Tribuna da Bahia Notícias-----------------------
A política não precisa necessariamente ser feita de mau humor, nem se deve confundir cara feia com seriedade. O amigo que entrevistei hoje (ontem) é um desses casos raros: em qualquer situação, está sempre de alto astral, capaz de brincar com suas próprias mancadas quando as coisas não vão bem. Quando Lula foi eleito pela primeira vez, em 2002, e começou a anunciar os nomes dos seus ministros, fiz uma brincadeira com ele, que acabou saindo no jornal. “Começamos mal… Nosso presidente nomeou para o Ministério do Trabalho justo um baiano…” Indicado para o Ministério do Trabalho, o carioca Jaques Wagner, que fez carreira de sindicalista e político na Bahia, ficou sabendo quem foi o autor da brincadeira, mas nem por isso deixou de ser meu amigo. Ao contrário, fiquei sabendo hoje que ele é leitor aqui do “Balaio” e aproveitei para fazer uma breve entrevista com ele. Quem me ligou para colocá-lo na linha foi outra boa e velha amiga dos tempos em que o Jornal do Brasil era o Jornal do Brasil, o melhor do país, a repórter Sonia Carneiro. Os dois estavam em Brasília para uma maratona de reuniões. Antes de falar com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, Wagner conversou rapidamente com o “Balaio”. Como de costume, estava bem humorado, e demos boas risadas. Ao cumprimentar Minc, Wagner explicou porque hoje não poderia falar mal de ninguém: “É que hoje, para os judeus, é o Dia do Perdão… E eu e o ministro somos judeus…” Vamos então ao ping-pong com o governador petista da Bahia, que está neste momento enfrentando uma saia-justa em Salvador, com dois candidatos da base aliada disputando o segundo turno (o atual prefeito, João Henrique, do PMDB, e Walter Pinheiro, do PT), mas não se abala com isso
"É bobagem esse negócio de falar em 2010 agora"
Ricardo Kotscho: Cada um está fazendo uma análise diferente de quem ganhou e de quem perdeu as eleições no domingo no país. Qual é a tua? Wagner: Quem ganhou foi o projeto político conduzido pelo presidente Lula, sem dúvida. Ocorre que dentro da ampla base aliada do governo temos vários partidos e muitos candidatos se apresentaram como sendo Lula desde criancinha. Cresceu mais quem já partiu de um patamar maior, é claro. Por isso, em números absolutos, quem cresceu mais foi o PMDB. RK: Qual foi a marca destas eleições que a diferencia das outras de que você já participou? Wagner: A taxa de contraditório em relação ao governo federal desta vez foi quase a zero. RK: Como assim? Wagner: Você viu alguém falando contra o presidente Lula e o governo federal nestas eleições? Então, isto nunca aconteceu antes. Mas isso não quer dizer que onde ele vai elege o candidato. Foi a Natal e não elegeu a nossa candidata (Fátima Bezerra, do PT). Em São Paulo, a Marta não ficou em primeiro lugar. Lula não pôde ir a Fortaleza e a Luizianne Lins se elegeu no primeiro turno. O que quero dizer com isso? Que eleição depende do potencial de cada candidato e do debate de projetos para as cidades, muito mais do que da questão nacional. RK: Isso também aconteceu na Bahia? Wagner: Olha, teve candidato que me falou que se eu fosse na cidade dele ele ganharia a eleição. Se fosse com o Lula então… As coisas não funcionam assim. Se o candidato tiver um por cento na pesquisa e a minha simples visita aumentar o índice dele em 60%, coisa que não existe, ele iria para 1,6%, certo?… Agora, se ele estiver em situação de empate técnico e eu for lá e disser que ele é o candidato do presidente Lula, tudo bem, acho que isso pode fazer ele ganhar. RK: Agora todo mundo está comentando que você e o presidente Lula vão enfrentar uma saia-justa no segundo turno em Salvador com dois candidatos da base aliada, o Walter Pinheiro, do PT, e o João Henrique, do PMDB, apoiado pelo ministro Geddel Vieira Lima … Wagner: Não tem problema porque na Bahia todo mundo era Lula desde criancinha. Até o ACM Neto teve que pedir desculpas por ter xingado o presidente num discurso na Câmara, admitindo que foi um erro… Os partidos de oposição ao governo federal (PSDB, DEM e PPS) fizeram 50 prefeitos nos 417 municípios da Bahia. Nós tínhamos 25, fizemos 115, o PMDB fez 110. É falso dizer que agora haverá uma guerra entre o ministro Geddel e o Wagner na Bahia. Meu vice é do PMDB, somos todos da base do presidente Lula. É bobagem esse negócio de falar em 2010 agora. Eu não tenho ilusões: se meu governo chegar em 2010 como um avião, vai querer subir nele até quem eu não queira; se for uma carroça, nem os amigos vão querer vir comigo… Temos agora o desafio de administrar bem a campanha de dois aliados. Com isso, ganha a cidade, e nós dois não nos escangalhamos…
Presidente vê eleição em Salvador
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na noite de ontem com a cúpula nacional do PMDB para discutir a relação entre petistas e peemedebistas no segundo turno das eleições municipais. As principais preocupações estão em torno de Salvador (BA), Porto Alegre (RS) e Belo Horizonte (MG), considerando que PT e PMDB nos três locais estão em palanques adversários. Durante a conversa, os peemedebistas pediram ao presidente que evite participar diretamente das campanhas de Salvador, Porto Alegre e Belo Horizonte. A idéia é que Lula acompanhe à distância a disputa sem interferir de forma incisiva. É que peemedebistas, que comandam as campanhas políticas, temem que ocorra um acirramento entre PMDB e PT nessas três capitais. Em Salvador, o petista Walter Pinheiro disputa com o peemedebista João Henrique —que conta com o apoio direto do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional). Em Porto Alegre, o atual prefeito José Fogaça (PMDB) disputa com a petista Maria do Rosário, enquanto em Belo Horizonte a eleição envolve os candidatos Márcio Lacerda (PSB) e Leonardo Quintão (PMDB). Porém, os petistas pressionam o presidente para que ele suba, em pelo menos dois dos três palanques: Porto Alegre e Salvador. A interlocutores, Lula avisou que, por enquanto, pretende ir apenas a São Paulo para colaborar na campanha da candidata Marta Suplicy (PT) e em São Bernardo do Campo (SP) para ajudar o petista Luiz Marinho. A conversa de Lula com os peemedebistas ocorreu no Palácio da Alvorada.
