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quarta-feira, março 02, 2022

Como seria uma guerra nuclear entre Rússia e EUA-OTAN, segundo pesquisadores

 De acordo com estudo, uma guerra nuclear entre Rússia e EUA-OTAN causaria 34 milhões de mortes e 57 milhões de feridos em poucas horas

Mapa do mundo com locais que poderiam ser bombardeados em uma possível guerra nuclear entre Rússia e EUA-OTAN
Mapa do mundo com locais que poderiam ser bombardeados em uma possível guerra nuclear entre Rússia e EUA-OTAN. Foto: Reprodução/Universidade de Princeton

Um estudo realizado pelo Departamento de Ciência e Defesa Global da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, simula como seria a evolução de uma “guerra convencional” entre Rússia e EUA-OTAN para uma “guerra nuclear”.

Segundo os pesquisadores, uma guerra nuclear entre as maiores potencias do mundo afetaria mais de 91,5 milhões de pessoas, sendo que 34,1 milhões seriam mortas em poucas horas e outras 57,4 milhões ficariam gravemente feridas.

A estimativa de vítimas considera apenas o impacto imediato das explosões. Ou seja, o número poderia aumentar em virtude da radiação e outros efeitos de longo prazo.

Batizado de “Plano A”, o estudo foi feito em 2019 a partir da “avaliação independente” de planos de guerra e das armas nucleares disponíveis atualmente em cada País, além dos possíveis alvos para armas específicas, entre outros fatores.

COMO SERIA UMA GUERRA NUCLEAR ENTRE RÚSSIA E EUA-OTAN

Na simulação de guerra nuclear, o ponto de partida seria um conflito militar convencional entre Rússia, de um lado, e os Estados Unidos e países da OTAN, de outro.

Para frear o avanço do Ocidente, a Rússia lançaria um primeiro ataque nuclear de advertência a partir de uma base na cidade de Kaliningrado, região entre a Polônia e a Lituânia, à beira do Mar Báltico. O alvo seria a fronteira entre Alemanha, Polônia e República Checa. A aliança Estados Unidos-OTAN retaliaria com outro ataque de precisão a partir de uma base no oeste da Alemanha.

À medida que o limiar nuclear é ultrapassado, a luta se transforma em uma guerra nuclear tática na Europa. A Rússia poderia enviar 300 ogivas nucleares via aeronaves e mísseis de curto alcance para atingir bases da OTAN e tropas em avanço. A OTAN poderia responder com aproximadamente 180 ogivas nucleares via aeronaves. Somente com essa movimentação, 2,6 milhões de pessoas seriam atingidas dentro de aproximadamente 3 horas.

O vídeo abaixo mostra, a partir do 1:30 minuto, quais seriam as regiões atacadas pela Rússia. O vídeo foi publicado há cerca de dois anos por Alex Glaser, um dos desenvolvedores do estudo em Princeton.

O corredor entre Bélgica, França, Alemanha, Suíla, Áustria, Itália estaria entre os primeiros alvos. Na sequência, Polônia, Lituânia, Letônia, Estônia, Ucrânia, Romênia, Bulgária, entre outros. Da região russa na fronteira com a Finlândia sairiam os mísseis que tentariam neutralizar o contra-ataque do Ocidente.


Na terceira fase da guerra, com a Europa destruída, a OTAN lançaria um ataque nuclear estratégico de 600 ogivas de mísseis terrestres e submarinos dos Estados Unidos contra as forças nucleares russas. Antes de perder seus sistemas de armas, a Rússia lançaria um alerta e responderia com disparo de mísseis instalados em silos, veículos rodoviários e submarinos. O estrago chegaria a mais de 3,4 milhões de pessoas.

Na quarta etapa, a Rússia e a OTAN atacariam as 30 cidades e centros econômicos mais populosos do outro, usando de 5 a 10 ogivas em cada cidade, dependendo do tamanho da população. O objetivo seria impedir a recuperação do adversário. Em 45 minutos, essa decisão afetaria mais de 85 milhões de pessoas.

Estados Unidos e Rússia possuem juntos 90% das armas nucleares do mundo. A hipótese de guerra nuclear retornou à pauta graças à invasão da Rússia à Ucrânia, no final de fevereiro de 2022. A Ucrânia não dispõe de armas nucleares e ainda não faz parte da OTAN. A invasão resultou em sanções econômicas à Rússia. Analistas consideram que uma terceira guerra mundial, com ou sem uso de armamento nuclear, seria improvável neste momento. Mas Putin já colocou equipes de armas nucleares em estado de alerta.

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