanè, classificando a brincadeira como "gratuita" e "vulgar".


Julien Warnand/Efe
Premiê italiano, Silvio Berlusconi, nega ter mantido relações com jovem marroquina de 17 anos
Premiê italiano, Silvio Berlusconi, nega ter mantido relações com jovem marroquina de 17 anos

"Uma frase que provém de uma atitude de desprezo à dignidade das pessoas e que confirma o clima constrangedor e grotesco no qual o presidente do Conselho [de Ministros] está precipitando o país", completou.

O presidente da entidade Equality Italia e histórico defensor da comunidade gay, Aurelio Mancuso, afirmou que a frase "inqualificável" fez com que o premiê "superasse o limite", acusando-o de não ser "verdadeiramente digno de dirigir a Itália".

"Que Berlusconi peça imediatamente desculpas aos milhões de cidadãos homossexuais italianos, de direita e de esquerda, e se envergonhe de uma homofobia que em qualquer outro país europeu seria imediatamente condenada por qualquer ator político democrático", disse.

A brincadeira foi feita pelo premiê ao final de uma fala sobre seu envolvimento com a marroquina Ruby, menor de idade que disse ter ido a festas em sua casa e a favor de quem ele teria interferido -- a fim de tirá-la da cadeia quando foi presa por furto. O caso vem sendo investigado pela Justiça e gerou uma intensa repercussão no país e no mundo.

"Desde sempre conduzo uma atividade ininterrupta de trabalho. Se às vezes me acontece de olhar o rosto de alguma garota bonita [...] melhor ser apaixonado por belas mulheres do que [ser] gay", declarou ele na ocasião.

A oposição também condenou a frase. "Não só palavras homofóbicas, mas também uma desprezível tentativa de desviar a atenção do enésimo escândalo que, infelizmente, desta vez, tem envolvida uma menor de idade", assinalou a parlamentar do Partido Democrata (PD, maior força de oposição ao governo) Donatella Ferranti.

O líder do Itália dos Valores (IDV) Antonio di Pietro foi ainda mais incisivo, ao dizer que o lugar de Berlusconi não é no palácio de governo, mas em uma "taverna na periferia", e que ele "vive na era das discriminações raciais, sexuais, étnicas e religiosas".

A ministra para a Igualdade de Oportunidades, Mara Carfagna, defendeu o premiê garantindo que a frase "foi uma piada, o fechamento de um discurso sério, de um teor bem diferente", e que ele "não queria, absolutamente, nem nunca quis, ofender as mulheres ou os homossexuais".

O porta-voz do partido governista Povo da Liberdade (PDL) Daniele Capezzone rebateu que o primeiro-ministro é "um homem profunda, intimamente respeitoso de qualquer pessoa, e portanto de qualquer identidade, orientação e preferência afetiva e sexual".

"Estou convencido de que não se possa julgar o premiê por uma só palavra, em dias nos quais é submetido a pressões e ataques de qualquer tipo. Sei por certo que pensamentos e sentimentos desrespeitosos, ofensivos ou, pior ainda, discriminatórios estão muito longe dele", apontou.

+ Notícias sobre o premiê da itália

Um em cada cinco cidades do Piauí teve prefeito cassado

DA AGÊNCIA BRASIL

O Piauí --Estado com a pior taxa de analfabetismo funcional e a terceira menor renda per capita do país-- teve prefeitos cassados em quase 20% de suas 223 cidades depois das últimas eleições municipais.

Segundo o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Estado, a maioria das 42 cassações foi por conta de abuso de poder político e compra de votos.

O último caso, a cassação do prefeito de Teresina, capital do estado, foi publicado ontem (1º) no Diário da Justiça Eleitoral. Oito dos 42 municípios tiveram novas eleições e em quatro o TRE determinou a posse do segundo colocado, tendo em vista que o prefeito cassado não obteve mais de 50% dos votos válidos.

Os municípios de Cristalândia e Dom Expedito Lopes terão novas eleições no próximo domingo (7). Em Oeiras, o pleito será realizado no dia 14 de novembro. No restante, os eleitos em 2008 continuam no cargo por força de liminar, aguardando decisão final do TRE ou do Tribunal Superior Eleitoral.

O cientista político Vitor Sandes, professor da Universidade Federal do Piauí, disse que o grande número de cassações é um fato recente no estado e se deve à fiscalização mais efetiva do Judiciário sobre práticas ilícitas, mas corriqueiras. "Os prefeitos mantêm práticas que podemos chamar de não republicanas e acabam sendo pegos de calças curtas porque houve aumento da fiscalização. Essa é uma tendência que gera práticas mais cuidadosas", afirmou.

Fonte: Folha.com

Desafios para a Presidenta Dilma Rousseff

Leonardo Boff *

Adital -
Celebramos alegremente a vitória de Dilma Rousseff. E não deixamos de folgar também pela derrota de José Serra que não mereceu ganhar esta eleição dado o nivel indecente de sua campanha, embora os excessos tenham ocorrido nos dois lados. Os bispos conservadores que, à revelia da CNBB, se colocaram fora do jogo democrático e que manipularam a questão da descriminalização do aborto, mobilizando até o Papa em Roma, bem como os pastores evangélicos raivosamente partidizados, sairam desmoralizados.

Post festum, cabe uma reflexão distanciada do que poderá ser o governo de Dilma Rousseff. Esposamos a tese daqueles analistas que viram no governo Lula uma transição de paradigma: de um Estado privatizante, inspirado nos dogmas neoliberais para um Estado republicano que colocou o social em seu centro para atender as demandas da população mais destituida. Toda transição possui um lado de continuidade e outro de ruptura. A continuidade foi a manutenção do projeto macroeconômico para fornecer a base para a estabilidade política e exorcizar os fantasmas do sistema. E a ruptura foi a inauguração de substantivas políticas sociais destinadas à integração de milhões de brasileiros pobres, bem representadas pela Bolsa Familia entre outras. Não se pode negar que, em parte, esta transição ocorreu pois, efetivamente, Lula incluiu socialmente uma França inteira dentro de uma situação de decência. Mas desde o começo, analistas apontavam a inadequação entre projeto econômico e o projeto social. Enquanto aquele recebe do Estado alguns bilhões de reais por ano, em forma de juros, este, o social, tem que se contentar com bem menos.

