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segunda-feira, janeiro 16, 2023
Lula teria sido alertado sobre o general Arruda, comandante do Exército, por atos em Brasília
Segunda-Feira, 16/01/2023 - 08h40
Por Redação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria sido alertado por aliados no Planalto sobre a postura do comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda. O motivo do aviso tem como fundamento o dia das invasões em Brasília, quando o militar deu ordens para que seus homens fizessem uma barreira e impedissem a PM-DF de prender manifestantes que, após os atos de vandalismo, retornaram para o acampamento na frente do quartel-general. Na ocasião, Arruda foi duro ao tratar com policiais e figuras proeminentes do governo federal.
Petistas com influência disseram a Lula que essa postura coloca Arruda no hall de autoridades públicas coniventes com os atos golpistas. E que, portanto, ele deveria ser exonerado. A informação foi publicada nesta segunda-feira pelo Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.
Ainda conforme divulgado, integrantes do governo que atuaram para prender os invasores suspeitam que militares do Exército tenham atuado para acobertar familiares.
Bahia Notícias
Comandante de Operações da PM do Distrito Federal saiu de folga na véspera das invasões
Então comandante de Operações da PM-DF, Jorge Eduardo Naime pediu folga e foi dispensado na véspera das invasões aos Três Poderes, em Brasília, no último dia 8 de janeiro. Segundo documentos obtidos pelo Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, Naime solicitou as folgas entre os dias 3 e 8 de janeiro (domingo). O último dia de dispensa policial foi justamente na ocasião dos atos antidemocráticos.
Segundo o sistema interno da PM, as folgas foram solicitadas no dia 3 (terça-feira) e concedidas no dia 5. O pleito de Naime foi aceito pelo gabinete do então comandante-geral, Fábio Augusto, exonerado e preso suspeito de omissão. As folgas foram a título de “dispensa recompensa”. O pedido e a concessão das folgas ao comandante de Operações ocorreram em meio a ameaças golpistas.
Na cúpula do governo federal, a coincidência das ausências de Naime e do ex-secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, que estava nos EUA, chamaram a atenção. Assim como o ex-comandante-geral Fábio Augusto, Torres está preso. Já Naime é alvo de apuração na corregedoria da PM por suspeita de retardar as tropas e, assim, permitir a fuga de invasores.
Mesmo de folga, Naime foi chamado de emergência e acabou atuando no dia das invasões. O policial nega que tenha feito corpo mole e garante que agiu com a técnica e o rigor previstos em lei. Leia aqui a íntegra da posição de Naime.
Bahia Noticias
Bairro Santa Maria, uma terra dura pra viver
em 16 jan, 2023 7:35
Adiberto de Souza
Localizado na periferia de Aracaju, o bairro Santa Maria é o exemplo melhor acabado de como o Estado condena o cidadão à miséria. Conhecida antes como Terra Dura, aquela localidade foi escolhida para abrigar migrantes do interior de Sergipe e moradores das primeiras favelas da capital. Desde a década de 80, o bairro recebe famílias sem qualquer renda ou ganhando um salário mínimo em média. Por muitos anos, o Estado só se fazia presente no Santa Maria através da Polícia. Também apareciam por lá os candidatos em época de campanha política. Estes prometiam mundos e fundos aos moradores em troca dos milhares de votos, mas desapareciam depois das eleições. Claro que, nos últimos anos, o governo estadual e a prefeitura têm feito fortes intervenções naquele bairro, porém vai demorar muito para os problemas crônicos serem reduzidos. A crescente violência, a precariedade dos serviços de saúde, iluminação pública, transporte, creches, lazer e infraestrutura habitacional, são problemas que não se revolvem de uma hora pra outra. Portanto, vamos continuar assistindo as operações policiais para tirar de circulação suspeitos de praticarem crimes dentro e fora do bairro Santa Maria, uma terra muito dura pra viver. Misericórdia!
Dia de posse
Em solenidade agendada para às 19 horas de hoje, será empossada a nova diretoria do Sebrae Sergipe para o quadriênio 2023-2026. Serão empossados Ivan Apóstolo Sobral, como presidente do Conselho; Priscila Dias Felizola, superintendente; Brenno Barreto, diretor técnico; e Raimundo Almeida Neto, diretor Administrativo e Financeiro. A nova diretoria foi eleita no dia 12 de dezembro por representantes das 15 entidades que compõem o Conselho Deliberativo da entidade. Priscila Felizola é a primeira mulher a ocupar o cargo de superintendente do Sebrae em Sergipe. Então, tá!
