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terça-feira, abril 01, 2025

Governo de Trump está afundando os Estados Unidos e o resto do mundo

Publicado em 1 de abril de 2025 por Tribuna da Internet

A imagem mostra um homem sentado à mesa no Salão Oval, segurando um documento assinado. Ele tem cabelo loiro e está vestido com um terno escuro. Ao fundo, há uma cortina dourada e bandeiras dos Estados Unidos. Um segundo homem, de terno claro, está em pé ao lado, observando. Na mesa, há um telefone e uma folha de papel.

Trump prometeu divulgar o tarifaço nesta quarta-feira

Joel Pinheiro da Fonseca
Folha

Ninguém sabe o que virá neste “Dia da Libertação”, ou seja, o pacotaço tarifário de Trump a ser anunciado nesta quarta-feira. Provavelmente nem ele. O Brasil estará no meio? Pode ser. Pode ser tudo um grande blefe que resulte em uma ou outra tarifa simbólica? Também pode.

Tudo indica, contudo, que as tarifas não sejam mero blefe ou estratégia de negociação, e sim uma real política econômica, que cumpre dois objetivos. O primeiro objetivo das tarifas é aumentar a arrecadação federal, que precisará ser compensada dados os enormes cortes de impostos prometidos por Trump.

ABISMO FISCAL – Peter Navarro, o assessor de comércio e indústria, alega que as tarifas sobre automóveis vão arrecadar US$ 100 bilhões por ano e as restantes tarifas outros US$ 600 bilhões. Sem elas, o governo cairá no abismo fiscal.

O segundo objetivo é gerar empregos na indústria americana, reduzindo importações e estimulando a produção dentro dos EUA.

Um objetivo conflitua com o outro. Se a indústria americana substituir os bens antes importados, isso reduzirá a importação, e a arrecadação das tarifas irá cair. De resto, americanos e cidadãos de outros países enfrentarão preços mais altos e menor crescimento.

RECESSÃO RECORDE – O banco Goldman Sachs aumentou a probabilidade de uma recessão americana nos próximos 12 meses de 20% para 35%. A confusão e o amadorismo com que tudo no governo é feito também cobram um preço. Ninguém ousa investir num contexto tão imprevisível.

Quem dera fossem só as tarifas. Trump diz querer transformar o Canadá em estado americano. Voltou a sugerir que pode usar força militar contra a Dinamarca para anexar a Groenlândia. Aí sim, só pode ser blefe; mesmo assim, corrói as relações.

Seus assessores chamam a Europa de “aproveitadora” e “patética” num chat vazado por pura incompetência. Como manter laços com um presidente assim?

CAOS E HOSTILIDADE – A vitória de Trump parecia uma bênção para a direita do mundo todo, inclusive a brasileira. Agora já não é tão simples.

O governo está tão caótico e tão desnecessariamente hostil que causa embaraço em seus aliados internacionais. Se o presidente americano taxa suas empresas e insulta seu país, a proximidade com ele fica tóxica.

Isso já está acontecendo no Canadá e deve acontecer também nas direitas nacionalistas europeias. O nacionalismo americano —quem diria!— não se alinha com os nacionalismos de outros países.

HEGEMONIA GLOBAL – Uma coisa é verdade: os EUA não têm mais a hegemonia global inconteste como tiveram nos anos 90 e 00. Recolocar-se no mundo de outra maneira —inclusive exigindo maior presença das potências europeias— é necessário.

Os EUA poderiam ajudar a fortalecer instituições e regras internacionais, que são a base da globalização que garante a prosperidade e a preeminência americanas. Em vez disso, Trump desdenha aliados, rasga acordos e tenta arrancar vantagens na marra, como se isso não afetasse a disposição futura do resto do mundo de cooperar com os EUA.

Você pode fugir da realidade, mas não das consequências de fugir da realidade. A economia pagará um preço. Mas não vai parar. Novos caminhos serão abertos —China, Coreia e Japão voltaram a falar num acordo comercial. O Brasil também busca novos mercados. Quando os EUA voltarem ao jogo da globalização, encontrarão um mundo que depende menos deles. Ao tentar agarrar os frutos que restam da antiga hegemonia, Trump a verá escorrer-lhe pelas mãos.


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