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terça-feira, outubro 14, 2008

“Wagner é destemperado e leviano”, diz César Borges

Biaggio Talento e Patrícia França, do A TARDE

Chamado de “mentiroso” por Jaques Wagner, o senador César Borges (PR) reagiu qualificando o governador de “destemperado”, “sem coragem para assumir o que faz” e “leviano”. A briga entre os dois pesos-pesados da política baiana foi motivada pelas negociações que resultaram no apoio, comunicado oficialmente no sábado, 11, do Partido Republicano ao prefeito João Henrique Carneiro (PMDB). No evento, Borges disse que o governo ofereceu a Secretaria da Agricultura em troca do apoio, provocando a reação de Wagner.
O senador chegou a divulgar uma nota pública lamentando “que um governador desça do necessário protocolo para dirigir-se a outra autoridade com tal falta de estilo e sobriedade, numa agressividade totalmente desnecessária ao ambiente político que vive hoje a Bahia”. Na interpretação de Borges, como não obteve o apoio para Pinheiro, Wagner reagiu “por vir a conhecimento público seu estilo de política pouco republicano, faltando-lhe coragem para assumir o que faz”.
Ele disse que procurou ouvir representantes das duas forças políticas envolvidas na disputa do segundo turno de prefeito em Salvador. “Por orientação do prefeito João Henrique do PMDB, conversei com o ministro Geddel Vieira Lima e discuti também com petistas”, disse, revelando ter recebido no seu gabinete, em Brasília, o candidato Walter Pinheiro, o presidente do PT-Bahia, Jonas Paulo e o deputado Nelson Pelegrino.
Depois, na noite de quarta-feira, 8, Borges contou que Wagner lhe ligou. “Tivemos uma conversa muito elegante, de alto nível, onde mais uma vez ele falou que nos desejava no governo, que tinha a candidatura de Walter Pinheiro, teceu outros comentários do quadro municipal e disse que estaria disposto a abrir a Secretaria da Agricultura”, contou, explicando ser impossível dissociar “uma coisa da outra” na véspera de uma eleição municipal. ‘‘Só se for ingênuo achar [não haver relação]”, provocou, indagando: “Por que ele não deixou passar a eleição municipal para falar novamente sobre a secretaria?”
DIVISIONISMO – Conforme o senador, quando percebeu que o PR iria apoiar João Henrique, Wagner passou a usar uma tática “divisionista”, supostamente, “oferecendo vantagens – inclusive a própria secretaria – para que companheiros nossos apoiassem seu candidato a prefeito, na intenção de esvaziar o evento de apoio oficial do PR ao candidato do PMDB, que ocorreria no sábado”. Borges negou que tenha tratado da sua reeleição de senador numa eventual chapa do PMDB ou do PT. “Não houve compromisso de nenhuma das partes em relação a isso”, garantiu, mas admitiu ter discutido a eleição de 2010. “Isso é normal”, considerou o senador.
Mesmo depois de toda essa confusão, César Borges não vê como encerradas as conversas de emissários do governo estadual sobre uma eventual entrada do PR na base de apoio de Wagner na Assembléia Legislativa. “Não considero nada impossível, só acho que esse tipo de reação, de você adjetivar, totalmente inoportuno, faltou estilo e inclusive sobriedade. Não cabe a um governador de Estado esse tipo de agressão”, pontuou o senador César Borges.
INVENCIONICES – Ao tomar conhecimento da nota pública do senador César Borges, o governador Jaques Wagner não deixou sem resposta. “Não aceito, em hipótese nenhuma, que se coloque na boca do governador, e ele já foi governador, coisas que não disse e que jamais farei porque não é do meu perfil. O meu governo não está em qualquer balcão para decidir o apoio a Walter Pinheiro”, reagiu, na segunda, Wagner, após participar de almoço, no restaurante Sal e Brasa, com prefeitos, vices e vereadores do PCdoB eleitos no último dia cinco.
Dizendo não passar de “invencionices” as afirmações do senador baiano, o governador negou ter tratado de cargos com César Borges. “Em nenhum momento coloquei o governo do Estado à disposição para decisão de um apoio a Walter Pinheiro ou a João Henrique”, informou Wagner, dizendo que o senador faltou com a verdade. “Acho que uma conversa entre um governador e um senador não tem segredo nenhum. Mas deve ser tratada de outra forma quando ela é publicizada”, ponderou o petista.
Wagner lembrou que a participação do PR na base do governo já estava acertada, com a indicação do deputado estadual Elmar Nascimento para a Secretaria da Agricultura, mas não ocorreu porque Borges, que assumira a direção estadual da legenda, não aceitou. A proximidade das eleições municipais acabou atrasando o acordo, mas o governador confirmou que está conversando com o PR sobre a possibilidade de o partido entrar na base do governo.
Sobre a informação de que o ministro Geddel teria oferecido a César Borges a vaga ao Senado em 2010, em troca do apoio do PR a João Henrique, Wagner disse desconhecer o fato. Mas confirmou que, em conversa por telefone, Borges havia colocado a questão do Senado, reafirmando o que o ministro Alfredo Nascimento, que é do PR, já tinha relatado, que este era o maior interesse do senador. “Fui muito franco e respondi ao senador que eu não ia vender terra na lua para ele”, disse repetindo a mesma expressão usada por Geddel.
Quanto à movimentação do ministro Geddel de buscar apoios até entre adversários do seu governo, como o DEM, Wagner disse achar natural, mas não negou certa preocupação. “É evidente que a aliança que se monta em torno de João Henrique traz grupos políticos que a gente derrotou em 2006. Ele (Geddel) deve ter a cautela de não parecer que está reorganizando os grupos que nós derrotamos”.
O governador aproveitou para derrubar argumento do PMDB, de que, como o PT não apoiou João Henrique, o PMDB se sente desobrigado de apoiar a sua reeleição em 2010. “Quem convidou o PMDB para estar nesta aliança fui eu. A minha candidatura foi construída por aqueles que eu convoquei e, no convite de 2006, nenhuma conversa, nem lá nem depois, houve sobre compromisso em relação à Prefeitura de Salvador”. E lembrou que a candidatura a prefeito de João foi construída pelo PDT e PSDB, sem a participação do PT.
Wagner alertou os “precipitados com 2010” que “o maior torcedor” da divisão da base é o DEM. “Uma aliança me colocando como governador e Geddel como senador, o DEM sabe que é uma chapa suficientemente forte para eles não terem espaço. A divisão está sendo estimulada, porque se houver três candidatos ao governo – do DEM, PT e PMDB – aumenta o potencial de o DEM chegar a segundo turno”.
Fonte: A Tarde

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