José Carlos Werneck
A senadora Simone Tebet, do MDB de Mato Grosso do Sul, confirmou oficialmente sua candidatura à presidência do Senado Federal, disputando os votos do mesmo partido do senador alagoano Renan Calheiros, que na tarde desta segunda-feira declarou que “não quer” ser o presidente do Senado.
O nome da senadora é uma forma de agradar o MDB e o PSL, porque Renan Calheiros enfrenta forte rejeição popular e resistência de alguns colegas por ter seu nome em inquéritos no Supremo Tribunal Federal.
NO FIM DO MÊS – Em entrevista ao jornal “Correio Braziliense”, Renan Calheiros declarou que não pode passar por cima da escolha dos colegas de partido. “Eu já fui quatro vezes. Você não pode ter a intenção de atropelar outros nomes da bancada. Eu não quero, mas vou decidir no final do mês”.
Renan defendeu o escolhido seja alguém experiente para o cargo. Um dos candidatos, Major Olímpio, do PSL, está em sua primeira legislatura como senador e Simone Tebet vai iniciar seu segundo mandato pela casa. “É preciso ter maturidade e vivência para interpretar bem a circunstância que vivemos. O MDB apoiará quem já foi indicado”, ressaltou .
PRIMEIRA MULHER – Desde o final das últimas eleições, Simone Tebet teve muitas manifestações favoráveis à sua candidatura e seu nome aparecia como uma das preferidas de senadores de diversas tendências políticas. Se for eleita, será a primeira presidente mulher a ocupar a Presidência do Senado.
Para se contrapor a candidatos de outros partidos, ela precisa antes ganhar uma disputa interna no partido. Renan Calheiros, apesar de ter menor aceitação, é o nome com maior força no MDB e a decisão final sobre quem será o escolhido do partido só será anunciada no dia 29.
“Coloco minha candidatura em defesa da independência, da autonomia, da soberania do Senado, que será a ponte de travessia para todas as saídas econômicas, sociais, regionais e políticas para o País. É preciso resgatar e fortalecer o papel constitucional do Senado Federal. Além disso, devemos absorver o recado das urnas, que clamou por renovação na política e, consequentemente, no Senado”, ressaltou Simone Tebet.
POSICIONAMENTO – Em novembro, ela declarou não ser oposição ao Governo Bolsonaro, mas disse que sempre faria críticas construtivas ao governo que que se iniciaria em 1 de janeiro, ressaltando defender a concentração de esforços em pautas econômicas e de segurança pública, mas não em pautas de costumes.
“As pautas de costumes não devem ser prioritárias no momento, e, sim, a econômica e a de segurança pública. Defendo que não gastemos tempo pulverizando esforços nelas”, sintetizou.