Cadeia para os golpistas
O senador Alessandro Vieira (PSDB) está cada vez mais convencido que os chamados patriotas responsáveis pela depredação do Congresso, do Planalto e do Supremo não passam de bandidos extremistas. Após afirmar que lugar de bandido é na cadeia, o tucano parabenizou os policiais do Senado, “que fizeram o máximo possível sem apoio de ninguém”. Vieira também afirmou que vão surgir cada vez mais provas de que membros do governo Bolsonaro tentaram reiteradamente reunir condições para um golpe de Estado. “É preciso respeitar o devido processo legal, mas a cadeia é o destino dos golpistas”, fuzilou Alessandro. Crendeuspai!
Luto
Será cremado hoje, o corpo do empresário e político Clóvis Silveira, 75 anos. Ele morreu ontem em Aracaju, vítima de um câncer no intestino. O velório está acontecendo na Osaf, à rua Itaporanga, no centro de Aracaju. A cerimônia de cremação será exclusiva para os familiares. Clóvis era natural de Alagoas, mas morava em Sergipe há mais de 50 anos. Ele foi dirigente de quatro partidos políticos e atualmente era filiado ao MDB. Silveira também foi secretário de estado nas gestões do saudoso governador João Alves Filho. Descanse em paz, amigo!
Sol e praia
Engana-se quem pensa que o ex-governador Jackson Barreto (MDB) anda acabrunhado porque o seu grupo político perdeu as eleições estaduais. É verdade que o fidalgo reduziu muito a frequência em eventos, porém continua de espírito leve, principalmente quando o convidam para curtir o sol e a praia. Neste último final de semana, por exemplo, JB deu com os costados em Maceió para aproveitar o mar azul turquesa de Alagoas. Na foto, Jackson com o neto Gustavo e o amiguinho Accioly. Quem pode, pode, quem não pode se sacode!
Abandonando o barco
São muitos os bolsonaristas de Sergipe que apagaram mensagens e fotos que os vinculavam nas redes sociais ao grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Estão preferindo esquecer, pois viram que a canoa estava furada. Mais de 1.400 dos golpistas que invadiram e destruíram parte dos prédios do Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal e Congresso Nacional no último dia 8 já foram presos. O MPF apura a situação de Sergipe. Esta informação é do blog Primeira Mão.
De mulher pra mulher
A secretária Nacional de Renda e Cidadania Eliane Aquino (PT) fez uma visita de cortesia à primeira dama de Sergipe, Érica Mitidieri. A petista integra o Ministério do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à fome, responsável pelos benefícios de transferência de renda. Após a reunião, Érica disse que a visita da ex-vice-governadora de Sergipe foi produtiva para fortalecer as parcerias em prol dos sergipanos. Para quem não sabe, a primeira dama também é secretária estadual de Desenvolvimento Social e Cidadania. Ah, bom!
Justiça aceita Pix
Eleitores que não compareceram às urnas e não justificaram a ausência por três eleições consecutivas devem regularizar a situação. Para tanto, a Justiça Eleitoral disponibiliza formas de pagamento via Pix ou cartão de crédito, que são realizadas por meio do PagTesouro. Para efetuar o pagamento via Pix, o devedor pode optar por uma chave de pagamento via QR Code, com validade de 24 horas, ou um código numérico, que deve ser copiado no aplicativo do banco em que tiver conta. Quem escolher o pagamento com cartão de crédito será redirecionado para o Mercado Pago ou PicPay. Marminino!
Contra o golpe
Ex-candidata à Presidência da República, a sindicalista Vera Lúcia (PSTU) ficou surpresa com a minuta de um decreto encontrada pela Polícia Federal na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. A distinta tem perguntado por que, após esse documento que visava mudar o resultado das eleições, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não foi preso ainda? Por sua vez, o PSTU postou mensagem nas redes sociais pedindo investigação e punição para Bolsonaro e a família dele, os generais golpistas e os empresários que financiaram toda a mobilização da extrema-direita. Home vôte!
Noite de autógrafos
O desembargador Edson Ulisses lança nesta segunda-feira, o livro “O Quinto Constitucional – Uma odisseia”. A quinta obra da carreira literária do presidente do Tribunal de Justiça de Sergipe trata sobre o caminho traçado por ele para chegar ao cargo máximo do Poder Judiciário estadual. O livro tem mais de 200 páginas e seu prefácio é assinado pelo jornalista Luiz Eduardo Costa. O lançamento está agendado para às 18 horas, no Palácio da Justiça Tobias Barreto de Menezes, centro de Aracaju. Prestigie!