Não obtante esta disparidade, o fosso entre ricos e pobres diminuiu o que granjeou para Lula extraordinária aceitação.

Agora se coloca a questão: a Presidenta aprofundará a transição, deslocando o acento em favor do social onde estão as maiorias ou manterá a equação que preserva o econômico, de viés monetarista, com as contradições denunciadas pelos movimentos sociais e pelo melhor da inteligentzia brasileira?

Estimo que, Dilma deu sinais de que vai se vergar para o lado do social-popular. Mas alguns problemas novos como aquecimento global devem ser impreterivelmente enfrentados. Vejo que a novel Presidenta compreendeu a relevância da agenda ambiental, introduzida pela candidata Marina Silva. O PAC (Projeto de Aceleração do Crescimento) deve incorporar a nova consciência de que não seria responsável continuar as obras desconsiderando estes novos dados. E ainda no horizonte se anuncia nova crise econômica, pois os EUA resolveram exportar sua crise, desvalorizando o dólar e nos prejudicando sensivelmente.
Dilma Rousseff marcará seu governo com identidade própria se realizar mais fortemente a agenda que elegeu Lula: a ética e as reformas estruturais. A ética somente será resgatada se houver total transparência nas práticas políticas e não se repita a mercantilização das relações partidárias("mensalão").

As reformas estruturais é a dívida que o governo Lula nos deixou. Não teve condições, por falta de base parlamentar segura, de fazer nenhuma das reformas prometidas: a política, a fiscal e a agrária. Se quiser resgatar o perfil originário do PT, Dilma deverá implementar uma reforma política. Será dificil, devido os interesses corporativos dos partidos, em grande parte, vazios de ideologia e famintos de benefícios. A reforma fiscal deve estabelecer uma equidade mínima entre os contribuintes, pois até agora poupava os ricos e onerava pesadamente os assalariados. A reforma agrária não é satisfeita apenas com assentamentos. Deve ser integral e popular levando democracia para o campo e aliviando a favelização das cidades.

Estimo que o mais importante é o salto de consciência que a Presidenta deve dar, caso tomar a sério as consequências funestas e até letais da situação mudada da Terra em crise sócio-ecológica. O Brasil será chave na adaptação e no mitigamento pelo fato de deter os principais fatores ecológicos que podem equilibrar o sistema-Terra. Ele poderá ser a primeira potência mundial nos trópicos, não imperial mas cordial e corresponsável pelo destino comum. Esse pacote de questões constitui um desafio da maior gravidade, que a novel Presidenta irá enfrentar. Ela possui competência e coragem para estar à altura destes reptos. Que não lhe falte a iluminação e a força do Espírito Criador.


* Teólogo, filósofo e escritor
Fonte: Adital

INSS paga dívida de acordo com data de concessão


Com decisão do STF, aposentados e pensionistas poderão receber até R$ 50 mil em atrasados sem ir à Justiça. Revisão chega a 39,35%

POR LUCIENE BRAGA

Rio - Pensionistas e aposentados do INSS entre 1988 e 2003 vivem hoje às voltas com a esperança de ter — sem entrar na Justiça — seus benefícios revisados e ainda receber bom valor em atrasados por cinco anos. Quem contribuía pelo teto e se aposentou até 1998 pode ter índice de correção de 10,96%. Aqueles que tiveram o benefício concedido até 2003 têm revisão de 28,3%, segundo especialistas. Há quem tenha direito aos dois períodos, com reajuste 39,35%. A projeção para o pagamento de atrasados é de, no máximo, R$ 50 mil.

Muitos segurados do INSS têm dúvidas sobre o direito à revisão e à indenização. A Coluna publica um guia para orientar os leitores, esclarecendo as principais dúvidas.

Esses segurados foram beneficiados por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) anunciada em 8 de setembro, que reconhece o direito à revisão de quem se aposentou pelo teto e teve o valor do benefício prejudicado pelas duas reformas previdenciárias — instituídas pelas Emendas Constitucionais 20 (1998) e 41 (2003). As ECs elevaram os limites vigentes em 1998 e 2003, respectivamente, mas quem obteve a concessão dos benefícios no período anterior às alterações ficou com o teto previdenciário menor. Até hoje.

DÚVIDA SOBRE DATA

A data inicial da abrangência da decisão ainda é um enigma, enquanto o acórdão do STF não é publicado, o que só deve ocorrer dentro de um a dois meses. Advogados previdenciários defendem que é preciso indenizar e corrigir os vencimentos de quem se aposentou desde 1988, mas ainda não se confirmou essa informação.

Outra dúvida que tem assolado os segurados é em relação à data considerada para a correção: se é a do requerimento ou a do início do benefício. O Ministério da Previdência Social esclarece que vale a que consta na Carta de Concessão, fornecida quando a aposentadoria ou pensão são deferidas. Esse é um detalhe importante, porque só assim o segurado saberá se terá direito ao pagamento. Em alguns períodos, não há direito ao reajuste.

A Advocacia Geral da União (AGU) estima que 1 milhão de segurados serão contemplados pela Justiça e assegura que eles vão receber tudo administrativamente, sem precisar entrar na Justiça. O aviso poderá vir por carta ou edital de convocação.

O ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, estima que 154 mil vão receber, em média, R$ 10 mil, e anunciou que pretende pagar tudo este ano, se possível. Aposentado em 1995, Antônio Carlos Dezerto Castanha, 64 anos, tem direito à revisão nos dois períodos e pode pegar o índice mais elevado. “Aguardo, como todos, o acórdão do Supremo, para ver como será a revisão administrativa”, pondera.

Representantes de segurados fazem alerta

Advogado da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), Vilson Trapp Lanzarini adverte que o anúncio de pagamento administrativo da dívida do INSS poderá embutir uma tentativa de diminuir o impacto financeiro da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), evitando uma corrida ao Judiciário.

Lanzarini lembra que o pagamento das diferenças de reajustes de causas históricas, como a dos 147% (setembro de 1991), do Índice de Reajuste do Salário Mínimo (IRSM), com 39,67% (fevereiro de 1994), ocorreu com valores inferiores aos que os segurados tinham direito, com pagamento parcelado e descontos. O especialista também ressaltou que, nas oportunidades anteriores de pagamento administrativo, milhares de beneficiários foram esquecidos, como os que recebiam auxílio-doença e outros, pagos temporariamente. Ou aqueles já convertidos em pensão. A Cobap diz que nenhum aposentado ou pensionista deve aceitar acordo que não represente 100% do valor a que tem direito.