PRP, PSDC e PT do B querem fortalecer campanha de João
Novas lideranças políticas declararam apoio à reeleição João Henrique (PMDB), da coligação Força do Brasil em Salvador, em encontro que tiveram na manhã de ontem, com o candidato, quando manifestaram a decisão e foram unânimes em afirmar que João apresenta as melhores propostas para Salvador. Seguem agora com João neste segundo turno, os presidentes estaduais do PT do B, Dilma Gramacho, do PRP, Jorge Aleluia, e do PSDC, Antonio Balbino, partidos que estiveram com o candidato do DEM, Antonio Carlos Magalhães Neto, no primeiro turno das eleições. Ao justificar a posição anunciada hoje, Dilma Gramacho disse que a proposta de governo de João Henrique reúne projetos que refletem a linha programática do PT do B, o que permite um apoio confortável do seu partido à reeleição do prefeito. Lembrou ainda ter apoiado João Henrique em 2004. Jorge Aleluia também considerou o apoio a João como a definição mais natural do seu partido. “Sempre fomos simpáticos ao projeto de João Henrique.Acreditamos que nesta etapa da eleição, em que o nosso candidato ficou fora da disputa, ele é o melhor para administrar Salvador” disse. O presidente do PSDC pediu ao candidato que reapresente o projeto de criação de táxis para portadores de necessidades especiais, proposto pela atual administração, “mas que, infelizmente foi barrado pela bancada do PT”, lamentou Aleluia. Para Antonio Balbino, a reeleição de João Henri-que representa continuidade de uma administração que renovou a cara da cidade e engloba projetos defendidos pelo PSDC. Durante o encontro, João disse sentir-se satisfeito com o apoio, destacando a importância das lideranças, o que fortalece sua campanha neste segundo turno. Conforme o candidato, as obras que estão sendo realizadas buscam transformar Salvador, vão ter continuidade, mas alertou que uma das suas prioridades de uma segunda gestão será a geração de mais emprego, por entender que essa é uma questão fundamental para a redução da violência e para o fortalecimento da unidade familiar.(Por Evanadro Matos)
Marqueteiros podem dar tom do 2º turno na capital
Apesar das negativas de que tratava-se de um encontro político, os marqueteiros Sidônio Palmeira e Maurício Carvalho, responsáveis pelas campanhas dos prefeituraveis que disputarão o segundo turno da sucessão municipal de Salvador, Walter Pinheiro e João Henrique, respectivamente, almoçaram juntos ontem. O encontro foi caracterizado por ambos como um almoço pessoal. Apesar de os dois negarem, as especulações são de que estavam ajustando uma campanha de alto nível, sem agressões, até mesmo porque os dois partidos compõem a base dos governos Estadual e Federal. “Eu e Sidônio, além de colegas publicitários, somos amigos há muito tempo. Fechamos o primeiro turno e estamos partindo para o segundo, por isso resolvemos almoçar juntos nesse intervalo. Claro que falamos das campanhas, mas fizemos um balanço profissional. Essa história de que nos encontramos para firmar acordo por uma campanha de alto nível não existe. Até porque, considero que a campanha de ambas as partes foi de alto nível o tempo todo. Tratamos apenas de assuntos amplamente divulgados pela mídia e a expectativa agora é que seja ainda mais propositiva. Claro que existe o embate, afinal, ninguém coloca o time em campo sem querer fazer o gol no adversário”, justificou o responsável pela campanha do peemedebista. Coincidência ou não, o marketeiro de Walter Pinheiro também repetiu o mesmo discurso. “Antes de mais nada eu e Maurício somos amigos há muito tempo, além de colegas de profissão. Não se tratou de uma encontro de acordo, foi um encontro pessoal. Claro que fizemos um balanço do que aconteceu no primeiro turno, mas não tratamos de nenhum acordo para o segundo”, reforçou. Mas, enquanto os marketeiros estão em total paz, ontem o candidato à reeleição João Henrique Carneiro (PMDB), que aguarda o anúncio oficial do apoio do DEM à sua candidatura, voltou a atacar o PT do Estado. Ontem pela manhã, em entrevista a Agência Estado, o peemedebista declarou que no PT estadual tem “gente perversa” e que sofre de “falta de caráter”..(Por Carolina Parada)
Fonte: Tribuna da Bahia
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