INFONET
Militares estão por trás de tudo e usam Bolsonaro como “laranja”, diz pesquisador
Fernanda Mena
Folha
Omissão, negligência, incompetência ou cumplicidade. As explicações possíveis para o comportamento do Exército antes, durante e depois das invasões que vandalizaram as sedes dos três Poderes em Brasília seguem indefinidas uma semana após o famigerado 8 de janeiro de 2023.
Para o antropólogo Piero Leirner, 54, professor titular da Universidade Federal de São Carlos e que pesquisa as Forças Armadas há mais de 30 anos, só não dá para dizer que os militares não tiveram nada a ver com essas ações.
DIANTE DO QG – “Entre as pessoas que protagonizaram os ataques estavam militares da reserva e parentes de militares. Estavam acampados há tempos na frente aos quartéis. Em Brasília, estavam ao lado do Centro de Inteligência do Exército”, aponta o autor de “O Brasil no Espectro de uma Guerra Híbrida” (Alameda Editorial, 2020).
Para ele, “o modo de ação de militares é minimizado, como um programa que está rodando, e a gente não vê, porque eles produziram algo extremamente vantajoso para si: um laranja, o ex-presidente Jair Bolsonaro, para que absorvesse todos os males”.
“Tudo é feito em nome de ‘bolsonaristas radicais’. Mesmo os generais que começaram a produzir ameaças foram chamados de generais bolsonaristas. O uso desse adjetivo faz parecer que se trata de adesão pessoal, e não de projeto”, afirma.
EM CARGOS CIVIS – O pesquisador sugere que esse projeto vem de longa data, visando a estabelecer um centro de governo fincado na inteligência militar como grande dispositivo avaliador do Estado e suas políticas no Brasil. “Para isso, é preciso um mega dispositivo de informações e um arcabouço legal que dê blindagem efetiva aos militares.”
Segundo Leirner, o efeito mais visível desse projeto são os milhares de militares alocados em cargos civis nas instituições de Estado. Mas o mais importante são os atos e decretos dos últimos anos que concentraram controles em órgãos comandados por generais, como o GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
SEM TRANSPARÊNCIA – A transição da área da Defesa, diz, é um índice do problema. “Foi a única área em que não houve discussão, num processo pouco transparente que sugere que as escolhas na Defesa foram, na verdade, acordos ou imposições”, aponta Leirner.
Em resumo, diz, só há dois modos de entender a ausência de medidas de contenção dos manifestantes golpistas por parte do governo. “Ou Lula não foi informado sobre o que estava acontecendo, ou foi omisso.”
Há sentido em comparar as invasões do Palácio do Planalto, STF e Congresso Nacional à tomada do Capitólio nos EUA em 2021? O roteiro disponível para o pessoal que fez as invasões em Brasília era o roteiro da invasão do Capitólio. O ponto de divergência que eu tenho em relação a considerá-las como uma simples cópia é que isso oblitera completamente o dedo dos militares nesse processo no Brasil e sua responsabilização.
Nos EUA, as Forças Armadas se opuseram publicamente ao movimento golpista. E por aqui?
No Brasil, as Forças Armadas são agentes operacionais que, de certa forma, estão produzindo esse negócio há anos. Se, no dia seguinte ao segundo turno, o comandante do Exército se pronunciasse sobre a lisura das eleições e reconhecesse o resultado das urnas, uma vez que eles estavam inseridos no processo eleitoral, ele teria tirado o combustível desse movimento.
Qual foi então o papel dos militares nas invasões em Brasília? Os militares estavam dando o direcionamento desse movimento e sustentando esses acampamentos, mesmo que não fosse uma ordem direta. As pessoas que protagonizaram os ataques formavam um grupo heterogêneo, mas com uma variável comum: a tal família militar. Havia militares da reserva e parentes de militares entre eles. Quando esse pessoal começava a perder o gás, aparecia um militar ali no acampamento para dar gás de novo. Esse foi, por exemplo, o papel do general Villas Bôas, que chegou a passear de carro pelo acampamento de Brasília.
E a invasão?
O Centro de Inteligência do Exército (CIEx) fica ao lado do QG de Brasília e uma de suas funções é monitorar o que eles chamam de “o nosso pessoal”. É evidente que os generais estavam sabendo do que estava acontecendo e não fizeram nada para reverter o movimento. Esperaram acontecer. Quando o pessoal começou a sair do acampamento rumo à praça dos Três Poderes, as forças de segurança deveriam ter sido colocadas ali. Se não o foram é porque havia interesse em que a invasão ocorresse.
A ação de indivíduos pertencentes às Forças Armadas é capaz de tornar a instituição cúmplice das invasões do dia 8 de janeiro?
