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terça-feira, novembro 02, 2010

INSS paga dívida de acordo com data de concessão


Com decisão do STF, aposentados e pensionistas poderão receber até R$ 50 mil em atrasados sem ir à Justiça. Revisão chega a 39,35%

POR LUCIENE BRAGA

Rio - Pensionistas e aposentados do INSS entre 1988 e 2003 vivem hoje às voltas com a esperança de ter — sem entrar na Justiça — seus benefícios revisados e ainda receber bom valor em atrasados por cinco anos. Quem contribuía pelo teto e se aposentou até 1998 pode ter índice de correção de 10,96%. Aqueles que tiveram o benefício concedido até 2003 têm revisão de 28,3%, segundo especialistas. Há quem tenha direito aos dois períodos, com reajuste 39,35%. A projeção para o pagamento de atrasados é de, no máximo, R$ 50 mil.

Muitos segurados do INSS têm dúvidas sobre o direito à revisão e à indenização. A Coluna publica um guia para orientar os leitores, esclarecendo as principais dúvidas.

Esses segurados foram beneficiados por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) anunciada em 8 de setembro, que reconhece o direito à revisão de quem se aposentou pelo teto e teve o valor do benefício prejudicado pelas duas reformas previdenciárias — instituídas pelas Emendas Constitucionais 20 (1998) e 41 (2003). As ECs elevaram os limites vigentes em 1998 e 2003, respectivamente, mas quem obteve a concessão dos benefícios no período anterior às alterações ficou com o teto previdenciário menor. Até hoje.

DÚVIDA SOBRE DATA

A data inicial da abrangência da decisão ainda é um enigma, enquanto o acórdão do STF não é publicado, o que só deve ocorrer dentro de um a dois meses. Advogados previdenciários defendem que é preciso indenizar e corrigir os vencimentos de quem se aposentou desde 1988, mas ainda não se confirmou essa informação.

Outra dúvida que tem assolado os segurados é em relação à data considerada para a correção: se é a do requerimento ou a do início do benefício. O Ministério da Previdência Social esclarece que vale a que consta na Carta de Concessão, fornecida quando a aposentadoria ou pensão são deferidas. Esse é um detalhe importante, porque só assim o segurado saberá se terá direito ao pagamento. Em alguns períodos, não há direito ao reajuste.

A Advocacia Geral da União (AGU) estima que 1 milhão de segurados serão contemplados pela Justiça e assegura que eles vão receber tudo administrativamente, sem precisar entrar na Justiça. O aviso poderá vir por carta ou edital de convocação.

O ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, estima que 154 mil vão receber, em média, R$ 10 mil, e anunciou que pretende pagar tudo este ano, se possível. Aposentado em 1995, Antônio Carlos Dezerto Castanha, 64 anos, tem direito à revisão nos dois períodos e pode pegar o índice mais elevado. “Aguardo, como todos, o acórdão do Supremo, para ver como será a revisão administrativa”, pondera.

Representantes de segurados fazem alerta

Advogado da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), Vilson Trapp Lanzarini adverte que o anúncio de pagamento administrativo da dívida do INSS poderá embutir uma tentativa de diminuir o impacto financeiro da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), evitando uma corrida ao Judiciário.

Lanzarini lembra que o pagamento das diferenças de reajustes de causas históricas, como a dos 147% (setembro de 1991), do Índice de Reajuste do Salário Mínimo (IRSM), com 39,67% (fevereiro de 1994), ocorreu com valores inferiores aos que os segurados tinham direito, com pagamento parcelado e descontos. O especialista também ressaltou que, nas oportunidades anteriores de pagamento administrativo, milhares de beneficiários foram esquecidos, como os que recebiam auxílio-doença e outros, pagos temporariamente. Ou aqueles já convertidos em pensão. A Cobap diz que nenhum aposentado ou pensionista deve aceitar acordo que não represente 100% do valor a que tem direito.

