Roberto Nascimento
Estão querendo reeditar no Brasil as antigas guerras religiosas que ocorreram desde a Idade Média. Para tanto, atuam cevando a intolerância religiosa. Desconhecem a queda do muro de Berlim, o desmembramento da União Soviética, os avanços democráticos no Vietnam e em outros países ditos comunistas. Hoje, nem mesmo a China continua a ser uma nação nos moldes tipicamente marxistas, muito pelo contrário.
Nessa conjuntura internacional, não há a menor chance de implantação do comunismo no Brasil. O que os conservadores e capitalistas selvagens fazem com maestria é atacar a esquerda, porque hoje isso dá votos e provoca medo nas pessoas simples e nos empresários incultos, que temem confisco de seus recursos. Esquecem que no Brasil tudo é ao contrário, e aqui o embargo da poupança foi feito por um candidato conservador.
PRIVATIZAÇÃO – O pior são as propostas de governo desses candidatos tipo Jair Bolsonaro (PL), Simone Tebet (MDB) e Felipe d’Ávila (Novo). Quem não tem programas eficazes e factíveis, sempre apela para a privataria tucana.
Colocam nas empresas estatais a culpa de todos os males brasileiros, exatamente quando ocorre o contrário, com as empresas públicas federais obtendo lucros recordes, que devem chegar a R$ 100 bilhões este ano, fazendo o governo voltar ao azul, com o primeiro superávit primário após oito anos. Nada mal, não é mesmo?
Ora, se dependêssemos da iniciativa privada, ainda estaríamos com o pé fincado na década de 50, quando nacionalistas civis e militares, com apoio do presidente Getúlio Vargas, criaram a Petrobrás.
TRIPLÉ DA INDUSTRIALIZAÇÃO – Hoje, poucos lembram que Getúlio negociou com o presidente Roosevelt a construção da siderúrgica de Volta Redonda, para o Brasil entrar na guerra contra a Alemanha, Depois foi a vez da Eletrobrás, que o regime militar ampliou espantosamente e agora teve seu controle vendido por uma ninharia por Bolsonaro e Guedes.
O tripé da industrialização começou na década de 50, sem apoio do empreendedorismo privado. Depois de Itamar e FHC ficou muito fácil pegar tudo que já foi construído e privatizar rodovias, portos, aeroportos, refinarias, siderúrgicas, ferrovias, como propõe o candidato Felipe d’Ávila, do Partido Novo, que já nasceu muito velho e retrógrado.
Esses políticos novos não acompanham a evolução da humanidade, desconhecem que há estatais até nos Estados Unidos. Ainda não perceberam o forte movimento de reestatização de serviços públicos, que há algumas décadas foram privatizados na Europa, mas entraram em fase de brutal retrocesso. Discutir política com essa gente nova é perda de tempo.