PONTOS QUE AINDA NÃO FORAM DEFINIDOS

QUEM TEM DIREITO?
Em tese, titulares de benefícios concedidos entre 1988 e 2003 que contribuíam com salários acima do teto previdenciário. Quando as emendas EC 20 e 41 foram publicadas, elas elevaram o teto, mas esse pessoal, que se aposentou antes, não teve a equiparação. A Advocacia Geral da União só reconhece o período de 1991 a 2003, mas é preciso esperar o acórdão do Supremo Tribunal Federal, que deverá esclarecer esse detalhe.

PERÍODOS
Nem todos os períodos nesse prazo — de 1988 a 2003 — serão contemplados. O advogado Daisson Portanova elaborou tabela com as datas (ver ao lado).

TIPO DE BENEFÍCIO
Ainda não há definição se o direito será estendido a quem contribuía pelo teto e recebia auxílio-doença concedido na época das emendas. Oficialmente, AGU e Ministério da Previdência ainda não confirmam se os segurados que herdaram benefícios dessas aposentadorias e hoje são pensionistas do INSS também serão contemplados.

REVISÃO ADMINISTRATIVA
Não está claro como será feito o pagamento dos atrasados e a revisão. A Previdência não disse se a indenização pelos últimos cinco anos será paga de uma só vez ou parcelada e se haverá desconto no valor total, mas assegurou que negociará com o Planejamento o pagamento neste ano.

Carta: Este ano, 2.022 viúvas serão informadas de que perderão revisão ganha na Justiça

Por ordem do Tribunal de Contas da União (TCU), 2.022 viúvos e viúvas estão recebendo cartas do INSS informando que seus benefícios serão cortados e parte do que foi pago acima do teto previdenciário terá que ser devolvido, com descontos de até 30% do valor da pensão. O DIA denunciou o caso com exclusividade, ao publicar a história de Dona Maria de Lourdes Carneiro, 85 anos, que recebeu correspondência com a notícia de que seu benefício cairia dos atuais R$ 2.760 para R$ 1.600, sendo que ela seria descontada mensalmente em R$ 400 até “quitar” a “dívida” de R$ 23 mil.

A carta dá 10 dias de prazo para a defesa do segurado no INSS. Dona Lourdes foi à agência de Copacabana e entregou um documento informando que recebe acima do teto amparada por decisão judicial. Mas vai recorrer à Justiça.

O Ministério da Previdência, que vinha cumprindo as decisões judiciais que amparavam o pagamento acima do teto, foi obrigado seguir o acórdão do TCU, que só considerou válidas aquelas que o Judiciário concedeu para as aposentadorias, não para as pensões herdadas. A obrigação foi considerada arbitrária por advogados e especialistas previdenciários.

“Esses pensionistas têm como recuso entrar na Justiça, requerer uma liminar para não ter o valor reduzido e impedir os descontos”, recomenda Reginaldo Mathias, que dá suporte jurídico aos aposentados pela Associação dos Aposentados e Pensionistas da Previdência do Rio (Asaprev-RJ). Yedda Gaspar, presidente da Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Rio, também considerou a medida absurda e afirmou que o departamento jurídico pode fornecer orientação. Informações: 2507-2455.

Fonte: O Dia

Dilma pronunciamento vonivar 2010 eleicao Tv Globo 1ª parte

Dilma pronunciamento vonivar eleicao 2010 2ª parte

Dilma fura a Globo e diz: troque de canal

Na conversa com Obama ela deve ter tratado da moeda da China

Dilma deu a primeira entrevista ao vivo, como presidente, à TV Record.

O jornal nacional teve que engolir: foi a segunda.

Na hora de falar sobre a liberdade de imprensa, voltou a repetir: prefere a crítica ao silencio da ditadura.

E recomendou: se você não estiver satisfeito, use o controle remoto.

O melhor controle sobre a imprensa é o controle remoto !, ela disse.

(Como se sabe, o Doutor Roberto Marinho lutou febrilmente para atrasar a introdução do controle remoto no Brasil …)

Dilma falou sobre a política econômica.

Será austera, com controle da inflação e do gasto público.

Não vai gastar o que não puder gastar.

A melhor política cambial é a do cambio flutuante.

E, nos fóruns internacionais, lutará para que não haja “desvalorização competitiva”.

Desvalorizar a moeda para se beneficiar comercialmente, como faz hoje a China (ela não falou na China).

Dilma contou que conversou hoje com o Presidente Obama, com quem deve ter tratado da desvalorização sistemática da moeda chinesa.

Ela enunciou as prioridades.

Tirar 21 milhões de brasileiros da pobreza.

Realizar um progresso significativo na Saúde e na Segurança.

Quando tomou posse, em 2002, o presidente Lula falou, primeiro, à Globo e co-ancorou o jornal nacional.

O jogo mudou.

Se o amigo navegante não estiver satisfeito, faça como ela recomendou: use o controle remoto.

Paulo Henrique Amorim

Em tempo: as perguntas medíocres dos apresentadores do jornal nacional não permitiram que a presidente desse uma informação relevante além do que disse à Record.

Ou seja, foi perda de tempo usar o controle remoto e trocar a Record pela Globo.

Teria sido melhor começar logo a tomar um bom vinho tinto em homenagem à nova presidente.

Artigos Relacionados

Mino: Serra se agarrou ao Papa. Na Itália, o aborto não é crime …

A hipocrisia não tem limites

O Conversa Afiada republica o editorial do Mino, na Carta Capital que chegou às bancas nesta segunda feira.

Até o papa apoiou Serra


Mino Carta

Dilma Rousseff, a eleita, teve de enfrentar a campanha mais feroz contra um candidato à Presidência na história do Brasil. Por Mino Carta. Foto: AFP

Dilma Rousseff, a eleita, teve de enfrentar a campanha mais feroz contra um candidato à Presidência na história do Brasil

Temos uma mulher na Presidência da República, primeira na história do

Brasil. E que uma mulher chegue a tanto já é notícia extraordinária.