A noção de indivíduo dentro da instituição militar é muito diferente da nossa – os civis que eles chamam de paisanos. Lá, o indivíduo está dentro de uma cadeia de comando. Ele não faz algo só da cabeça dele. É preciso autorização. O modo de ação deles é minimizado porque fizeram algo que lhes é extremamente vantajoso, que é botar um laranja para absorver todos os males. Produziram Bolsonaro para que ele absorvesse, como uma espécie de para-raios, toda a pecha de radical. Tudo é feito em nome de “bolsonaristas radicais”. Mesmo os generais que começaram a produzir ameaças foram chamados de generais bolsonaristas. O uso desse adjetivo faz parecer que se trata de adesão pessoal, e não de projeto. Produzir a desordem para depois se apresentar como os elementos que podem recompor a ordem é uma equação que precisa do Bolsonaro para funcionar.
Mas não é um tiro no pé os militares apoiarem ações capazes de desacreditar o mesmo bolsonarismo que os trouxe de volta ao poder?
Não, se os militares quiserem descartar Bolsonaro, uma vez que ele perdeu as eleições e não tem mais muita utilidade. A segunda coisa é jogar no colo de Bolsonaro o máximo possível da responsabilização pelo que aconteceu. Até agora, figuras como o [ministro das Relações Institucionais] Alexandre Padilha, o [ministro da Justiça] Flávio Dino e o [ministro da Defesa] José Múcio rapidamente se pronunciaram no lugar deles, ao dizerem, logo após as invasões, que o envolvimento dos militares era algo pontual, e não institucional.
O que os militares ganham com as invasões de 8 de janeiro? Todo mundo está falando em terrorismo. Eles podem produzir uma nova lei antiterror a partir da caneta da esquerda, como foi em 2016, na esteira dos grandes eventos do Rio. E, assim, criar estados de exceção e de monitoramento permanente no Brasil. Se as ações de 8 de janeiro forem consideradas terrorismo, são os militares que irão gerenciar a informação e ter controle sobre o que se enquadra nessa tipificação. É muito semelhante ao Patriot Act, a lei antiterrorismo aprovada após os atentados de 11 de setembro nos EUA.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Até que enfim aparece um observador para dizer que os militares usam Bolsonaro como “laranja”. E o grande mentor de toda essa esculhambação foi o general Eduardo Villas Boas, ex-comandante do Exército. O resto é folclore, como diz Sebastião Nery. (C.N.)
Defesa de Bolsonaro atribui a “infiltrados” o vandalismo e as depredações em Brasília
Publicado em 15 de janeiro de 2023 por Tribuna da Internet
Rayssa Motta
Estadão
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nesta sexta-feira, 13, que ele tenha relação ou participação com os atos golpistas vistos no último domingo na Praça dos Três Poderes. A manifestação foi enviada à imprensa pelo advogado Frederick Wassef.
A nota do defensor de Bolsonaro foi distribuída depois que a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar se o ex-presidente incitou a ação dos vândalos. Horas depois, o pedido foi aceito pelo ministro Alexandre de Moraes, para quem Bolsonaro pode ter contribuído, ‘de maneira muito relevante’, para protestos extremistas.
“MOVIMENTOS SOCIAIS” – O advogado Frederick Wassef, que representa o ex-presidente, afirmou que ele ‘repudia veementemente os atos de vandalismo e depredação do patrimônio público’.
A defesa também chamou as manifestações radicais de ‘movimentos sociais espontâneos’, em uma tentativa de minimizar os efeitos do discurso de Bolsonaro sobre seus apoiadores.
A nota também endossa a narrativa de que os atos de vandalismo foram obra de ‘infiltrados’ na manifestação. Há inúmeros registros de bolsonaristas que filmaram a depredação dos prédios públicos.
MINUTA DE DECRETO – A inclusão de Bolsonaro como investigado ocorre um dia após vir a público a apreensão de uma minuta de decreto para o então presidente declarar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e anular a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O documento foi encontrado pela Polícia Federal (PF) na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, que teve a prisão preventiva decretada enquanto passava férias nos Estados Unidos e pode ser extraditado se não voltar ao Brasil.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse mais cedo que a minuta é o ‘elo perdido’ entre os protestos organizados após a derrota de Bolsonaro e os atos golpistas do dia 8.
NOTA DO ADVOGADO – A nota distribuída pelo advogado Frederick Wassef, em nome de Jair Bolsonaro, é do seguinte teor:
“O presidente Jair Bolsonaro sempre repudiou todos os atos ilegais e criminosos, e sempre falou publicamente ser contra tais condutas ilícitas, assim como sempre foi um defensor da Constituição e da democracia. Em todo o seu governo, sempre atuou dentro das quatro linhas da Constituição”, diz a nota, acrescentando:
“O presidente Jair Bolsonaro repudia veementemente os atos de vandalismo e depredação do patrimônio público cometido pelos infiltrados na manifestação. Ele jamais teve qualquer relação ou participação nestes movimentos sociais espontâneos realizados pela população.”
