Publicado em 23 de setembro de 2022 por Tribuna da Internet
Andréia Sadi
GloboNews
A equipe de campanha de Lula (PT) avalia que a oscilação positiva do candidato registrada pelo Datafolha nesta quinta-feira (22) veio dos eleitores indecisos, e não do cobiçado voto útil – composto por eleitores de outros candidatos, como Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).
Segundo o Datafolha, Lula tem 47% das intenções de voto no primeiro turno, 2 pontos percentuais a mais que os 45% registrados na pesquisa anterior, de 15 de setembro. A variação está dentro da margem de erro, que é de dois pontos. Bolsonaro se manteve com os mesmos 33%.
AINDA HÁ DÚVIDAS – Em relação a votos válidos (excluídos brancos e nulos), Lula tem 50%. Com esse percentual mais um voto, o petista levaria a eleição em primeiro turno, mas o Datafolha diz ainda não ser possível afirmar se a eleição será ou não decidida em 2 de outubro.
Para tentar liquidar a fatura, a campanha de Lula deposita as esperanças no voto útil. O foco são os eleitores de Ciro Gomes, que está em terceiro na corrida eleitoral e segue estagnado em 7%.
O Datafolha, entretanto, aponta que o percentual dos eleitores de Ciro que ainda admitem mudar o voto caiu de 64% em 18 agosto para 54% na pesquisa divulgada na quinta, segundo o jornal “Folha de S.Paulo”. Já os que estão totalmente decididos saíram de 35% para 46%. Em relação à semana passada, não houve alterações significativas (os que podem mudar o voto eram 52% e os que estão totalmente decididos eram 48%)
ABSTENÇÃO – Já a campanha de Jair Bolsonaro (PL) começou a se preocupar com o risco de abstenção de que seus eleitores diante da consolidação de Lula à frente nas pesquisas (há um mês, o petista tinha os mesmos 47% e Bolsonaro, 32%) e da chance de uma inédita derrota do candidato à reeleição no primeiro turno.
Como o blog adiantou, o presidente tem cobrado de seu QG de campanha uma bala de prata para conseguir reverter o cenário, mas não tem encontrado resposta positiva. Para a equipe, só é possível pensar num novo pacote de bondades caso o presidente vá para o segundo turno.
Além disso, as atitudes do presidente – como repetir o termo “imbrochável”, que usou durante o 7 de Setembro e repetiu na viagem a Nova York – têm jogado contra a diminuição de sua rejeição entre as mulheres, maioria do eleitorado e entre as quais Lula tem vantagem. Então, a estratégia seguirá ser desacreditar as pesquisas eleitorais, como têm feito abertamente o presidente e seus assessores – na segunda-feira (19), o ministro das Comunicações disse que a população vai pedir o fechamento do Ipec após a pesquisa divulgada naquele dia pelo instituto também apontar que Lula vem ampliando a vantagem numérica sobre Bolsonaro.