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segunda-feira, dezembro 11, 2023

Uso do termo “genocídio” para a reação israelense visa à condenação dos judeus

Publicado em 11 de dezembro de 2023 por Tribuna da Internet

Presidente Lula conversa com o presidente da Autoridade Palestina — Planalto

Lula devia parar de falar em “genocídio” dos palestinos

Demétrio Magnoli
Folha

Amin al-Husseini, mufti de Jerusalém, deflagrou em 1936 a Revolta Árabe na Palestina britânica. No exílio, em novembro de 1941, redigiu uma declaração conjunta com a Alemanha nazista e a Itália fascista destinada a “resolver” a “questão judaica” no Oriente Médio “como foi solucionada na Alemanha e na Itália”. O documento paradigmático continua, até hoje, a nortear os defensores da eliminação do Estado de Israel.

A guerra de 1948 nasceu da rejeição da Liga Árabe à bipartição da Palestina aprovada pela ONU. A Guerra de 1967 foi precipitada pela aliança entre Egito e Síria baseada no objetivo de supressão do Estado judeu. O Hamas, fundado com uma carta que reafirma o antigo objetivo exterminista, surgiu em campanha de terror contra os Acordos de Oslo de 1993. A guerra em Gaza representa a continuação da resistência judaica ao plano de varrer os judeus da Terra Santa formulado em 1941.

PROPAGANDA – Os parágrafos anteriores parecem história, mas são propaganda. O método que os orienta é a seleção e descontextualização, não a falsificação. Eles obedecem à estratégia de produzir uma narrativa de conspiração. Foi assim que Arlene Clemesha, professora de História Árabe na USP, escreveu seu artigo sobre a Nakba. A diferença: no lugar de propaganda pró-Israel, fabricou propaganda anti-Israel.

O também professor e cientista político Leonardo Avritzer já refutou essa narrativa histórica enviesada, evidenciando os matizes e a complexidade da questão. Resta iluminar o lugar da conspiração no discurso ideológico de Clemesha.

Narrativas de complô adoram textos originários: o plano dos conspiradores. Pode ser a declaração Husseini/Hitler ou, na versão de Clemesha, o Plano Dalet. O documento, um entre tantos produzidos por atores diferentes, nos dois lados, em épocas e contextos diversos, emerge no artigo dela como a prova de algo como uma “Nakba permanente”. O artigo é sobre a guerra atual, embora simule abordar a guerra de 1948.

CONSPIRAÇÃO JUDAICA – O ponto relevante: a noção de uma conspiração judaica apoiada num plano escrito tem sua própria história. A fonte do antissemitismo contemporâneo encontra-se nos Protocolos dos sábios de Sião, a fraude policial inventada na Rússia czarista sobre um projeto de dominação mundial articulado por sombrios líderes judeus.

No artigo de Clemesha, o Plano Dalet cumpre a função dos Protocolos. Seria um roteiro ancestral seguido por sucessivos governos sionistas com o objetivo de concluir a despossessão palestina. Sábios de Sião, parte 2.

Arlene Clemesha não quer a paz em dois Estados. Acha que israelenses e palestinos precisam “encontrar formas de viverem juntos, do rio ao mar” –a senha do “Estado único” inscrito na carta do Hamas de 2017, cujo pressuposto óbvio é o desaparecimento de Israel. Para isso, sugere um intercâmbio esdrúxulo destinado a “gerar a reparação”: o reconhecimento dos sofrimentos dos judeus no Holocausto e dos palestinos na Nakba.

E A REPARAÇÃO? – A equiparação dos dois eventos é, quase, negação do Holocausto. Mas o truque vai além. A “reparação” pelo Holocausto não caberia jamais aos palestinos, que não participaram do genocídio nazista. Já a “reparação” pela Nakba caberia a Israel, a quem o artigo atribui veladamente a autoria de um genocídio continuado. Finalidade: traçar um sinal de equivalência entre o Estado judeu e a Alemanha de Hitler.

O artigo não surpreende: nove anos atrás, na hora do massacre terrorista da redação do Charlie Hebdo, Clemesha atribuiu às vítimas a responsabilidade por suas mortes. O que deveria surpreender é o uso ritual do termo “genocídio” para mencionar a operação de guerra israelense.

Lula faz isso, noite e dia. Prefere, sempre, “genocídio” a “crimes de guerra”. Há um motivo para isso, exposto de modo (mal) oculto no artigo de Clemesha: não se trata de condenar atos desse ou daquele governo de Israel, mas de condenar inapelavelmente o próprio Estado judeu.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Belíssimo artigo de Demétrio Magnoli. É inaceitável a demonização que fazem dos judeus. O problema é que os palestinos islamitas transformaram Israel num motivo para morrerem como heróis. Na verdade, são escravos em vida, acorrentados por uma religião que lhes proíbe a alegria de viver, aprisiona as mulheres e persegue os homossexuais. Assim, a maioria dos jovens islamitas prefere ir logo para o paraíso, onde cada um é esperado por 72 virgens e um punhado de viúvas sedentas de amor. Quando morrem, seus pais se orgulham, é uma inversão total de valores. Os islamitas acreditam nisso, ninguém jamais conseguirá vencê-los sem guerra. Depois de destruírem os judeus, vão atacar os cristãos, os espiritualistas, os ortodoxos, os umbandistas, será um nunca-acabar. Como dizem os árabes, “Maktub” (Assim estava escrito), (C.N.)


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