Araújo, presidente do PSDB, cumprimenta Alessandro Vieira
Carolina Linhares
Folha
Em evento de filiação do senador Alessandro Vieira (SE) ao PSDB, o presidente do partido, Bruno Araújo, afirmou que, em abril, a sigla irá formalizar aliança com MDB e União Brasil para a eleição de 2022 e que, em junho, um presidenciável será anunciado.
Isso significa que até lá o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ou a senadora Simone Tebet (MDB-MS) terão que desistir da candidatura presidencial. Ainda em abril, a ideia é que seja decidido um critério para essa escolha — são cogitadas pesquisas qualitativas ou votações nas bancadas de parlamentares, por exemplo.
VIEIRA ABRIU MÃO – Alessandro Vieira era também presidenciável pelo Cidadania, mas abriu mão da candidatura, decidiu sair do partido, apoiar Doria e ingressar no PSDB, sigla pela qual deve concorrer ao Governo de Sergipe. O senador assinou sua filiação nesta segunda-feira (21), ao lado de caciques tucanos de São Paulo.
O Cidadania e o PSDB, contudo, já acertaram uma federação partidária —aliança formal para as eleições que tem duração de quatro anos. Por isso, Araújo afirmou que Vieira faz “uma mudança horizontal” de partido.
Araújo disse ainda esperar que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), permaneça no partido. Ele foi convidado pelo PSD a ser candidato ao Palácio do Planalto e tem que tomar uma decisão até 2 de abril.
PRÉVIAS SEM VALOR – Leite perdeu as prévias presidenciais do PSDB para Doria em novembro. Mas, como mostrou a Folha, parte dos tucanos quer mantê-lo no partido com o argumento de que seria possível trocar a candidatura de Doria pela de Leite sob o argumento de que o paulista está emperrado nas pesquisas.
Nos bastidores, tucanos dizem acreditar que Leite tende a permanecer no PSDB — há semanas, a avaliação era a de que ele seguramente migraria para o PSD. O gaúcho vem conversando com políticos e recebeu uma carta de líderes do PSDB pedindo que fique.
Durante sua filiação, Vieira cobrou obediência às votações internas e à democracia interna nos partidos, o que serve como indireta a Leite no sentido de que o gaúcho deveria aceitar o resultado das prévias.
RESPEITO A COMPROMISSOS – Vieira afirmou entender a política como “uma ação de grupo e de compromisso”. “Venho para o PSDB na condição de que aqui também as votações, as decisões, os processos são respeitados e cumpridos. […] Não há política sem respeito às votações, goste-se do resultado ou não. O Brasil precisa de um choque de seriedade, de honestidade, de resultado, de gestão”, disse.
O presidente do PSDV, Bruno Araújo, afirmou que Doria, Tebet e União Brasil tiveram “espírito republicano de aceitar se condicionarem ao resultado dos critérios a serem escolhidos para a escolha desse candidato único”.
Já o senador Alessandro Vieira, que chegou a se posicionar de forma contrária à possibilidade de federação no Cidadania, justificou ser crítico apenas às “federações sem regras”. Ele disse que o acerto entre os dois partidos deve ser respeitado, pois foi a decisão da maioria.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Importantíssima essa revelação de Bruno Araújo, mostrando que estão muito adiantadas as conversações para definir a candidatura única de União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania. Como os pré-candidatos Sérgio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT), também já aceitaram participar das negociações, cresce cada vez mais a possibilidade de haver uma fortíssima candidatura de terceira via, já que Felipe d’Avila, do Novo, também apoia a união multipartidária.
Quanto ao prazo, junho ainda parece cedo, porque o registro das candidaturas só termina em 15 de agosto. Ou seja, existe bastante tempo para aparar as arestas e apaziguar as desavenças entre Ciro Gomes e Sérgio Moro. Como disse Alessandro Vieira ao criticar o “populismo barato dos extremos”, os candidatos da terceira via devem ter “desprendimento e humildade”, deixando personalismos de lado. E que vença o melhor. (C.N.)
.jpeg)
.jpeg)