Levo em conta a preocupação do Datafolha a respeito da presença feminina no tablado eleitoral: refiro-me à pergunta específica contida na sua pesquisa, sempre aguardada com ansiedade pelo Jornal Nacional e até pelo Estadão. A julgar pelo resultado do pleito, Dilma Rousseff representa entre nós a vitória contra o velho preconceito pelo qual mulher só tem serventia por certos dotes que a natureza generosamente lhe conferiu.

Para CartaCapital a eleição de Dilma Rousseff representa coisas mais.

A maioria dos eleitores moveu-se pelas razões que nos levaram a apoiar a candidata de Lula desde o começo oficial da campanha. Em primeiro lugar, a continuidade venceu porque a nação consagra os oito anos de bom governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Inevitável foi o confronto com o governo anterior de Fernando Henrique Cardoso, cujo trunfo inicial, a estabilidade, ele próprio, príncipe dos sociólogos, conseguiu pôr em risco.

Depois de Getúlio Vargas, embora manchada a memória pelo seu tempo de ditador, Lula foi o único presidente que agiu guiado por um projeto de país.

Na opinião de CartaCapital, ele poderia ter sido às vezes mais ousado em política social, mesmo assim mereceu índices de popularidade nunca dantes navegados e seu governo passou a ser fator determinante do êxito da candidata.

A comparação com FHC envolve também a personalidade de cada qual. Por exemplo: o professor de sociologia é muito menos comunicativo do que o ex-metalúrgico, sem falar em carisma. Não se trata apenas de um dom natural, e sim da postura física e da qualidade da fala, capaz de

transmitir eficazmente ideias e emoções. Lembraremos inúmeros discursos de Lula, de FHC nenhum.

Outra diversidade chama em causa a mídia nativa. Fascinada, sempre

esteve ao lado de FHC, inclusive para lhe esconder as mazelas.

Vigorosa intérprete do ódio de classe em exclusivo proveito do privilégio, atravessou oito anos a alvejar o presidente mais amado da história pátria. Quando, ao dar as boas-vindas aos 900 convidados da festa da premiação das empresas e dos empresários mais admirados no Brasil, ousei dizer que o mensalão, como pagamento mensal a parlamentares, não foi provado para desconforto da mídia, certo setor da plateia esboçou um começo de vaia. Calou-se quando o colega Paulo Henrique Amorim ergueu-se ao grito de “Viva Mino!” Os fiéis da tucanagem não primam pela bravura.

Pois Dilma Rousseff teve de enfrentar esta mídia atucanada, a reeditar o udenismo de antanho em sintonia fina com seus heróis. Deram até para evocar o passado da jovem Dilma, “guerrilheira” e “terrorista”. Como de hábito, apelaram para a má-fé para explorar a ignorância de um povo que, infelizmente, ainda não conhece a sua história, e que não a conhece por obra e graça sinistra de uma minoria a sonhar com um país de 20 milhões de habitantes e uma democracia sem demos.

Nos porões do regime dos gendarmes da chamada elite, Dilma Rousseff¬ foi encarcerada e brutalmente torturada. Poderia ter sofrido o mesmo fim de Vlado Herzog, que os jornalistas não se esquecem de recordar todo ano.

Mas a hipocrisia da mídia não tem limites, com a contribuição da

ferocidade que imperou na internet ao sabor da campanha de ódio nunca tão capilar e agressiva. E na moldura cabe à perfeição a questão do aborto, praticado à vontade pelas privilegiadas e, ao que se diz, pela própria esposa de José Serra, e negado às desvalidas.

Até o papa alemão a presidente recém-eleita teve de enfrentar. Ao se

encontrar já nos momentos finais da campanha com um grupo de bispos nordestinos, Ratzinger convidou-os a orientar os cidadãos contra quem não respeita a vida, clara referência à questão que, lamentavelmente, invadiu as primeiras páginas, as capas, os noticiários da tevê. Parece até que Bento XVI não sabe que o Vaticano fica na Itália, onde o aborto foi descriminalizado há 40 anos.

Artigos Relacionados

Sem razão, extrema-direita culpa nordestinos pela vitória de Dilma

Apareceu no twitter uma versão fascistóide da eleição da Dilma. Alguém culpa os nordestinos pela vitória da Dilma e convoca os paulistas a manifestarem seu repúdio, num claro convite à intolerância e preconceito que encontram terra adubada em São Paulo.

Com a campanha fascistóide que José Serra patrocinou isso era previsível. Volto a dizer que Serra prestou um inestimável desserviço ao Brasil.

Leio agora na revista digital Terra Magazine que o Nordeste aumentou a vantagem de Dilma Rousseff, com a justa opção eleitoral de sua população, entretanto, apenas nas regiões Norte, Centro-Oeste, Sul e Sudeste, Dilma somou 1.873.507 votos de vantagem. Mesmo sem o Nordeste, Dilma ganharia a eleição.

“E, antes que novos discursos discriminatórios - canalizados contra o Nordeste na internet - se direcionem a outro alvo fácil, o Norte, vale destacar que Dilma também ganharia a eleição sem o saldo positivo de 1.033.802 votos com que os nortistas lhe agraciaram”.

O texto assinado por Eliano Jorge informa: “O Sudeste, idealizado pelos críticos de nordestinos e nortistas como bastião do PSDB, deu à petista 1.630.614 eleitores a mais do que seu adversário. Esta quantidade supera em 839.695 votos a soma das vantagens que Serra teve no Sul, 656.485, e no Centro-Oeste, 134.434”.

Na verdade, “embora o candidato tucano tenha acumulado 1.846.036 votos a mais do que Dilma em São Paulo, ele perdeu no segundo e no terceiro maiores colégios eleitorais do País, Minas Gerais e Rio de Janeiro, respectivamente com saldo negativo de 1.797.831 e 1.710.186”.

Portanto, os “culpados” pela vitória de Dilma Rousseff foram os próprios paulistas, que não votaram em Serra como muitos imaginavam. A frente de Serra em São Paulo não foi suficiente para neutralizar a escolha do povo.

Nem os números conseguem calar a boca dos fascistóides que alimentam o preconceito e discriminação contra os trabalhadores nordestinos radicados em São Paulo.

Não é para menos, já que Serra e quadrilha alimentaram abertamente o ódio na campanha eleitoral.

