Fernando Vivas/Agência A TARDE
Na mesma tarde em que o ex-ministro da Integração Geddel Vieira Lima (PMDB) comemorava com a cúpula nacional do PMDB e do PR, nesta terça-feira, 13, em Brasília, a aliança com o senador César Borges (PR) na sua chapa ao governo, a deputada estadual Maria Luiza Carneiro (PSC) – mulher do prefeito de Salvador , o peemedebista João Henrique Carneiro –, anunciava, da tribuna da Assembleia Legislativa, que não irá disputar uma vaga na Câmara dos deputados nem apoiar a candidatura de Geddel. Motivo: ela não aceita a condição que lhe foi imposta de que sua campanha só receberia apoio se ela aderisse à pré-candidatura do ex-ministro.
No pronunciamento em tom de desabafo, a deputada comunica: “Não pertenço ao grupo de apoio à candidatura do ex-ministro Geddel Vieira Lima e sei que isso já me custaria a perda da legenda partidária, o direito de ser candidata”. Em seguida informa que na segunda-feira foi “submetida a mais uma sessão de pressão, dessa vez fui pega de surpresa, restando apenas duas opções: ou voltar atrás nas minhas decisões ou continuar na luta por um mandato”. Ela preferiu desistir das próximas eleições.
Em entrevista a A TARDE, a deputada revelou que as pressões partiram “de um representante do PMDB”, mas não quis revelar o nome. Maria Luiza, que foi eleita pelo PDT com 52.383 mil votos e foi mais votada que todos os atuais deputados peemedebista, disse que a sua saída do PMDB não era uma estratégia política como se falou à época, mas uma forma de fugir das pressão de ter de apoiar Geddel.
Já o ex-ministro Geddel disse desconhecer as razões que motivaram a decisão da deputada, mas que via como um gesto unilateral e pessoal. “Gostaria de tê-la como parceira. Se não pode, paciência. Tenho o apoio do seu partido. Isso é próprio da democracia”, minimizou, informando que recebeu “carinhoso telefonema” do prefeito João Henrique, no qual reafirmava o apoio à sua pré-candidatura ao governo.
Fonte: A Tarde