Publicado em 8 de janeiro de 2022 por Tribuna da Internet
Gabriel Shinohara
O Globo
O ex-ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto Santos Cruz, disse neste sábado que o presidente Jair Bolsonaro faz um “show de besteiras” todos os dias. A afirmação ocorreu após o general da reserva ser questionado pelo Globo a respeito da irritação do presidente Jair Bolsonaro com a recomendação do Comando do Exército para vacinação da tropa,
— Eu vejo que as recomendações foram de caráter técnico e administrativo para organizar como enfrentar a pandemia no ambiente de trabalho, recomendação para que o pessoal não fique espalhando coisa falsa na internet sem ver a origem. Achei de muito bom senso, achei que o comandante fez o que o comandante tem que fazer, orientar o pessoal.
PERDA DE TEMPO – “Sobre o presidente eu não vou nem fazer comentário nenhum, porque é todo dia um show de besteira. Eu não vou fazer nenhum comentário sobre ele porque é perda de tempo” — ressaltou o general.
Como O Globo mostrou na sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro se irritou com a recomendação do Comando do Exército para que os militares se vacinassem e evitassem espalhar fake news.
Segundo o Exército, as regras seguem as orientações dos ministérios da Defesa, Saúde e da Economia, mas também as particularidades e legislação regionais, no âmbito dos Comandos Militares de Áreas.
ATITUDES IRRESPONSÁVEIS – Santos Cruz ainda ressaltou que não iria avaliar as atitudes do presidente porque são, muitas vezes, “completamente irresponsáveis”.
“A recomendação do comandante do Exército é puramente administrativa, ela não tem conotação política nenhuma. Estão querendo dar conotação política em uma coisa que não tem. Ele está orientando o pessoal só” — disse.
Para o ex-ministro, é preciso lembrar que cabe ao comandante proteger a tropa na volta ao trabalho presencial.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O comandante do Exército está tranquilo e não mandou emitir nenhuma nota “se explicando”. O incidente mostra que o prestígio de Bolsonaro na cúpula do Exército “non ecziste”, como diria Padre Quevedo. (C.N.)