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domingo, novembro 20, 2022

O mapa econômico depois da pandemia - Editorial




Novo estudo do IBGE mostra que o peso de SP na economia brasileira continua a diminuir, enquanto Estados com forte produção agropecuária apresentam resultados melhores

A pandemia mudou a classificação dos Estados brasileiros. Ruim para todos, a pandemia afetou de maneira diferente a economia de cada um deles, acentuou algumas tendências, modificou outras e alterou o peso de várias Unidades da Federação na composição da economia brasileira. O novo Brasil que vinha se desenhando desde o início do século foi, como o resto do mundo, duramente afetado pela covid-19. Em 2020, o PIB brasileiro diminuiu 3,3%, de acordo com novo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Das 27 Unidades da Federação, 24 registraram queda de seu produto. Apenas 2 Estados, Mato Grosso do Sul e Roraima, cresceram e 1, Mato Grosso, não cresceu nem encolheu.

Mas, entre os que viram sua economia encolher, uns sentiram mais os efeitos das medidas necessárias para conter o avanço da pandemia. A economia do Estado de São Paulo, por exemplo, diminuiu 3,5%, mais do que a média nacional. Por isso, o peso da economia paulista no PIB brasileiro, que vem diminuindo há anos, encolheu mais. São Paulo continua a ser, por grande margem, a maior Unidade da Federação em termos de produção, mas sua participação, que era de 34,9% do PIB nacional em 2002, ficou em 31,2% em 2020 (em 2019, tinha sido de 31,8%).

A explicação para isso está no efeito da pandemia sobre os três grandes grupos de atividades econômicas aferidos pelo IBGE. Entre 2019 e 2020, a produção da indústria brasileira diminuiu 3,0% e o volume do setor de serviços ficou 3,7% menor. A agropecuária, de sua parte, teve crescimento de 4,2%.

Dos serviços, segundo o IBGE, o de alojamento e alimentação teve redução de 27,0% em 2020 na comparação com o ano anterior. Os serviços domésticos, de sua parte, diminuíram 23,3%. Estes são alguns dos efeitos mais notáveis das restrições à circulação de pessoas para conter a disseminação da covid-19. O setor de serviços é o de maior peso na economia brasileira, com participação de 70,9% no PIB em 2020 (tinha sido de 73,3% no ano anterior). Em São Paulo, essa participação é ainda maior, de 77%, daí o Estado ter sido mais duramente afetado pelo desempenho desse setor.

O fato de a agropecuária ter crescido em ritmo apreciável em 2020, em razão do aumento da produção, sobretudo, de soja, milho e café, além da pecuária, beneficiou Estados do Centro-Oeste. O crescimento do PIB estadual de Mato Grosso Sul é o exemplo mais claro desse efeito. Já no Rio Grande do Sul, onde a agropecuária tem grande peso, a produção foi afetada pela seca.

Como ocorre com o PIB do Estado de São Paulo, a produção somada de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul também vem perdendo participação no PIB brasileiro. Por isso, o peso das demais 22 Unidades da Federação vem crescendo, e em 2020 chegou a 37,3% do PIB nacional, ante 36% em 2019 e 31,9% em 2002. É uma indicação de um país menos desigual do ponto de vista da produção.

É notável o desempenho de Mato Grosso neste século. Entre 2002 e 2020, o PIB estadual cresceu 130,4%, o que fez sua participação no PIB nacional passar de 1,3% para 2,3%. O PIB de São Paulo aumentou 39,0% nesse período. Entre 2019 e 2020, Mato Grosso passou da 13.ª para a 12.ª posição entre as maiores economias estaduais, superando o Ceará.

Quanto ao PIB por habitante, o estudo do IBGE mostra uma notável diferença entre os Estados. Os mais bem classificados são os das Regiões Sudeste e Centro-Oeste. O Distrito Federal é a Unidade da Federação com o maior PIB per capita do País (R$ 87.016,26), bem maior do que a média nacional (R$ 33.935,76). Em seguida vêm São Paulo (R$ 51.364,73) e Mato Grosso (R$ 50.663,19). Concentração de funcionários públicos, com renda média superior à da população, desenvolvimento econômico acentuado e forte produção agropecuária explicam cada um desses resultados.

No outro extremo, está o Maranhão, com PIB per capita de R$ 15.027,69 em 2020. Corresponde a apenas 17,3% do resultado do Distrito Federal. Esse número parece sintetizar as disparidades regionais, sociais e econômicas do País.

O Estado de São Paulo

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