Helga Cirino, do A TARDE
Welton Araújo / Agência A TARDE
Um dia após prisão de PMs corruptos, Cesar Nunes, titular da SSP, pronuncia-se brevemente sobre açãoA ordem de prisão da juíza Ivone Bessa, conseguida com exclusividade por A TARDE, revela a participação de cada um dos 12 suspeitos de corrupção em compras da Polícia Militar (PM) detidos na quinta-feira, dia 05. De acordo com o documento, durante cinco meses o Serviço de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública (SSP) seguiu, fotografou e filmou encontros, gravando telefonemas de integrantes do esquema. O documento ainda menciona nomes de mais duas pessoas – um tenente-coronel, que teria citado até o secretário da Segurança Pública nas interceptações, e uma mulher, apontada como laranja no esquema. Em escuta, o ex-comandante-geral da PM/BA, Antônio Jorge Ribeiro de Santana, 56, acusado de facilitar o processo de licitação das 191 viaturas da PM em troca de dinheiro, foi gravado cobrando a presença em Salvador de Jaime Sica, diretor do grupo empresarial paulista Júlio Simões, onde seria efetuado o pagamento da provável “propina”, revela o documento. E também cobrando dinheiro do lobista Gracilio Junqueira. Entre os oficiais presos suspeitos de participação no esquema, o tenente Antônio Durval Senna Júnior foi gravado pedindo e emprestando dinheiro a Gracílio Junqueira, o nome mais citado pelos investigadores, apontado como intermediário no processo de licitação fraudulenta com o Grupo Júlio Simões. Almoxarife do Corpo de Bombeiros, Senna teria usado a própria esposa como testa-de-ferro em uma das empresas que seria de propriedade do acusado de lobby, Gracílio. A Central de Negócios Comércio Ltda. (controlada pelo lobista) é a mesma que venceu licitação com a Prefeitura de Salvador e ainda deve fardamento à Guarda Municipal, conforme já denunciado por A TARDE no mês de janeiro deste ano. Secretário – Citado, mas ainda solto, um tenente-coronel do Departamento de Planejamento da PM, de acordo com gravações, informa o funcionário Sica sobre reunião no aeroporto de Salvador: “Segundo ele, seria importante a participação de um representante da empresa, pois além de esclarecimentos que poderiam ser prestados por parte de prepostos da empresa, a reunião contaria com presença do secretário da Segurança Pública”. O documento ainda registra que o procurador do Estado André Bahia, preso, foi seguido por policiais, no dia 12 de janeiro. Bahia encontrou-se no Bradesco da Graça com Gracílio. “André participa dos negócios de Gracílio com relação às licitações da PM/BA, especificamente no caso das boinas para Bombeiros Militares e das frotas da PM”, consta na ordem de prisão. A agência bancária onde aconteceu o encontro era também local de trabalho de Jocélia Fernandes de Oliveira, presa, que, de acordo com a polícia, mantinha relacionamento amoroso com acusado de lobby. Ela foi demitida no dia 29 de janeiro e estaria utilizando cargo para tirar dinheiro das contas de clientes por empréstimos. O dinheiro estaria sendo repassado a Gracílio. Numa das ligações gravadas, o lobista teria afirmado que cerca de R$ 11.500 por mês, relativos ao contrato de aquisição de viaturas, seriam doados a Jocélia. O documento registra que, apesar de ser apontado como o responsável por diversas licitações, o nome de Gracílio não aparece oficialmente em nenhum documento dos processos licitatórios. A conclusão é que Gracilio usa outros integrantes da organização criminosa para assumir empresas, ou parte delas, nas licitações. Estes, por sua vez, agiam recrutando laranjas, que simulavam disputas.Devassa – A SSP promete “uma devassa” nas contas do empresário Fernando Simões, representante da Júlio Simões Transporte e Serviço, que teve o sigilo bancário e fiscal quebrados por determinação da Justiça. Segundo a denúncia, a empresa é responsável pelo fraudulento processo de licitação. A polícia acredita ter indícios de que a mesma empresa teria orquestrado esquema ilegal semelhante com a PM de Minas Gerais.
