Deu no G1
O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro apresentou duas ações penais: uma contra o ex-senador Romero Jucá e mais três pessoas; e uma segunda denúncia contra o ex-senador Edison Lobão, que foi ministro de Minas e Energia nos governos Lula e Dilma, e mais quatro pessoas.
De acordo com o MPF, os grupos dos dois políticos receberam valores indevidos no contexto de retomada das obras civis da Usina Nuclear de Angra 3, na Costa Verde do Estado do Rio.
“GRUPO DE JUCÁ” – As intervenções estavam paralisadas há mais de vinte anos. Em propinas, os procuradores afirmam que o “grupo de Jucá” teria recebido ao menos R$ 1.332.750,00, e o de Edison Lobão chegou a receber R$ 9.296.390,00. O G1 tenta entrar em contato com as defesas dos ex-senadores.
As denúncias são resultados do desdobramento das Operações Radioatividade, Pripyat, Irmandade, Descontaminação, e das investigações dos crimes praticados no âmbito das obras de construção da usina nuclear.
Depois que foi revelado um esquema de corrupção envolvendo os diretores da Eletronuclear, o MPF afirma que a força tarefa da Lava Jato identificou outra parte da organização criminosa responsável por atos de corrupção, fraude a licitações e lavagem de dinheiro, na construção da usina.
ESQUEMA – Ainda segundo o MPF, as investigações comprovaram existir um “esquema criminoso” envolvendo a execução do contrato de engenharia eletromecânico 01, em Angra 3. Isso teria permitido deflagrar a fase ostensiva da Operação Descontaminação, em março de 2019. A operação expôs como o esquema criminoso funcionava.
A investigação contou com depoimentos de executivos da Andrade Gutierrez, que delataram o pagamento de valores indevidos aos políticos do PMDB para que houvesse a retomada das obras em Angra 3.
O MPF abriu um inquérito, que foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas como os ex-senadores perderam a prerrogativa de foro especial, o caso foi remetido à primeira instância, no Rio de Janeiro.