Quem prende deve pensar na hora de soltar, e há muitas prisões claramente ilegais
Elio Gaspari
Folha/O Globo
Desde domingo (8) foram presas pelo menos 1.800 pessoas em Brasília. Delas, umas 1.300 estavam no acampamento golpista diante do quartel-general do Exército. Cerca de 500 foram detidas na cena das invasões do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal e do Congresso. Muitos dos que foram presos no acampamento haviam participado das invasões e retornaram à noite.
Apesar da superposição, os dois grupos são distintos. Quem estava no acampamento pedindo um golpe de Estado não pode ser suspeito de ter praticado ato de vandalismo nas sedes dos três Poderes da República. São dois comportamentos reprováveis, porém distintos.
DOIS EXEMPLOS – O bem-aventurado arrastão de Brasília foi o maior da história nacional. Superou dois outros, o do congresso clandestino da União Nacional dos Estudantes, em Ibiúna (1968), e o da PUC de São Paulo (1977), onde jovens comemoravam a refundação da UNE (União Nacional dos Estudantes).
Os arrastões de 1968 e 1977 deram-se durante a ditadura. Em Ibiúna, foram presos cerca de 1.240 jovens. Na PUC, cerca de mil.
Seis dias depois do arrastão de Ibiúna, quase todos os detidos haviam sido identificados e soltos. Continuaram presos menos de 20 jovens, contra os quais havia mandados de prisão preventiva. Na PUC de São Paulo, depois de três dias todos os presos estavam soltos, depois de terem sido identificados. Dezenas responderam a processos.
HAVIA TERRORISMO – Em 1968, antes do arrastão, grupos terroristas de direita haviam praticado seis sequestros e mais de 30 atentados com bombas, sem vítimas. Nesse mesmo período, o surto terrorista de esquerda contabilizava uma dezena de assaltos e seis mortos, entre os quais um major do Exército alemão confundido com um capitão boliviano. Em 1977, não existia mais terrorismo de esquerda.
Agora, neste arrastão de 2023, aconteceram episódios inquietantes. Num regime democrático ameaçado por golpistas, manifestantes de Brasília, irresponsavelmente, levaram crianças para o acampamento. Segundo o Conselho Tutelar do Distrito Federal, às 15h de segunda-feira (9), foram atendidas 20 famílias detidas com 23 crianças ou adolescentes menores de idade.
Isso significa que eles ficaram detidos por cerca de 24 horas. Precisava? Quem sabe prender precisa saber soltar. Os menores poderiam ter sido entregues a familiares em questão de horas.
AINDA PRESOS – Na tarde de sexta-feira (13), centenas de pessoas continuavam detidas em Brasília. Não se sabe quantas foram apanhadas no acampamento e quantas estavam nas depredações na praça dos Três Poderes. Nos arrastões de 1968 e de 1977, seis noites depois, continuavam presas menos de dez.
Aqueles que invadiram prédios, cometeram um crime específico e sofrem a pena da lentidão burocrática. Os do acampamento, a maioria entre os detidos, poderiam ter sido libertados há dias, logo depois da devida identificação e tomada de depoimento.
A burocracia das prisões explica a demora pelo cumprimento dos trâmites que incluem a tomada de depoimentos e a realização de audiências de custódia. Tudo bem, mas em outubro de 1968 (antes do AI-5) e em 1977 (às vésperas da demissão do ministro do Exército Sílvio Frota), a ditadura soltava os presos de seus arrastões com maior celeridade. Se quem prendeu não dispunha dos meios para soltar, o problema é de quem prendeu.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É da maior importância este artigo de Elio Gaspari. Há centenas de prisões ilegais, por ordem do ministro Flávio Dino, que é ex-juiz federal e deveria respeitar a lei. Na segunda-feira, dia 9, revelamos aqui na TI que na invasão só tinham sido feitas apenas 209 prisões. E somente 39 foram presos em flagrante dentro do Congresso. Ou seja, foram apanhados em flagrante e têm de ser mantidos na cadeia. Todos os demais não têm flagrante, com algumas exceções, como o bolsonarista apanhado no acampamento com um laptop do Senado. Assim, ao alegar que defende a democracia, na verdade Flávio Dino comporta-se como um protótipo ditatorial. É lamentável. (C.N.)
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