A vitória foi do povo brasileiro. Viva o povo brasileiro.
# posted by Oldack Miranda/Bahia de Fato

Fotos do dia

Ensaio de Raquel Santini é um sucesso no site Morango Recuperado de lesões musculares, Dentinho volta ao Corinthians Fernandão cabeceia bola em treino no São Paulo
Cratera aberta na cidade alemã de Schmalkalden Com feriado, muita gente aproveitou para antecipar compras de fim de ano Obra em calçada na rua Luiz Gama deixa entulho jogado no passeio público

Leia Notícias do seu time


Obama liga para Dilma e diz aguardar um encontro com ela

Saul Loeb / AFP

Saul Loeb / AFP / Obama: conversa telefônica com Dilma sobre o Haiti, economia e energia limpa Obama: conversa telefônica com Dilma sobre o Haiti, economia e energia limpa
Relações internacionais


Presidentes e líderes de diversas nações entraram em contato com a petista para cumprimentá-la pela vitória

02/11/2010 | 00:08 | Das agências

A presidente eleita do Brasil, Dil­­ma Rousseff (PT), recebeu ontem os cumprimentos de diversos chefes de Estado e de governo de todo o mundo. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ligou à tarde para cumprimentá-la pela vitória. Em comunicado divulgado pela Casa Branca, Obama afirmou a Dilma que aguarda um encontro com ela em breve.

Obama falou com a petista sobre energia limpa, crescimento econômico e a reconstrução do Haiti – país no qual o Brasil lidera as forças de paz da ONU. “Ele elogiou o povo do Brasil por sua fé e compromisso com a democracia. Ele também ressaltou a excelente relação de trabalho entre os Estados Unidos e Brasil, e seu compromisso em aprofundar esta cooperação e explorar novas áreas de colaboração”, diz o comunicado.

Repercussão

Jornais do mundo todo falaram a respeito da eleição de Dilma Rousseff:

New York Times

O jornal destacou que Dilma enfrenta agora algumas tarefas “monumentais” que Lula deixou inacabadas: “arrumar o problemático sistema educacional do país, melhorar os padrões de saúde e saneamento”. Analistas alertaram para a tentação do novo governo aumentar a intervenção estatal na economia, principalmente na área de petróleo. O jornal ainda apostou que, sem o carisma de Lula, ela não se tornará uma líder mundial como é o atual presidente brasileiro.

The Wall Street Journal

O principal jornal econômico dos EUA destaca o passado de Dilma como ex-guerrilheira de esquerda e disse que a vitória dela foi selada pela prosperidade econômica do país e pela grande popularidade de Lula, seu mentor.

Le Monde

O jornal francês destacou que a eleição de Dilma se deve ao apoio de Lula e à sua herança econômica. “A sobrevivente de câncer de 62 anos apostou, durante a campanha, no balanço econômico dos anos de Lula.”

El País

O espanhol El País ressaltou que Dilma se elegeu devido ao importante momento da economia do Brasil, “um dos países que melhor representa a emergência de novas potências mundiais”.

Clarín

O principal jornal da Argentina destacou em seu site a vitória “contundente” de Dilma, primeira mulher a exercer o cargo de presidente do “país vizinho”.

Também em comunicado, o Departamento de Estado dos EUA, comandado por Hillary Clinton e responsável pela política externa norte-americana, também parabenizou Dilma pela eleição.”O processo eleitoral exemplar de novo ilustra a relação de longa data do Brasil para a governança democrática, os direitos civis e liberdades individuais; os valores que temos em comum”, diz mensagem assinada pelo porta-voz Philip Crowley.

Dilma ainda recebeu ontem o telefonema do presidente da França, Nicolas Sarkozy. “Ele disse a ela que quer continuar a cooperação com o Brasil em várias áreas, entre elas a energética. Elogiou a política internacional do presidente Lula, entre outras coisas a atuação do Brasil no Haiti”, disse o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia. A França tem uma parceria estratégia com o Brasil sobretudo na área militar – e tenta vender ao país uma frota de caças Rafalle, que concorrem em uma licitação com aviões de guerra dos EUA e da Suécia.

A nova presidente ainda recebeu ligações da presidente da Argentina, Cristina Kirchner; do primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates; do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos; do presidente do Paraguai, Fernando Lugo; e do presidente do Chile, Sebastián Piñera.

Já o presidente boliviano, Evo Morales, qualificou a vitória de Dilma como um triunfo da democracia latino-americana. Segundo Morales, a democracia voltou a se impor em “uma América Latina unida, que aposta na mudança”.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, por sua vez, definiu a eleição de Dilma como uma “grande onda de justiça e igualdade social” que, segundo disse, atravessa a América Latina. “[A vitória de Dilma] é fru­­to de uma extraordinária mobilização das forças populares do Brasil profundo”.

Fonte: Gazeta do Povo

Dilma venceria sem o Nordeste

 /

Números mostram que petista ganharia a eleição mesmo se só fossem computados os votos do Sul, Sudeste e Centro-Oeste

Baiano é eleito para governar o DF

O baiano de Itapetinga, Agnelo Queiroz (PT), foi eleito em segundo turno, ontem, o novo governador do Distrito Federal. Segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o petista recebeu 66,1% dos votos, contra 33,9% de Weslian Roriz (PSC), mulher do ex-governador Joaquim Roriz (PSC). Weslian entrou na disputa após o marido renunciar à candidatura por estar ameaçado pela Lei da Ficha Limpa. Queiroz, ex-ministro do Esporte, assume o Distrito Federal após uma onda de escândalos que atingiu o governo do Distrito Federal.

Sob denúncias de corrupção que envolviam o então governador José Roberto Arruda e deputados distritais, o DF chegou a ser alvo de um pedido de intervenção federal por parte da Procuradoria-Geral da República. Em meio a uma crise política, o Executivo teve quatro governadores diferentes num período de três meses. Agnelo foi eleito apresentando propostas como criar o bilhete único no transporte coletivo, criar 400 equipes de Saúde da Família e uma Unidade de Pronto Atendimento em cada uma das 30 regiões administrativas do DF e construir pelo menos 100 mil unidades habitacionais.

