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sexta-feira, setembro 23, 2022

Bolsonaro abala a democracia, mas voto útil é um grande absurdo, afirma Soraya Thronicke

Publicado em 23 de setembro de 2022 por Tribuna da Internet

senadora soraya thronicke de perfil

Soraya afirmaz que é anti-Lula, por isso apoiou Bolsonaro

Uirá Machado e Carolina Linhares
Folha

Soraya Thronicke (União Brasil-MS), 49 anos, candidata a presidente da República, afirma se preocupar com a ameaça que Jair Bolsonaro (PL) representa para a democracia, mas considera um absurdo a estratégia do PT de usar esse tema para pregar o voto útil nesta reta final de campanha.

“O voto útil é mais uma forma de enganar a população. O primeiro turno existe justamente para que as pessoas possam escolher, e o Lula está causando medo naqueles que não gostam do Jair Bolsonaro”, diz.

EX-APOIADORA – Senadora eleita em 2018 como apoiadora de Bolsonaro, Soraya continua se classificando como anti-PT, mas se afastou do presidente e se tornou crítica dele. Com 2% de intenções de votos de acordo com a última pesquisa Datafolha, prefere não tratar do segundo turno.

Soraya foi lançada de última hora na disputa presidencial, após o presidente da União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), ter desistido de sua própria candidatura ao Planalto —resultado de uma aproximação com o PT que não vingou.

Muitos especialistas apontam Bolsonaro como um risco para a democracia. A sra. concorda com esse diagnóstico?
Muitas declarações dele nos fazem acreditar que alguma coisa ele abalou, sim, dentro dos três Poderes, das instituições. Ele não é o conservador que diz ser. Estamos preocupados. O mundo lá fora também está olhando com olhos desconfiados. Certas alegações dele indicam que precisamos estar atentos.

Quais alegações e comentários?
Ao longo desses três anos, são tantas coisas… O que eu tenho aqui para dizer é que me preocupa. Ele permite que seus apoiadores falem em fechar o Congresso. Alguns se manifestam sobre AI-5 [ato institucional da ditadura], sobre fechar o STF [Supremo Tribunal Federal]. E um grande líder deveria dizer o seguinte: “Não quero faixas sobre isso, porque causa instabilidade dentro do nosso país”.

Esse mote da ameaça à democracia tem sido usado pelo PT para intensificar a campanha pelo voto útil em Lula. Como a sra. vê essa iniciativa?
Acho um grande absurdo. O voto útil é mais uma forma de enganar a população. O primeiro turno existe justamente para que as pessoas possam escolher, e o Luiz está causando medo naqueles que não gostam do Jair. Isso é inadmissível.

A sra. hoje tem muitas divergências com Bolsonaro, mas foi apoiadora dele em 2018. O que mudou?
Para mim e para o meu partido, nada mudou. Essa pergunta tem que ser feita para o candidato Jair. Porque achávamos que estávamos identificados dentro de uma bandeira. Estávamos no PSL, um partido de DNA liberal na economia. Nós levantamos a bandeira do combate à corrupção, do mercado liberal, de transparência. Eu permaneço no mesmo partido [a União Brasil resultou da fusão do DEM com o PSL]. Quem tem que responder por que abandonou os seus eleitores é ele, não eu.

Para ficar em um desses temas: em 2018, a sra. tinha motivos para acreditar que Bolsonaro era liberal na economia?
As pessoas mudam. Eu mesma já fui muito mais radical dentro do liberalismo; hoje eu vejo que, em certas questões, a gente precisa flexibilizar, porque a realidade de liberdade econômica que se coloca em outro país não é a mesma que a nossa. E eu entendi que ele havia evoluído, que ele havia estudado, que ele havia compreendido.

Muita gente que deixou de ser bolsonarista se tornou alvo de militância nas redes sociais, mas não só nelas. Como tem sido a sua experiência?
Eu nunca fui bolsonarista. Eu apoiei Bolsonaro. Eu fui anti-PT. Mas Bolsonaro não tem uma filosofia que eu tenha algum dia abraçado. A filosofia que eu abracei, e que Bolsonaro disse ter abraçado, é a de uma direita racional, consciente. A pauta econômica independe de questão ideológica. O Bolsonaro virou o bolsonarismo para aquelas pessoas que precisam de um mito, de um Messias. E não é isso que eu fui. Eles são muito violentos nas redes sociais, muito covardes na briga política. Não conseguem discutir de forma educada, urbana, democrática. A gente perde realmente a segurança, mas eu não vou deixar de falar. Não vão me amedrontar. Não vou deixar que gente desse tipo faça isso em nome da liberdade de expressão e em nome de Jesus.

No debate entre os presidenciáveis, chamou a atenção quando a sra. disse que sabia muita coisa sobre Bolsonaro. O que a sra. sabe?
Um legislador legisla e fiscaliza. Cada questão que eu fiscalizo, eu mando para o órgão competente. Tem muita coisa tramitando no TCU [Tribunal de Contas da União], no Ministério Público. Então eu soltei um simples fato de bastidor, que não significa necessariamente um crime ou nada desse tipo. Tem coisas que a gente pode revelar, mas tem coisas que a gente tem que deixar para os órgãos técnicos.


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