Por: Carlos Chagas
BRASÍLIA - Não dá para fugir do assunto. O escândalo dos cartões de crédito corporativos chegou para ficar. Insere-se na galeria das lambanças onde, até pouco, pontificava apenas o mensalão. O que dizer de um governo capaz de permitir gastos pessoais da ordem de 76 milhões de reais num único ano, 2007, por parte de seus integrantes. Gastos pessoais, sim senhor, porque essa quantia não constou do orçamento federal.
Não foi prevista como as demais despesas em educação, saúde, obras e tudo o mais. Muito menos foram indicadas as fontes de receita para enfrentar a compra de aparelhos de ginástica, material de construção, hospedagem em hotéis de luxo, refeições em restaurantes cinco estrelas e, em especial, saques em dinheiro, que chegaram a 58 milhões.
Todo esse dinheiro foi utilizado como utilizavam o tesouro de suas nações os reis absolutistas do passado. E com detalhe mais estranho ainda: Suas Majestades, afinal, assinavam decretos referentes às sinecuras dadas aos nobres.
Aqui, nem isso, porque notícia não se tem de o presidente Lula haver autorizado especificamente cada um dos milhares de gastos feitos com cartões de crédito corporativos. Deve ter liberado genericamente a prática, imaginando que cada detentor da maravilha plástica saberia utilizá-la de acordo com as necessidades do governo, jamais para objetivos pessoais.
Comporta-se o governo, a começar pelo presidente da República, como se o Brasil fosse sua propriedade privada. Aliás, justiça se faça, não se trata de uma distorção exclusiva dos companheiros do PT. Nos tempos de Fernando Henrique Cardoso foi a mesma coisa, ou pior. É o "meu palácio", o "meu avião", o "meu país", até o "meu povo", na verdadeira acepção do termo. Não nos livramos do complexo de sul-americanidade que nos cerca. Em vez de servir, os detentores do poder servem-se. A pergunta que fica é se servirão para alguma coisa...
Sem esquecer o Pantanal
Voltam-se as atenções para a Amazônia, com o desmatamento servindo de pano de fundo para o recrudescimento de bobagens como a da internacionalização da região. Tese, aliás, defendida não apenas por estrangeiros, mas por certos brasileiros inocentes ou malandros.
Enquanto isso, investidas sutis e igualmente escandalosas avançam sobre o Pantanal. Até hoje, e já se vão dez anos, não foram retomadas as obras da hidrovia que ligaria Cáceres, no Mato Grosso, à bacia do rio da Prata, beneficiando também o Paraguai, o Uruguai e a Argentina.
Pode ter sido o cartel internacional da soja, pode ter sido uma dessas abomináveis ONGs sustentadas por multinacionais e até por governos dos países ricos, mas a verdade é que, em nome da preservação dos peixinhos vermelhos das barrancas ocultas do rio Paraná, deixam as populações ribeirinhas de contar com a chegada da civilização.
A produção agrícola precisa ser levada de caminhão até os portos de Santos e Paranaguá, encarecendo os produtos e desestimulando seu desenvolvimento. Ao mesmo tempo, ficam longe professores e livros, médicos e remédios, capazes de levar o progresso a cidadãos que só por teimosia permanecem onde estão. Tudo em nome de uma falsa ecologia posta a serviço de interesses econômicos óbvios.
Mas não param na interrupção dessa obra as investidas sobre o Pantanal. Imensas glebas vêm sendo adquiridas por estrangeiros, interessados em fazer da região aquilo que já conseguem na Amazônia: transformá-la em vastos jardins botânico e zoológico, onde a soberania nacional será ignorada.
Não faltarão no Pantanal, como não faltam na Amazônia, tribos de índios que serão consideradas "nações" e logo obterão de algum organismo internacional um fajuto reconhecimento de sua "independência". Aí então, quem viver, verá, começará a exploração indiscriminada das riquezas da fauna, flora e do subsolo. Por quem? Ora...
Fonte: Tribuna da Imprensa
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