PONTOS QUE AINDA NÃO FORAM DEFINIDOS

QUEM TEM DIREITO?
Em tese, titulares de benefícios concedidos entre 1988 e 2003 que contribuíam com salários acima do teto previdenciário. Quando as emendas EC 20 e 41 foram publicadas, elas elevaram o teto, mas esse pessoal, que se aposentou antes, não teve a equiparação. A Advocacia Geral da União só reconhece o período de 1991 a 2003, mas é preciso esperar o acórdão do Supremo Tribunal Federal, que deverá esclarecer esse detalhe.

PERÍODOS
Nem todos os períodos nesse prazo — de 1988 a 2003 — serão contemplados. O advogado Daisson Portanova elaborou tabela com as datas (ver ao lado).

TIPO DE BENEFÍCIO
Ainda não há definição se o direito será estendido a quem contribuía pelo teto e recebia auxílio-doença concedido na época das emendas. Oficialmente, AGU e Ministério da Previdência ainda não confirmam se os segurados que herdaram benefícios dessas aposentadorias e hoje são pensionistas do INSS também serão contemplados.

REVISÃO ADMINISTRATIVA
Não está claro como será feito o pagamento dos atrasados e a revisão. A Previdência não disse se a indenização pelos últimos cinco anos será paga de uma só vez ou parcelada e se haverá desconto no valor total, mas assegurou que negociará com o Planejamento o pagamento neste ano.

Carta: Este ano, 2.022 viúvas serão informadas de que perderão revisão ganha na Justiça

Por ordem do Tribunal de Contas da União (TCU), 2.022 viúvos e viúvas estão recebendo cartas do INSS informando que seus benefícios serão cortados e parte do que foi pago acima do teto previdenciário terá que ser devolvido, com descontos de até 30% do valor da pensão. O DIA denunciou o caso com exclusividade, ao publicar a história de Dona Maria de Lourdes Carneiro, 85 anos, que recebeu correspondência com a notícia de que seu benefício cairia dos atuais R$ 2.760 para R$ 1.600, sendo que ela seria descontada mensalmente em R$ 400 até “quitar” a “dívida” de R$ 23 mil.

A carta dá 10 dias de prazo para a defesa do segurado no INSS. Dona Lourdes foi à agência de Copacabana e entregou um documento informando que recebe acima do teto amparada por decisão judicial. Mas vai recorrer à Justiça.

O Ministério da Previdência, que vinha cumprindo as decisões judiciais que amparavam o pagamento acima do teto, foi obrigado seguir o acórdão do TCU, que só considerou válidas aquelas que o Judiciário concedeu para as aposentadorias, não para as pensões herdadas. A obrigação foi considerada arbitrária por advogados e especialistas previdenciários.

“Esses pensionistas têm como recuso entrar na Justiça, requerer uma liminar para não ter o valor reduzido e impedir os descontos”, recomenda Reginaldo Mathias, que dá suporte jurídico aos aposentados pela Associação dos Aposentados e Pensionistas da Previdência do Rio (Asaprev-RJ). Yedda Gaspar, presidente da Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Rio, também considerou a medida absurda e afirmou que o departamento jurídico pode fornecer orientação. Informações: 2507-2455.

Fonte: O Dia

Dilma pronunciamento vonivar 2010 eleicao Tv Globo 1ª parte

Dilma pronunciamento vonivar eleicao 2010 2ª parte

Dilma fura a Globo e diz: troque de canal

Na conversa com Obama ela deve ter tratado da moeda da China

Dilma deu a primeira entrevista ao vivo, como presidente, à TV Record.

O jornal nacional teve que engolir: foi a segunda.

Na hora de falar sobre a liberdade de imprensa, voltou a repetir: prefere a crítica ao silencio da ditadura.

E recomendou: se você não estiver satisfeito, use o controle remoto.

O melhor controle sobre a imprensa é o controle remoto !, ela disse.

(Como se sabe, o Doutor Roberto Marinho lutou febrilmente para atrasar a introdução do controle remoto no Brasil …)

Dilma falou sobre a política econômica.

