Saul Loeb / AFP
Obama: conversa telefônica com Dilma sobre o Haiti, economia e energia limpaPresidentes e líderes de diversas nações entraram em contato com a petista para cumprimentá-la pela vitória
02/11/2010 | 00:08 | Das agênciasA presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff (PT), recebeu ontem os cumprimentos de diversos chefes de Estado e de governo de todo o mundo. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ligou à tarde para cumprimentá-la pela vitória. Em comunicado divulgado pela Casa Branca, Obama afirmou a Dilma que aguarda um encontro com ela em breve.
Obama falou com a petista sobre energia limpa, crescimento econômico e a reconstrução do Haiti – país no qual o Brasil lidera as forças de paz da ONU. “Ele elogiou o povo do Brasil por sua fé e compromisso com a democracia. Ele também ressaltou a excelente relação de trabalho entre os Estados Unidos e Brasil, e seu compromisso em aprofundar esta cooperação e explorar novas áreas de colaboração”, diz o comunicado.
Repercussão
Jornais do mundo todo falaram a respeito da eleição de Dilma Rousseff:
New York Times
O jornal destacou que Dilma enfrenta agora algumas tarefas “monumentais” que Lula deixou inacabadas: “arrumar o problemático sistema educacional do país, melhorar os padrões de saúde e saneamento”. Analistas alertaram para a tentação do novo governo aumentar a intervenção estatal na economia, principalmente na área de petróleo. O jornal ainda apostou que, sem o carisma de Lula, ela não se tornará uma líder mundial como é o atual presidente brasileiro.
The Wall Street Journal
O principal jornal econômico dos EUA destaca o passado de Dilma como ex-guerrilheira de esquerda e disse que a vitória dela foi selada pela prosperidade econômica do país e pela grande popularidade de Lula, seu mentor.
Le Monde
O jornal francês destacou que a eleição de Dilma se deve ao apoio de Lula e à sua herança econômica. “A sobrevivente de câncer de 62 anos apostou, durante a campanha, no balanço econômico dos anos de Lula.”
El País
O espanhol El País ressaltou que Dilma se elegeu devido ao importante momento da economia do Brasil, “um dos países que melhor representa a emergência de novas potências mundiais”.
Clarín
O principal jornal da Argentina destacou em seu site a vitória “contundente” de Dilma, primeira mulher a exercer o cargo de presidente do “país vizinho”.
Também em comunicado, o Departamento de Estado dos EUA, comandado por Hillary Clinton e responsável pela política externa norte-americana, também parabenizou Dilma pela eleição.”O processo eleitoral exemplar de novo ilustra a relação de longa data do Brasil para a governança democrática, os direitos civis e liberdades individuais; os valores que temos em comum”, diz mensagem assinada pelo porta-voz Philip Crowley.
Dilma ainda recebeu ontem o telefonema do presidente da França, Nicolas Sarkozy. “Ele disse a ela que quer continuar a cooperação com o Brasil em várias áreas, entre elas a energética. Elogiou a política internacional do presidente Lula, entre outras coisas a atuação do Brasil no Haiti”, disse o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia. A França tem uma parceria estratégia com o Brasil sobretudo na área militar – e tenta vender ao país uma frota de caças Rafalle, que concorrem em uma licitação com aviões de guerra dos EUA e da Suécia.
A nova presidente ainda recebeu ligações da presidente da Argentina, Cristina Kirchner; do primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates; do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos; do presidente do Paraguai, Fernando Lugo; e do presidente do Chile, Sebastián Piñera.
Já o presidente boliviano, Evo Morales, qualificou a vitória de Dilma como um triunfo da democracia latino-americana. Segundo Morales, a democracia voltou a se impor em “uma América Latina unida, que aposta na mudança”.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, por sua vez, definiu a eleição de Dilma como uma “grande onda de justiça e igualdade social” que, segundo disse, atravessa a América Latina. “[A vitória de Dilma] é fruto de uma extraordinária mobilização das forças populares do Brasil profundo”.
Fonte: Gazeta do Povo