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sexta-feira, maio 02, 2008

Interrogatório e relatório de peritos contêm diferenças

Por Bruno Tavares
SÃO PAULO - Uma falha na comunicação entre peritos do Instituto de Criminalística (IC) e os delegados encarregados de investigar a morte de Isabella Nardoni pode explicar as perguntas incorretas feitas ao casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá durante o interrogatório.
Pelos menos três afirmações feitas pela delegada Renata Helena da Silva Pontes ao pai e à madrasta da garota não constam do relatório final elaborado pelo Núcleo de Crimes Contra a Pessoa do IC. Os advogados do casal se apóiam nessas imprecisões para questionar a condução do inquérito policial.
Os problemas começaram na madrugada de 18 de abril, horas antes de Alexandre e Anna Carolina começarem a ser ouvidos no 9º DP, na Zona Norte da capital paulista. Uma pane nos computadores do IC fez os peritos perderem parte do relatório de 83 páginas que serviria como base para as perguntas.
A delegada decidiu levar os laudos já finalizados e aguardar pelo relatório final. O documento só chegou no início da tarde, quando o interrogatório de Alexandre estava em andamento. "Não tivemos tempo de sentar com a doutora Renata e esclarecer os aspectos mais difíceis", admite um perito. "Por mais que ela conheça o caso, alguns pontos mereciam discussão aprofundada."
A primeira imprecisão surge na folha 15 do interrogatório de Alexandre. A delegada informa o acusado de que fora encontrado vômito de Isabella em sua camiseta - a mancha estava na bermuda. Alexandre alega que em momento algum viu sua filha vomitando, enquanto vivia. Renata prosseguiu, dizendo que o vômito de Isabella ocorreu após ela ter sido asfixiada. O pai reafirmou desconhecer o motivo da descoberta.
De fato, os médicos-legistas encontraram vômito nos pulmões da vítima - possivelmente resultado do processo de asfixia. Mas os peritos não conseguiram juntar essa informação com as manchas amareladas detectadas na bermuda de Alexandre. "O aspecto e o cheiro são iguais. Só não pudemos afirmar que se tratava de vômito de Isabella", explicou o perito.
Também houve erro na pergunta relativa ao sangue encontrado no carro da família e na sapatilha da madrasta. A delegada disse a Alexandre que as gotas de sangue encontradas no assoalho, atrás do banco do motorista e na cadeirinha de bebê instalada no Ford Ka eram "comprovadamente de sua filha". Em seguida, Renata disse ao acusado que foi constatada uma gota de sangue sobre o pé direto do sapato de Anna Carolina - "tratando-se do sangue de Isabella". No laudo final do IC, porém, a explicação é diferente.
No documento, os peritos atestam que todas as amostras encaminhadas ao Núcleo de Biologia e Bioquímica (do sangue encontrado no apartamento, nas roupas e no carro) resultaram positivo. Encaminhadas para a comparação de perfil genético, as mesmas apontaram predominância de membros da família. Os únicos vestígios em que foi possível determinar que se tratava de sangue de Isabella foram os colhidos no piso do apartamento.
"Só o exame de DNA dá resultado com 99,9% de certeza. O perfil genético é algo mais genérico. Como não conseguimos extrair o DNA das amostras, foi impossível dizer a que pessoa da família o sangue pertencia", esclareceu o perito. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que só vai se pronunciar após a manifestação do promotor.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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