Quando fui informado que a Secretária de Educação prestaria esclarecimentos através do programa da Jeremoabo FM, já esperava que ela iria se explicar sem apresentar nenhuma justificativa concreta. Afinal, o direito de não produzir provas contra si mesmo está consagrado no artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição Federal.
É verdade que, mesmo diante da insistência de Adalberto em saber qual o objeto da busca e apreensão realizada pela Polícia Federal na secretaria de educação, a secretária se limitou a dizer que os agentes apenas olharam alguns documentos e que o foco da investigação eram licitações com transporte escolar anteriores à sua gestão.
No entanto, o que mais chama atenção é o caso denunciado pelos vereadores da oposição: um agente de saúde lotado em Paulo Afonso, que ganhando o salário mínimo, venceu uma licitação no valor de R$ 8 milhões. A empresa vencedora, com sede em Cícero Dantas, não foi encontrada pelos vereadores no endereço indicado.
Diante disso, surge a dúvida: como esse cidadão conseguiu participar da licitação e sair vitorioso sem possuir um único ônibus escolar? A magnitude da fraude é evidente, e o alto número de agentes da Polícia Federal envolvidos na operação (30, segundo informações) reforça essa tese.
Vale ressaltar que essa não é a primeira licitação fraudada em Jeremoabo. Esperamos que a justiça seja feita e que o dinheiro desviado seja utilizado para a compra de pneus para os ônibus escolares e para a reforma do Colégio São João Batista.
Dinheiro público desviado: R$ 8 milhões em licitações fraudulentas na Secretaria de Educação de Jeremoabo.