Welton Araújo / Agência A TARDE
Um dia após prisão de PMs corruptos, Cesar Nunes, titular da SSP, pronuncia-se brevemente sobre açãoA ordem de prisão da juíza Ivone Bessa, conseguida com exclusividade por A TARDE, revela a participação de cada um dos 12 suspeitos de corrupção em compras da Polícia Militar (PM) detidos na quinta-feira, dia 05. De acordo com o documento, durante cinco meses o Serviço de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública (SSP) seguiu, fotografou e filmou encontros, gravando telefonemas de integrantes do esquema. O documento ainda menciona nomes de mais duas pessoas – um tenente-coronel, que teria citado até o secretário da Segurança Pública nas interceptações, e uma mulher, apontada como laranja no esquema. Em escuta, o ex-comandante-geral da PM/BA, Antônio Jorge Ribeiro de Santana, 56, acusado de facilitar o processo de licitação das 191 viaturas da PM em troca de dinheiro, foi gravado cobrando a presença em Salvador de Jaime Sica, diretor do grupo empresarial paulista Júlio Simões, onde seria efetuado o pagamento da provável “propina”, revela o documento. E também cobrando dinheiro do lobista Gracilio Junqueira. Entre os oficiais presos suspeitos de participação no esquema, o tenente Antônio Durval Senna Júnior foi gravado pedindo e emprestando dinheiro a Gracílio Junqueira, o nome mais citado pelos investigadores, apontado como intermediário no processo de licitação fraudulenta com o Grupo Júlio Simões. Almoxarife do Corpo de Bombeiros, Senna teria usado a própria esposa como testa-de-ferro em uma das empresas que seria de propriedade do acusado de lobby, Gracílio. A Central de Negócios Comércio Ltda. (controlada pelo lobista) é a mesma que venceu licitação com a Prefeitura de Salvador e ainda deve fardamento à Guarda Municipal, conforme já denunciado por A TARDE no mês de janeiro deste ano. Secretário – Citado, mas ainda solto, um tenente-coronel do Departamento de Planejamento da PM, de acordo com gravações, informa o funcionário Sica sobre reunião no aeroporto de Salvador: “Segundo ele, seria importante a participação de um representante da empresa, pois além de esclarecimentos que poderiam ser prestados por parte de prepostos da empresa, a reunião contaria com presença do secretário da Segurança Pública”. O documento ainda registra que o procurador do Estado André Bahia, preso, foi seguido por policiais, no dia 12 de janeiro. Bahia encontrou-se no Bradesco da Graça com Gracílio. “André participa dos negócios de Gracílio com relação às licitações da PM/BA, especificamente no caso das boinas para Bombeiros Militares e das frotas da PM”, consta na ordem de prisão. A agência bancária onde aconteceu o encontro era também local de trabalho de Jocélia Fernandes de Oliveira, presa, que, de acordo com a polícia, mantinha relacionamento amoroso com acusado de lobby. Ela foi demitida no dia 29 de janeiro e estaria utilizando cargo para tirar dinheiro das contas de clientes por empréstimos. O dinheiro estaria sendo repassado a Gracílio. Numa das ligações gravadas, o lobista teria afirmado que cerca de R$ 11.500 por mês, relativos ao contrato de aquisição de viaturas, seriam doados a Jocélia. O documento registra que, apesar de ser apontado como o responsável por diversas licitações, o nome de Gracílio não aparece oficialmente em nenhum documento dos processos licitatórios. A conclusão é que Gracilio usa outros integrantes da organização criminosa para assumir empresas, ou parte delas, nas licitações. Estes, por sua vez, agiam recrutando laranjas, que simulavam disputas.Devassa – A SSP promete “uma devassa” nas contas do empresário Fernando Simões, representante da Júlio Simões Transporte e Serviço, que teve o sigilo bancário e fiscal quebrados por determinação da Justiça. Segundo a denúncia, a empresa é responsável pelo fraudulento processo de licitação. A polícia acredita ter indícios de que a mesma empresa teria orquestrado esquema ilegal semelhante com a PM de Minas Gerais.
Fonte: A Tarde