Publicado em 8 de outubro de 2022 por Tribuna da Internet
Roberto Nascimento
Num país em que há milhões de pessoas em situação de miséria absoluta, sem saneamento básico, com dificuldades de água potável e alimentação, é obrigatório haver política assistencialista, que vinha sendo praticada por todos os governos desde Getúlio Vargas. Em 2001, a então primeira-dama Ruth Cardoso liderou a unificação dos programas de transferência de renda e de combate à fome, com o Bolsa-Escola e o Vale-Gás.
Em 2003, o governo Lula mudou para Bolsa Família, que cresceu muito desde então, até ser transformando em Auxílio Brasil no governo Bolsonaro, devido à epidemia.
HÁ ALGO DE NOVO – Se a política assistencialista sempre existiu nas últimas décadas, com objetivos sociais e também eleitorais, é claro, é preciso dizer que nunca houve fatos como esse, com lançamento de política assistencialista às vésperas da eleição, para evidente efeito político com o uso da máquina pública, o que não é permitido pela Legislação Eleitoral.
Os juízes eleitorais sabem disso, no entanto tudo foi aprovado por larga margem no Congresso (no Senado, apenas um voto contra). Assim, o Tribunal Superior Eleitoral manteve-se pragmaticamente em silêncio.
Para bancar essa liberação de recursos pré-eleitorais, o governo tirou verbas da Saúde e da Educação. Portanto, trata-se de dar com uma mão e retirar com a outra.
SUCATEAMENTO – Os hospitais públicos ficaram ainda mais carentes e o Sistema Único de Saúde foi atingido, é claro. Na área da Educação, os reitores das Universidades Públicas, diante de um novo corte de recursos, dizem que a situação da gestão se tornou dramática, inclusive no custeio dos prédios públicos das Universidades. Lamentável.
Entretanto, essa política de sufocamento das Universidades federais obedece a um método planejado, porque esse governo entende que o meio acadêmico é um reduto de esquerdistas, portanto, deve ser destruído paulatinamente. Ficou evidente que governam o Brasil pela ótica ideológica, sacrificando a Ciência e a preparação de cérebros qualificados para elevar o país nas áreas tecnológicas.
Um dos maiores erros do atual governo foi conduzir o país a um retrocesso em todos os campos do conhecimento. É impressionante imaginar que esse tipo de governo possa vir a ser apoiado pela maioria da população. Tudo indica que isso não acontecerá, pois essa política é claramente suicida.