Na campanha, ele se aliou a Tadeu Filipelli (PMDB), que já participou do governo de Joaquim Roriz - fato amplamente criticado por oposicionistas. O petista, por sua vez, procurava caracterizar a candidatura de Weslian como um projeto de continuísmo. Nas propagandas eleitorais, ele acusava “o grupo que está no poder há 14 anos” pelos problemas de Brasília na área da saúde.

Campanha conturbada

A campanha do Distrito Federal teve momentos conturbados. Weslian só entrou na disputa no dia 24 de setembro, quando Roriz renunciou temendo ter a candidatura cassada pela Justiça com base na Lei da Ficha Limpa.

Na campanha, ela prometeu levar adiante propostas do marido, como o retorno das vans e a instalação de câmeras de TV por toda a cidade para combater a violência. A candidata fez aliança com oito partidos, entre eles o Democratas, do governador cassado José Roberto Arruda, e o PSDB.

Durante debate na TV Globo, ela se confundiu e chegou a dizer que defenderia “toda aquela corrupção”. Antes do debate, em frente à sede da TV Globo, militantes dos dois candidatos chegaram a entrar em confronto.

Fonte: Tribuna da Bahia

Discurso para "seguir mudando"

“Se o governo Lula deu certo – e essa é a percepção da ampla maioria do povo brasileiro –, deve muito isso a Dilma. O que precisará ser verificado agora é se a capacidade política de Dilma se iguala a essa capacidade administrativa”


Há algum tempo, quando começava na televisão o horário político, comentei aqui sobre o slogan da campanha da agora presidente do Brasil, Dilma Rousseff, o "seguir mudando". Era uma perfeita síntese do que a candidatura de Dilma pretendia, e que as pesquisas mostravam que vinha sendo muito bem assimilado pelos eleitores. “Seguir” era a chave da candidatura de continuidade. “Mudando”, o sinal de que as prioridades do governo Lula, de aumento da inclusão social com desenvolvimento, deveriam ser ampliadas para que o país continuasse mudando.

Um país que hoje já não se pauta mais pela vontade e pelo discurso de seus poderosos, da elite econômica quatrocentona de São Paulo. Um país que se espalhou até quanto a essa antiga centralização econômica, que hoje já tem atores fortes no mundo empresarial e dos negócios, com interesses diferentes e com força para vê-los prevalecer, no Nordeste, no Centro-Oeste. Novas empresas, novas montadoras de veículos, o agronegócio, etc. E que, mais do que isso, formou uma nova classe média dona do seu próprio nariz, devedora das políticas criadas por Lula e com uma compreensão diferente do país e do papel que exercem. Serra não foi capaz de enxergar essa gente e essas mudanças. Continuou falando para os mesmos, do mesmo jeito. Na virada do primeiro para o segundo turno, acabou aceitando ser o porta-voz de uma minoria conservadora acuada. Não entendeu o novo país. Perdeu.

A oposição terá de fazer suas avaliações e encontrar um discurso para se contrapor. Coisa que, definitivamente, ela não teve na campanha que passou. Mas a intenção aqui não é avaliar tanto a oposição. Deixemos isso para mais adiante. A intenção aqui é avaliar a primeira manifestação de Dilma como futura presidente a partir de janeiro do ano que vem. Voltando à ideia do primeiro parágrafo, do “seguir mudando”, o discurso de vitória de Dilma é o primeiro clareamento do que está na cabeça dela para tornar realidade seu mote de campanha.

Como principal gestora das ações de governo desde que assumiu a Casa Civil, tenho a impressão de que Dilma tem na sua cabeça o script do que imagina que deva ser feito com mais clareza do que tem o próprio presidente Lula. A competência administrativa de Dilma, como servidora pública, é coisa conhecida pelos cargos que ocupou. Se o governo Lula deu certo – e essa é a percepção da ampla maioria do povo brasileiro –, deve muito isso a Dilma. O que precisará ser verificado agora é se a capacidade política de Dilma se iguala a essa capacidade administrativa. Esse é um fator pouco testado. Uma coisa é ficar determinado que você é chefe na estrutura de governo e você dar ordens e obter resultados. Esse papel, Dilma cumpre bem. Mas os políticos aliados com quem Dilma terá de lidar não se comportarão como subordinados dela. Será preciso ver como ela se sairá nessa tarefa.

Se demonstrar ter esse traquejo político, as linhas do que Dilma pretende fazer para “seguir mudando” estavam no discurso que ela fez depois que soube oficialmente que estava eleita presidente. Primeiro, ela demonstra uma grande compreensão de seu tamanho. Ela sabe que não é o fenômeno que Lula foi, alguém que já chegou, com sua trajetória digna de filme (como, de fato, virou) à Presidência como mito. Dilma terá que fazer aliados, terá que transitar entre os setores da sociedade. Daí suas palavras de apoio à liberdade de imprensa (depois de meses de polêmica sobre controle da mídia e depois do comportamento claramente partidário que alguns veículos assumiram na campanha). Daí seu compromisso com a liberdade religiosa. Daí seu chamado à oposição para que as farpas naturais da campanha sejam esquecidas.

Trabalhando aí o ambiente político de tranquilidade necessária para tocar o governo, Dilma começou a detalhar o que está na sua cabeça para manter os fundamentos do governo Lula com condições de ampliar os resultados. Se Lula prometeu em 2002 fazer com que todos os brasileiros pudessem se alimentar todos os dias, Dilma já imagina poder dar o passo adiante: do esforço para erradicar a fome, trabalhar agora para erradicar toda forma de miséria.

Dilma sabe que encontra um mundo mergulhado em crise, vivendo uma mudança de eixo econômico, onde as potências tradicionais – Estados Unidos e Europa – vivem problemas sérios e onde as novas potências emergentes – China, Índia – ainda tratam de resolver seus próprios problemas. Por isso, conscientemente, ela descarta a ajuda da “pujança das economias desenvolvidas” e prega que vamos ter que trabalhar nós mesmos.

E, então, Dilma dá as pistas do que pensa para alavancar o que foi o fator principal da política econômica de Lula e da forma como conseguiu fazer tirar cerca de 30 milhões da pobreza e fazer ascender uma nova classe média, que deu sustentação à sua reeleição em 2006 e à vitória da sua sucessora agora: a política de crédito e a formalização do emprego. Incentivos para negócios familiares, simplificação tributária, indução do crescimento de alguns setores, como construção civil. Os recursos do pré-sal aparecem, na cabeça da nova presidente, como uma importantíssima reserva para essa ampliação da rede social e de crédito para as populações de baixa renda.

