Fernanda Chagas
De acordo com nota publicada na coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, a indicação do novo ministro da Integração Nacional, até então comandado pelo baiano João Santana (PMDB), promete ser uma batalha difícil.
Isso porque estão na disputa, além do PMDB, do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que não engole a possibilidade de perder o espaço já conquistado, os dois principais governadores do Nordeste: Jaques Wagner (PT) e Eduardo Campos (PSB), de Pernambuco.
Rumores dão conta de que Wagner tenta emplacar na pasta algum petista baiano, com o fim de projetá-lo para ser seu sucessor. Campos quer Fernando Bezerra.
Neste caso, estariam no páreo para representar a Bahia o presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli e o senador eleito Walter Pinheiro. Contudo, a presidente eleita, Dilma Rousseff, já declarou estar decidida a manter Gabrielli na presidência da estatal.
Segundo fontes, essa decisão não teria fundamento político, mas sim critério técnico. Dilma foi aconselhada a não mudá-lo até o próximo ano, quando se consolidará a operação de capitalização.
Pinheiro quer pasta das Comunicações - No caso de Pinheiro, tido como um dos baianos mais cotados para assumir um dos cargos, ele já teria escolhida a pasta de sua preferência. Informações dão conta de que ele irá brigar para ficar com a cadeira do Ministério das Comunicações – hoje também nas mãos do PMDB. Com isso, restaria como alternativa para Wagner indicar Lídice da Mata (PSB).
A socialista, por sua vez, mantém o discurso de que tudo não passa de especulação e que ela não comenta fatos que não têm concretude. No entanto, na ala governista baiana é grande a expectativa em torno de que um representante baiano venha suceder João Santana.
Reforçando a tese, o líder do governo na Assembleia Legislativa e deputado federal eleito, Waldenor Pereira (PT), em conversa com a Tribuna da Bahia, destacou que a expectativa no meio político baiano é que o governador, tendo em vista o resultado das eleições no estado, emplaque dois ministérios. “Por estar bastante prestigiado no cenário nacional, Wagner deve emplacar dois ministérios.
O que se especula é que o da Integração seja o da sua preferência, pela importância que ele representa para o Nordeste e para a Bahia”, disse.
Wagner, entretanto, através de sua assessoria de comunicação, assegura que não existe guerra pela pasta. “Essa coisa de briga por ministério não tem fundamento. Ele pode até ter interesse, mas não existe embate”.
Em relação a prazo para definir nomes para o páreo, a assessoria do líder petista declarou que o governador nada sinalizou até agora, muito menos definiu nomes e datas. Isso vale também para a reforma administrativa do seu governo.
O silêncio do governador, inevitavelmente, tem tirado o sono dos seus pares, que aguardam com ansiedade as futuras indicações e nomeações.
Fonte: Tribuna da Bahia