Será austera, com controle da inflação e do gasto público.

Não vai gastar o que não puder gastar.

A melhor política cambial é a do cambio flutuante.

E, nos fóruns internacionais, lutará para que não haja “desvalorização competitiva”.

Desvalorizar a moeda para se beneficiar comercialmente, como faz hoje a China (ela não falou na China).

Dilma contou que conversou hoje com o Presidente Obama, com quem deve ter tratado da desvalorização sistemática da moeda chinesa.

Ela enunciou as prioridades.

Tirar 21 milhões de brasileiros da pobreza.

Realizar um progresso significativo na Saúde e na Segurança.

Quando tomou posse, em 2002, o presidente Lula falou, primeiro, à Globo e co-ancorou o jornal nacional.

O jogo mudou.

Se o amigo navegante não estiver satisfeito, faça como ela recomendou: use o controle remoto.

Paulo Henrique Amorim

Em tempo: as perguntas medíocres dos apresentadores do jornal nacional não permitiram que a presidente desse uma informação relevante além do que disse à Record.

Ou seja, foi perda de tempo usar o controle remoto e trocar a Record pela Globo.

Teria sido melhor começar logo a tomar um bom vinho tinto em homenagem à nova presidente.

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Mino: Serra se agarrou ao Papa. Na Itália, o aborto não é crime …

A hipocrisia não tem limites

O Conversa Afiada republica o editorial do Mino, na Carta Capital que chegou às bancas nesta segunda feira.

Até o papa apoiou Serra


Mino Carta

Dilma Rousseff, a eleita, teve de enfrentar a campanha mais feroz contra um candidato à Presidência na história do Brasil. Por Mino Carta. Foto: AFP

Dilma Rousseff, a eleita, teve de enfrentar a campanha mais feroz contra um candidato à Presidência na história do Brasil

Temos uma mulher na Presidência da República, primeira na história do

Brasil. E que uma mulher chegue a tanto já é notícia extraordinária.

Levo em conta a preocupação do Datafolha a respeito da presença feminina no tablado eleitoral: refiro-me à pergunta específica contida na sua pesquisa, sempre aguardada com ansiedade pelo Jornal Nacional e até pelo Estadão. A julgar pelo resultado do pleito, Dilma Rousseff representa entre nós a vitória contra o velho preconceito pelo qual mulher só tem serventia por certos dotes que a natureza generosamente lhe conferiu.

Para CartaCapital a eleição de Dilma Rousseff representa coisas mais.

A maioria dos eleitores moveu-se pelas razões que nos levaram a apoiar a candidata de Lula desde o começo oficial da campanha. Em primeiro lugar, a continuidade venceu porque a nação consagra os oito anos de bom governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Inevitável foi o confronto com o governo anterior de Fernando Henrique Cardoso, cujo trunfo inicial, a estabilidade, ele próprio, príncipe dos sociólogos, conseguiu pôr em risco.

Depois de Getúlio Vargas, embora manchada a memória pelo seu tempo de ditador, Lula foi o único presidente que agiu guiado por um projeto de país.

Na opinião de CartaCapital, ele poderia ter sido às vezes mais ousado em política social, mesmo assim mereceu índices de popularidade nunca dantes navegados e seu governo passou a ser fator determinante do êxito da candidata.

A comparação com FHC envolve também a personalidade de cada qual. Por exemplo: o professor de sociologia é muito menos comunicativo do que o ex-metalúrgico, sem falar em carisma. Não se trata apenas de um dom natural, e sim da postura física e da qualidade da fala, capaz de

transmitir eficazmente ideias e emoções. Lembraremos inúmeros discursos de Lula, de FHC nenhum.

Outra diversidade chama em causa a mídia nativa. Fascinada, sempre

esteve ao lado de FHC, inclusive para lhe esconder as mazelas.

