Partidos que querem criminalizar pesquisas eleitorais gastaram R$ 13,5 milhões com elas;
Recursos públicos foram usados pelo União Brasil, PL, PP, PSC e Podemos;
União Brasil foi o que mais investiu nos levantamentos.
Os partidos que querem criminalizar as pesquisas eleitorais gastaram cerca de R$ 13,5 milhões para realizar os levantamentos de intenção de voto durante as campanhas eleitorais. Os recursos público, oriundos do fundo eleitoral, foram usados com esse fim pelo União Brasil, PL, PP, PSC e Podemos.
As informações foram obtidas por meio da análise dos gastos de partidos e candidatos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Quanto cada partido gastou em pesquisas
União Brasil
É o partido que mais investiu em pesquisas - R$ 5,6 milhões, ao todo. Desses, R$ 840,9 mil foram para o instituto Alfa Inteligência, que faz levantamentos de opinião qualitativos.
PL
O partido de Jair Bolsonaro gastou R$ 4,6 milhões em recursos públicos para as pesquisas. Do total, R$ 2,2 milhões foram usados pelo presidente, que contratou dois institutos antes do primeiro turno: Cota Pesquisas de Mercado e de Opinião Pública e Ibespe Estudos & Marketing. Bolsonaro foi o candidato que mais gastou com levantamentos, apesar de dizer que não acredita neles.
PP
O partido gastou R$ 2,6 milhões em pesquisas eleitorais. Ricardo Barros, líder do governo Bolsonaro na Câmara que apresentou proposta para punir os institutos, pagou R$ 45 mil ao instituto Data Vox Brasil.
Podemos
Investiu R$ 454 mil nos levantamentos antes do primeiro turno das eleições.
PSC
Da lista de partidos que defendem a punição dos institutos, é o que menos gastou com pesquisas eleitorais: R$ 146 mil.
Criminalização dos institutos de pesquisa
Durante a campanha eleitoral, quando aparecia atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro dizia não acreditar nos levantamentos. Entretanto, ao obter mais votos do que o esperado no primeiro turno, voltou a criticar os responsáveis pelos institutos e sugeriu aos eleitores que não respondessem às perguntas.
Veja as últimas pesquisas eleitorais para presidente:
A base bolsonarista agora tenta aprovar um projeto para punir as empresas de pesquisa com prisão de quatro a dez anos. A sugestão de Ricardo Barros é apoiada por Arthur Lira (PP), presidente da Câmara. Aliados do governo tentaram votar no projeto nesta terça-feira (11), mas não conseguiram. Não há nova data de votação.
Há também uma pressão no Senado para que seja instaurada uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os institutos de pesquisa na Casa.
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