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quinta-feira, setembro 08, 2022

Datafolha e Ipec vão definir se Bolsonaro avançou com o 7 de setembro

Publicado em 8 de setembro de 2022 por Tribuna da Internet

Charge do Aroeira (brasil247.com)

Pedro do Coutto

As próximas pesquisas do Datafolha e do Ipec vão definir se as comemorações das quais participou na data da Independência somaram votos para o presidente Jair Bolsonaro, uma vez que os eventos eram considerados essenciais por sua própria equipe para retirá-lo da posição que lhe foi atribuída pelos últimos levantamentos.

A nova pesquisa do Datafolha deverá ser divulgada hoje, quinta-feira. Mas acredito ser pouco provável que já inclua os efeitos do 7 de setembro pela proximidade de um dia para o outro.  As pesquisas necessitam de um prazo de alguns dias, mais ou menos uma semana, para serem digeridas pelos eleitores e eleitoras. Veja-se, por exemplo, o reflexo da atuação dos candidatos no debate da TV Band registrados na pesquisa do Ipec, nome atual do antigo Ibope.

ATAQUES – Os reflexos não foram favoráveis a Bolsonaro, sobretudo entre as mulheres, com o ataque que dirigiu à jornalista Vera Magalhães e outro à senadora Simone Tebet. Na Folha de S. Paulo, a reportagem sobre a meta política do 7 de setembro é de Camila Mattoso, César Feitosa e Renato Machado. No O Globo, de Jussara Soares e Jean Niklas.

O tempo está passando, as urnas de 2 de outubro se aproximando e os reflexos a partir de agora parecem ser decisivos. Um deles já ocorreu. Na noite de terça-feira foi colocado na GloboNews um fato capaz de influenciar no panorama.  A reação do PT aos ataques  que Ciro Gomes tem desfechado contra Lula foram atribuídos pelo partido a uma forma de apoiar Bolsonaro.

Por isso, os lulistas resolveram iniciar a campanha contra Ciro Gomes e a favor do voto útil já no primeiro turno das eleições. Os reflexos desta ruptura explícita vão se fazer sentir ou a favor de Lula ou a favor de Ciro Gomes. Mas devemos reconhecer que a posição de Ciro Gomes é difícil.

REAÇÃO À SUBMISSÃO FEMININA – Na edição de ontem da Folha de S. Paulo, Mariliz Pereira Jorge escreveu um artigo importante contestando a posição defendida pela psicóloga Heloisa Bolsonaro, favorável a uma submissão feminina no sentido enigmático de que as mulheres devem respeitar o sinal fechado.

A reação às declarações de Heloísa Bolsonaro divulgadas no Instagram foram também objeto de forte contestação por parte de Eliane Cantanhêde e Mônica Waldvogel, no programa Em Pauta de terça-feira na GloboNews. As mulheres, disseram a três jornalistas, não têm que se colocar em posição de submissão, mas em posição de independência absoluta dentro dos limites da liberdade e dos direitos de cada um. Sem dúvida, acredito, a psicóloga fez com que seu sogro perdesse votos.

SAQUES DA POUPANÇA – No mês de agosto, revelou Bernardo Caram, Folha de S. Paulo, os saques da caderneta de poupança superaram R$ 22 bilhões, maior saldo negativo registrado desde 1995. De janeiro a agosto deste ano, os saques foram de R% 85 bilhões, o que fez com que o saldo da poupança descesse na escala de R$ 1 trilhão.

Os saques representam, digo, o estado de necessidade da população em pagar suas contas e de se alimentar. Não há outra explicação. E, com isso, reduz-se o saldo de captação, principalmente da Caixa Econômica Federal, que é o maior banco em matéria de aplicações nas cadernetas.

Por aí se vê a dimensão real dos problemas sociais que estão atingindo a população fazendo com que recorra à poupança para a sua própria sobrevivência, resultado do desemprego ainda alto e do congelamento de salários que parecem não ter fim neste governo. O Globo também publicou matéria sobre as retiradas das cadernetas.

EMPREGO –  Geralda Doca, O Globo de ontem, publica reportagem sobre um projeto do governo que permite de modo geral que segmentos de renda menor possam contratar crédito na Caixa Econômica Federal para adquirir residência através do programa “Casa Verde e Amarela”. Mas, pelo projeto, os créditos ficariam vinculados aos saldos nas contas do FGTS.

Portanto, como se constata logo à primeira vista, a vinculação às contas do FGTS depende da manutenção do emprego. Pois, caso contrário, não haverá depósito mensal do empregador que alimente o acréscimo de recursos nas contas dos empregados. O projeto parece incompleto, talvez até um lance eleitoral.

Mas não é essa a questão de fundo. A questão essencial é que fica o projeto na dependência da manutenção do emprego para que sejam saldadas prestações mensais incluindo juros ao depósito dos empregadores no FGTS. O emprego, como se observa, continua sendo o ponto absolutamente essencial da questão e sobretudo de qualquer projeto de redistribuição de renda.

PISO SALARIAL –  Reportagem de Gabriel Shinohara e Andrea de Souza, O Globo, destaca o encontro entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, autor de liminar que suspendeu pelo menos até amanhã, quando a Corte se reúne, o piso salarial de R$ 4500 aos enfermeiros e enfermeiras, aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente da República.

Uma das soluções propostas, como é ideia permanente do ministro Paulo Guedes, é a desoneração da folha de pagamento dos hospitais e a possibilidade da compensação das dívidas. A solução é absolutamente conservadora e significa estatizar o aumento de salários aos profissionais que tanto se destacaram pelos sacrifícios que fizeram e os riscos que assumiram no combate à Covid-19.

ESTATIZAÇÃO – Mas digo que se trata de uma proposta de solução conservadora porque transfere-se um encargo  exclusivo dos hospitais, casas de Saúde e centros de atendimento para o poder público numa conta que termina sendo favorável aos contribuintes patronais. É mais um caso de estatizar benefícios, como inclusive foi feito no Auxilio Brasil, e ampliar a margem de lucro, especialmente da iniciativa privada.

A renda, com isso, concentra-se ainda mais, uma vez que recursos públicos deixam de ser aplicados em investimentos, no caso da própria Saúde, para cobrir gastos do setor particular.

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