Dilma assumiu, na campanha e em seu discurso, compromissos com a educação. Uma das críticas que a oposição faz (quando teve coragem de criticar) à política social de Lula é que o Bolsa Família gera uma situação de dependência, clientelista, sem criar condições para que seu beneficiário deixe no futuro de precisar do benefício. Para dar um passo adiante, essa é uma situação que precisa mesmo ser superada. A educação básica não foi mesmo uma prioridade do governo Lula. Se vier a ser no governo Dilma, o “seguir mudando” pode mesmo dar certo.

*É o editor-executivo do Congresso em Foco. Formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília em 1986, Rudolfo Lago atua como jornalista especializado em política desde 1987. Com passagens pelos principais jornais e revistas do país, foi editor de Política do jornal Correio Braziliense, editor-assistente da revista Veja e editor especial da revista IstoÉ, entre outras funções. Vencedor de quatro prêmios de jornalismo, incluindo o Prêmio Esso, em 2000, com equipe do Correio Braziliense, pela série de reportagens que resultaram na cassação do senador Luiz Estevão
Fonte: Congressoemfoco

Outros textos do colunista Rudolfo Lago*

CNBB pede a Dilma 'fidelidade no cumprimento das promessas'

Renata Camargo

Em nota oficial, divulgada nesta segunda-feira (1º), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) saudou a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) pela vitória e pediu à ex-ministra “fidelidade no cumprimento das promessas apresentadas durante a campanha eleitoral”. Entre as promessas, os bispos católicos esperam que a petista atenda ao compromisso, firmado em carta, de não legalizar o aborto.

“Passadas as eleições, o compromisso de todos é unir os esforços na construção de um Brasil com paz, justiça social e vida plena para todos. Pesa sobre os ombros de cada um dos eleitos a responsabilidade de corresponder plenamente às expectativas e à confiança, não só de seus eleitores, mas de toda a Nação brasileira”, diz a nota.

O aborto foi uma das principais polêmicas do segundo turno das eleições presidenciais neste ano. Durante a campanha eleitoral, alguns bispos da Igreja Católica e lideranças evangélicas se posicionaram contra a candidatura de Dilma, por considerar a petista favorável à descriminalização do aborto.

A polêmica tomou proporções maiores com o posicionamento do bispo de Guarulhos (SP), dom Luiz Gonzaga Bergonzini, que orientou padres de sua cidade a pregarem nas missas o voto contra a petista. Para minimizar o impacto eleitoral, durante o segundo turno, Dilma divulgou uma carta à sociedade, em que negava ser favorável ao aborto.

Na nota divulgada hoje pela CNBB, os bispos católicos afirmam ainda que "cabe, agora, a todos nós, brasileiros e brasileiras, a irrenunciável tarefa de acompanhar os eleitos no exercício de seu mandato, a fim de que não se percam nos caminhos do poder de que foram revestidos". A nota é assinada pelo presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha, pelo vice-presidente da conferência, Dom Luiz Soares Vieira, e pelo secretário-geral, Dom Dimas Lara Barbosa.

Leia a íntegra da nota da CNBB:

Saudação da CNBB aos eleitos

Ao final do segundo turno das eleições, ocorrido neste domingo, 31 de outubro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB saúda todos os eleitos – deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente da República -, augurando-lhes sucesso na tarefa de representar e defender o povo que os escolheu para esta missão. A CNBB cumprimenta de maneira especial a Sra. Dilma Rousseff, eleita presidente da República, a quem caberá dirigir os destinos da nação brasileira nos próximos quatro anos.Dela e dos demais eleitos se espera fidelidade no cumprimento das promessas apresentadas durante a campanha eleitoral. Passadas as eleições, o compromisso de todos é unir os esforços na construção de um Brasil com paz, justiça social e vida plena para todos. Pesa sobre os ombros de cada um dos eleitos a responsabilidade de corresponder plenamente às expectativas e à confiança, não só de seus eleitores, mas de toda a Nação brasileira.

Saudamos o povo brasileiro, que protagonizou o espetáculo da cidadania e da democracia ao participar ativamente das eleições em seus dois turnos. Cabe, agora, a todos nós, brasileiros e brasileiras, a irrenunciável tarefa de acompanhar os eleitos no exercício de seu mandato, a fim de que não se percam nos caminhos do poder de que foram revestidos.

Que Deus, de quem provém toda autoridade, acompanhe cada um dos eleitos com sua graça e sua bênção. O divino Espírito Santo os ilumine e lhes conceda sabedoria a fim de que tomem sempre as decisões mais acertadas para o bem de nosso povo. Imploramos a intercessão de Nossa Senhora Aparecida para os que foram eleitos e para todo o povo brasileiro

Brasília, 31 de outubro de 2010

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário Geral da CNBB

Fonte: Congressoemfoco
Luciano da Matta/Agência A TARDE
A última seleção para o cargo de agente da PF ofereceu remuneração inicial no valor de R$ 7.514


>>Leia mais sobre outros processos seletivos no blog Concursos

A Polícia Federal (PF), órgão vinculado ao Ministério da Justiça (MJ), solicitou ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) abertura de concursos públicos para 1.352 vagas distribuídas entre cinco carreiras da instituição. As chances contemplarão os cargos de papiloscopista (116), agente de polícia (396), delegado (150), escrivão (362) e agente administrativo (328).

O recente anúncio do órgão quase triplica o número de vagas inicialmente previsto. Isto porque, anteriormente, a PF havia confirmado que esperava o aval do MPOG para preencher 480 vagas para as carreiras de agente administrativo e papiloscopista.

Agente administrativo - De acordo com a assessoria da PF, o pedido para abertura de 328 chances para agente administrativo já está no Ministério do Planejamento e, após a autorização, o edital deverá ser lançado em seguida. A previsão é que os aprovados no concurso tomem posse rapidamente, já que o cargo de agente administrativo não prevê realização de curso de formação.

A atividade de agente administrativo exige nível médio e, segundo a tabela de remuneração dos servidores federais de 2010, têm salário, já somadas as gratificações, de R$ 2.9884.

