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terça-feira, março 03, 2009

Guerra em duas frentes

Por: Carlos Chagas

BRASÍLIA - Guerra em duas frentes nunca deu resultado, a Alemanha que o diga. Deve preparar-se o presidente do Supremo Tribunal Federal. Em menos de uma semana o governo reagiu às suas críticas de estar distribuindo dinheiro público ao MST, ao tempo em que os sem-terra invadiram a fazenda Espírito Santo, no Sul do Pará, de propriedade de Daniel Dantas. Duas iniciativas complementares, a primeira pela palavra da ministra Dilma Rousseff e do ministro da Reforma Agrária. A segunda, com nítido sentido de guerrilha, tendo em vista os dois habeas-corpus antes concedidos por Gilmar Mendes ao banqueiro então posto na prisão.
Churchill e Stalin parecem acertados, obviamente sob o beneplácito de Roosevelt, porque no governo nada se faz sem o conhecimento e a autorização do presidente Lula. Dizem que no MST, também.
O resultado é que o chefe do Poder Judiciário obriga-se a passar do ataque à defesa. A chefe da Casa Civil e o ministro, à maneira de Eisenhower e Montgomery, desembarcaram nas praias da Normandia e tentarão chegar a Berlim antes do Exército Vermelho chefiado por Zukov Stédile, coisa que dependerá do MST. Logo Gilmar estará lutando em seu próprio território, porque já tendo nomeado sete ministros dos onze integrantes do Supremo, Lula poderá indicar o oitavo e o nono ainda este ano. Eros Grau encontra-se próximo da aposentadoria e Eleen Gracie de malas prontas para a Organização Mundial do Comércio.
Reeleições favorecidas
José Maranhão acaba de compor o seu governo, na Paraíba e, à maneira dos mineiros, recusa-se a falar do futuro. Mas é candidatíssimo à reeleição em 2010, hipótese que a lei permite se não vier a permitir um segundo mandato em 2014. Coisa igual acontecerá com Roseana Sarney, no Maranhão, se o Tribunal Superior Eleitoral arcabuzar o governador Jackson Lago, esta semana. Da mesma forma, a ex-governadora estará apta a disputar novas eleições no exercício do cargo.
Essas duas possibilidades desarranjam a política nos estados da Paraíba e do Maranhão. Ao ex-governador Cássio Cunha Lima, como poderá acontecer com Jackson Lago, restará disputar o Senado, numa das duas vagas abertas com as eleições do ano que vem. No Maranhão, surgirá o ministro Edison Lobão, cujo mandato termina em 2010, isso se não for indicado companheiro de chapa de Dilma Rousseff. Na Paraíba, a disputa para o Senado será mais acirrada.
A Justiça Trabalhista em campo
Conseguiu a Força Sindical sobrepujar-se outra vez à CUT. Foi por iniciativa de Paulinho e seus companheiros que o Tribunal Regional do Trabalho, em Campinas, obstou temporariamente as mais de 4 mil demissões de trabalhadores da Embraer. A expectativa é de que a moda pegue em outras regiões onde continuam se repetindo as demissões em massa. O problema repousa na CUT, que permanece amorfa e inodora, a reboque do movimento de reação sindical. Pela sua força, deveria estar na liderança, no mínimo promovendo manifestações de rua, passeatas de protesto e até paralisações. A impressão é de que se tornou apêndice desimportante do palácio do Planalto, à maneira do PT.
Iintervenção descabida
Dias atrás uma associação civil de João Pessoa resolveu homenagear o ministro Patrus Ananias, do Desenvolvimento Social, por sua ação no programa bolsa-família. Alguns diretores chegaram a cogitar do lançamento, mesmo informal, do nome de Patrus para presidente da República. Mais depressa do que um raio viajou para a capital paraibana um emissário encapuzado, não se sabe bem se do PT ou do Planalto - ou dos dois. Reunindo-se com a direção da associação, o pombo-correio vestiu-se de carcará e, de forma grosseira, proibiu a homenagem. Disse que a candidata era Dilma Rousseff, que já estava tudo acertado e que "Brasília" não aceitaria uma provocação daquelas.
Mesmo interpelado se não lembrava de que o próprio Lula, em 2002, sujeitou-se a uma prévia com Eduardo Suplicy junto às bases do PT, o emissário manteve-se irredutível. Como o convite formal ainda não havia sido feito a Patrus Ananias, decidiram todos darem o dito pelo não dito e aguardar melhor oportunidade para a homenagem...
Já devia ter percebido...
Poucos embaixadores movimentam-se em Brasília como Cliford Sobel, dos Estados Unidos. Na embaixada, seus auxiliares chegam a queixar-se de que o homem não pára, visitando ministros e ministérios, na defesa dos interesses de seu país. Até meados do ano passado, sempre ligado a questões energéticas, costumava encontrar-se com diversos responsáveis pelas entidades e departamentos ligados ao setor, então dividido em compartimentos estanques.
Com a nomeação de Edison Lobão para ministro das Minas e Energia, Sobel passou a frequentá-lo, verificando poder resolver todas as suas dúvidas num só gabinete. Chegou a elogiar a economia de tempo e de esforços, sempre muito bem recebido pelo ministro. Certo dia comentou na embaixada haver expressado esse sentimento ao próprio Lobão, recebendo como resposta: "Já devia ter percebido isso há mais tempo..."
FRonte: Tribuna da Imprensa

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