Folha de S.Paulo
RIO - Uma megaoperação deflagrada ontem no Rio pela Polícia Federal, pelo Ministério Público e pela cúpula da Secretaria de Segurança Pública expôs um esquema criminoso de vazamento de informações, desvio de armas, drogas e dinheiro, formação de milícias e venda de proteção ilegal envolvendo policiais civis e militares. Alguns deles ocuparam altos cargos na hierarquia do combate à criminalidade.
O vazamento de informações sobre operações policiais permitiu, em agosto de 2010, a fuga do traficante Nem, chefe do tráfico da favela da Rocinha, no episódio que culminou com a invasão do Hotel Intercontinental, em São Conrado, por bandidos.
Ainda estava escuro quando as primeiras equipes deixaram o prédio da Polícia Federal, no centro do Rio, para cumprir 45 mandados de prisão --incluindo os de 11 policiais civis e 21 policiais militares-- e 48 de busca e apreensão na Operação Guilhotina.
No fim do dia, 35 pessoas estavam presas, sendo 27 policiais. Entre os detidos estava o ex-subchefe da Polícia Civil, Carlos Antônio Luiz Oliveira, que até ontem ocupava o cargo de subsecretário municipal de Ordem Pública e foi exonerado pela Prefeitura do Rio.
Oliveira é acusado de envolvimento com uma milícia que comanda a favela Roquete Pinto, na zona norte do Rio. Seu grupo teria desviado armas apreendidas no complexo do Alemão, após a ocupação do local em novembro. A PF não informou se Oliveira tem advogado.
Fonte: Agora