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sexta-feira, maio 09, 2008

Um passe de mágica

Por: Carlos Chagas

BRASÍLIA - Na morna e estéril sessão em que depôs a ministra Dilma Rousseff no Senado, quarta-feira, coube ao senador Eliseu Resende, do DEM de Minas Gerais, a crítica mais contundente de quantas vem sofrendo o governo Lula nos últimos tempos. No estilo mineiro, acentuando que não questionaria, questionou. E foi fundo, deixando a chefe da Casa Civil sem resposta quando mostrou que o PAC é uma ficção, destinada apenas a lotar palanques e a promover comícios de sentido nitidamente político-eleitorais.
Porque o Programa de Aceleração do Crescimento, para o ex-ministro dos Transportes, consiste apenas no elenco de obras e projetos definidos em cada ministério e em cada estatal, constantes, todos, do planejamento de médio e longo prazos de cada um. O governo Lula, aliás, com muita habilidade, fez apenas juntar tudo e apresentar o conjunto como coisa nova. Mas mudou o que, na estratégia nacional de desenvolvimento?
A intervenção de Eliseu Resende tratou-se, realmente, da única coisa nova em toda a demorada inquirição de Dona Dilma. Porque, de repente, percebe-se a nudez, senão do rei, ao menos do PAC.
Com alguma maquiagem aqui e ali, todas as obras em andamento ou por realizar estavam definidas, assim como os recursos para elas, alocados, fazendo parte de sucessivos orçamentos da União. E até de diversos governos anteriores. A inteligência do governo Lula foi apresentar o velho como novo, num passe de mágica destinado a prender a atenção da sociedade e a capitalizar eleitoralmente.
Pois é. Coube a um mineirinho tranqüilo, que jamais levanta a voz, incapaz de agredir quem quer que seja, o diagnóstico mais cruel do que pode ser uma pirotecnia, objetivando, apesar de todos os desmentidos, as eleições municipais deste ano e, acima delas, a sucessão presidencial de 2010. O grande esforço do governo terá sido de juntar tudo e tentar injetar ânimo na realização.
E agora?
Caiu o castelo de cartas montado pelas oposições. PSDB, DEM e penduricalhos punham suas esperanças de virar o jogo no depoimento da chefe da Casa Civil, quando esperavam, sabe-se lá por que coquetel de ilusões, demolir o governo e expor suas entranhas a partir do caso dos cartões corporativos. Dilma Rousseff não abriu a guarda, manteve a mesma argumentação que o governo vem produzindo, de que não há dossiê, mas banco de dados, e de que o vazamento continua sendo investigado pela Polícia Federal. E mais nada.
A pergunta que se ouvia depois da sessão da Comissão de Infra-Estrutura, no fim da tarde de ontem, era sobre que caminhos trilhar a partir de agora. Farão o que os tucanos e os democratas para minar a popularidade sempre em alta do presidente Lula e todas as conseqüências posteriores?
Há quem espere com redobrada ansiedade a próxima pesquisa eleitoral, temendo o aumento dos índices de aprovação do presidente da República. E, pior ainda, a queda nos percentuais do governador José Serra...
Só depois das eleições
Parece assentado no Palácio do Planalto que, uma vez conhecidos os resultados das eleições municipais de outubro, haverá razoável recomposição do ministério. Nunca antes, a menos que sobrevenha algum caso isolado de necessidade. Depois, no entanto, deverá ser composta a equipe que, salvo engano, irá com o presidente Lula até o final de seu mandato.
Quem se dedica a ler todos os dias a agenda do chefe do governo concluirá com facilidade que, quando não está viajando, ele recebe sempre os mesmos auxiliares para despachos. Os ministros da casa, é claro, com Dilma Rousseff à frente. E mais Guido Mantega, da Fazenda, duas ou três vezes por semana, nem tanto o ministro da Justiça, Tarso Genro, mas quase isso.
Também a ministra Marina Silva e eventualmente os ministros da Educação e da Saúde. Como são 38 ministros e secretários, quem quiser que vá selecionando os candidatos a ex-ministros e ex-secretários. Porque, na próxima rearrumação ministerial, deverão pesar critérios político-partidários. E eleitorais.
De Minas, virão novidades
Chegam de Belo Horizonte sinais de que novidades virão envolvendo o governador Aécio Neves. Será sua volta ao PMDB, transformado em plataforma de lançamento de sua candidatura presidencial? Ou, no reverso da medalha, a formalização de sua aliança com o governador José Serra, para o lançamento de uma nova chapa café-com-leite? Uma aliança declarada com Geraldo Alckmin, caso o ex-governador consolide sua candidatura à prefeitura paulistana? Uma aproximação declarada com o PT?
As especulações podem variar ao infinito, mas fumacinhas estão saindo do Palácio da Liberdade...
Fonte: Tribuna da Imprensa

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