Nível superior - Os pedidos para abertura das outras 1.024 vagas de papiloscopista, agente de polícia, escrivão e delegado também já estão no Planejamento.

De acordo com informações do Ministério da Justiça, os processos foram enviados para a análise do Planejamento no último dia 20. Os salários previstos correspondem a R$ 7.514 (agente, papiloscopista e escrivão) e R$ 13.368 (delegado).

Leia reportagem completa na edição impressa do Jornal A Tarde desta terça-feira, 2

Abstenção de 21,5% nas eleições é a maior desde 94

No domingo, 36 milhões de brasileiros não foram às urnas ou preferiram votar em branco ou nulo. Somente nas duas eleições de Fernando Henrique Cardoso, esse índice foi maior nos últimos anos

Elza Fiuza/ABr
36 milhões de pessoas não apareceram ou votaram em branco ou nulo no segundo turno das eleições

Eduardo Militão e Mário Coelho

A quantidade de brasileiros que não apareceu para votar no domingo das eleições presidenciais chegou a 29,1 milhões, ou 21,50% dos eleitores, índice só menor do que o registrado em 1994, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) venceu Lula. A opção de não votar nem em Dilma Roussef, a presidente eleita, nem em José Serra, seu adversário, porém, não deve ser atribuída apenas à ausência, certamente amplificada pela coincidência do pleito com o feriado de hoje (2), Dia de Finados. Quando somados também os cidadãos que compareceram às sessões de votação, mas optaram pelo voto nulo ou em branco, o contingente chega a 36,6 milhões de pessoas, e representa 26,76% do eleitorado, a maior marca desde 1998, quando FHC bateu Lula novamente.

Para o presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, o feriado prolongado pesou no aumento da abstenção. O cientista político Alexandre Barros cita a insatisfação de eleitores de Marina Silva (PV) como motivo para a quantidade de descontentes. Barros diz que a boa situação econômica e as semelhanças entre Dilma e Serra fizeram muita gente descansar em vez de votar. Ele não vê a abstenção como problema, mas como percepção de que o voto é um direito, e não um dever.

Os 36,3 milhões de brasileiros que não escolheram nem Dilma Rousseff nem José Serra seriam suficientes para mudar o resultado das eleições. Isso porque a soma de descontentes e indiferentes supera em três vezes a diferença entre a petista e o tucano, que foi de 12 milhões a favor de Dilma, a primeira mulher eleita presidente do Brasil. Para Alexandre Barros, porém, essa é uma matemática simplista. Ninguém tem condições de saber como votariam os que se abstiveram se resolvessem escolher um dos dois candidatos que disputaram o segundo turno. “Essa é a pergunta que não adianta fazer, porque ninguém tem a resposta”, diz o consultor político Alexandre Barros.

Levantamento do Congresso em Foco baseado em informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que a média de não-comparecimento às urnas somada à insatisfação pelo voto nulo ou em branco é de 26,79% entre 1994 e 2010. Ou seja: o percentual destas eleições coincide com essa média.

O índice de abstenção no segundo turno da disputa presidencial também foi maior do que na primeira rodada. Se no domingo passado, deixaram de votar 29,1 milhões, no primeiro turno, foram 24,6 milhões, ou 18,1%. Só no dia 31, outros 7,1 milhões de brasileiros preferiram apertar o botão “branco” da urna ou anular o voto, digitando um número inexistente.

“Um contingente grande do eleitorado brasileiro parece ter se cansado dessa polarização entre PT e PSDB”, observa o cientista político José Luciano Dias. “A votação de Marina foi o primeiro reflexo disso. A opção de não votar no segundo turno também”, conclui.

De fato, o percentual dos que não votam parece oscilar de acordo com a certeza que o eleitorado demonstra quanto às boas possibilidades percebidas por trás das candidaturas em disputa. Os dados do TSE mostram que o contingente de brasileiros indiferentes ou descontentes com as eleições vinha caindo entre 2002 e 2006. Foram os anos em que a maior parte do eleitorado encontrou em Lula o desaguadouro das suas aspirações. Em 2002, numa consideração de que ele e o PT fariam um governo que respeitaria a ética na política e combateria a corrupção. Em 2006, muitos dos que assim pensavam estavam decepcionados, por conta de episódios como o mensalão. Mas Lula compensara esse fato trazendo para si a nova classe média que emergia com sua política social. Agora, o percentual dos que não se julgavam representados nem por Dilma nem por Serra voltou a subir.

A soma da abstenção com os votos brancos e nulos era de 32% em 1994, subiu para 36% em 98 e caiu até 24% no segundo turno de 2006. No primeiro turno deste ano, foi para 25%. E agora, alcançou os 27%, mesmo índice da média dos últimos 16 anos e o maior valor desde 1998.

Já a abstenção sozinha vem oscilando durante esse período. Chegou a 29% em 1994 e, neste segundo turno, a 21,5%, o maior índice desde então. A média histórica mostra a abstenção média de 19,70% nos últimos 16 anos.

Abstenção e voto dos descontentes sobe no segundo turno
Percentual de eleitores em relação ao eleitorado da época



Clique aqui para ampliar ao gráfico

Veja a tabela completa

A diferença entre a abstenção no primeiro e no segundo turno destas eleições foi de 4,5 milhões. É como se quase todo o eleitorado do Pará (4,7 milhões) deixasse de votar de uma vez só. O Pará foi o estado que teve a maior abstenção – 26,79% ou 1,27 milhões de eleitores.

A soma da abstenção com o número de brancos e nulos também subiu entre o primeiro e o segundo turno. Passou de 34,2 milhões para 36,3 milhões de eleitores.

Leia também:

Feriado, boa situação econômica e Marina explicam abstenção, nulos e brancos

O primeiro discurso de Dilma como presidenta eleita

Oposição governará maioria dos brasileiros

PT e PMDB elegem quase metade dos senadores

O novo Senado em 2011

A nova composição da Câmara

Base aliada cresce na Câmara

Tudo que você precisa saber sobre as eleições de 2010

Fonte: Congressoemfoco

Em destaque

Tragédia no Rio Grande do Sul é mais um aviso sobre mudanças climáticas

  Publicado em 4 de maio de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email No Sul, a enchente está arrebentamdo até as pistas ...

Mais visitadas