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segunda-feira, abril 15, 2024

Democracia dos EUA corre riscos por não ter sabido renovar as instituições

Publicado em 15 de abril de 2024 por Tribuna da Internet

Em matéria de renovação, os americanos estão muito mal

Hélio Schwartsman
Folha

A democracia americana tem um problema. Ali é possível tornar-se presidente mesmo recebendo menos votos que o adversário. Das últimas três eleições de presidentes republicanos, George W. Bush em 2000 e 2004 e Donald Trump em 2016, duas se deram com o vitorioso no colégio eleitoral perdendo no voto popular (2000 e 2016). Antes desses casos, isso só ocorrera um par de vezes no século 19.

O fenômeno se deve a uma combinação de mudanças demográficas, como urbanização e imigração, que fortaleceram a base eleitoral dos democratas, com a rigidez da Constituição americana, que só pode ser alterada se houver virtual consenso sobre a matéria, o que não acontece porque republicanos não votarão para reduzir suas chances de chegar à Casa Branca.

PIONEIRISMO – Os EUA pagam o preço de seu pioneirismo. Quando os “founding fathers” (pais fundadores) desenharam sua República, procuraram equilibrar instituições majoritárias, como o voto popular, com contramajoritárias, como o colégio eleitoral, a Suprema Corte e o laborioso processo de emendas constitucionais.

A ideia era evitar os riscos do populismo. Os “founding fathers” eram leitores de Platão e Aristóteles, que não morriam de amores pela democracia.

Durante muito tempo, funcionou bem. A ideia de criar um sistema de freios e contrapesos segue válida — e essencial —, mas o mix escolhido envelheceu mal. O colégio eleitoral é a mais visível das fossilizações.

EUA SÃO EXCEÇÃO – Contra Platão e Aristóteles, os princípios democráticos se firmaram no Zeitgeist, o espírito do tempo. Não há mais presidencialismo respeitável em que o principal governante não seja eleito pelo voto direto. A exceção são justamente os EUA.

Já vimos esse filme. Não é incomum que empresas e mesmo países que produzam uma inovação relevante acabem encalacrados em seu modelo e não consigam flexibilizá-lo quando necessário.

Pense numa Kodak. Ou em Portugal e Espanha, que acabaram presos ao bulionismo, no entesouramento de metais preciosos. Para os Estados Unidos, ainda não é tarde demais.


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