Vigorosa intérprete do ódio de classe em exclusivo proveito do privilégio, atravessou oito anos a alvejar o presidente mais amado da história pátria. Quando, ao dar as boas-vindas aos 900 convidados da festa da premiação das empresas e dos empresários mais admirados no Brasil, ousei dizer que o mensalão, como pagamento mensal a parlamentares, não foi provado para desconforto da mídia, certo setor da plateia esboçou um começo de vaia. Calou-se quando o colega Paulo Henrique Amorim ergueu-se ao grito de “Viva Mino!” Os fiéis da tucanagem não primam pela bravura.

Pois Dilma Rousseff teve de enfrentar esta mídia atucanada, a reeditar o udenismo de antanho em sintonia fina com seus heróis. Deram até para evocar o passado da jovem Dilma, “guerrilheira” e “terrorista”. Como de hábito, apelaram para a má-fé para explorar a ignorância de um povo que, infelizmente, ainda não conhece a sua história, e que não a conhece por obra e graça sinistra de uma minoria a sonhar com um país de 20 milhões de habitantes e uma democracia sem demos.

Nos porões do regime dos gendarmes da chamada elite, Dilma Rousseff¬ foi encarcerada e brutalmente torturada. Poderia ter sofrido o mesmo fim de Vlado Herzog, que os jornalistas não se esquecem de recordar todo ano.

Mas a hipocrisia da mídia não tem limites, com a contribuição da

ferocidade que imperou na internet ao sabor da campanha de ódio nunca tão capilar e agressiva. E na moldura cabe à perfeição a questão do aborto, praticado à vontade pelas privilegiadas e, ao que se diz, pela própria esposa de José Serra, e negado às desvalidas.

Até o papa alemão a presidente recém-eleita teve de enfrentar. Ao se

encontrar já nos momentos finais da campanha com um grupo de bispos nordestinos, Ratzinger convidou-os a orientar os cidadãos contra quem não respeita a vida, clara referência à questão que, lamentavelmente, invadiu as primeiras páginas, as capas, os noticiários da tevê. Parece até que Bento XVI não sabe que o Vaticano fica na Itália, onde o aborto foi descriminalizado há 40 anos.

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Sem razão, extrema-direita culpa nordestinos pela vitória de Dilma

Apareceu no twitter uma versão fascistóide da eleição da Dilma. Alguém culpa os nordestinos pela vitória da Dilma e convoca os paulistas a manifestarem seu repúdio, num claro convite à intolerância e preconceito que encontram terra adubada em São Paulo.

Com a campanha fascistóide que José Serra patrocinou isso era previsível. Volto a dizer que Serra prestou um inestimável desserviço ao Brasil.

Leio agora na revista digital Terra Magazine que o Nordeste aumentou a vantagem de Dilma Rousseff, com a justa opção eleitoral de sua população, entretanto, apenas nas regiões Norte, Centro-Oeste, Sul e Sudeste, Dilma somou 1.873.507 votos de vantagem. Mesmo sem o Nordeste, Dilma ganharia a eleição.

“E, antes que novos discursos discriminatórios - canalizados contra o Nordeste na internet - se direcionem a outro alvo fácil, o Norte, vale destacar que Dilma também ganharia a eleição sem o saldo positivo de 1.033.802 votos com que os nortistas lhe agraciaram”.

O texto assinado por Eliano Jorge informa: “O Sudeste, idealizado pelos críticos de nordestinos e nortistas como bastião do PSDB, deu à petista 1.630.614 eleitores a mais do que seu adversário. Esta quantidade supera em 839.695 votos a soma das vantagens que Serra teve no Sul, 656.485, e no Centro-Oeste, 134.434”.

Na verdade, “embora o candidato tucano tenha acumulado 1.846.036 votos a mais do que Dilma em São Paulo, ele perdeu no segundo e no terceiro maiores colégios eleitorais do País, Minas Gerais e Rio de Janeiro, respectivamente com saldo negativo de 1.797.831 e 1.710.186”.

Portanto, os “culpados” pela vitória de Dilma Rousseff foram os próprios paulistas, que não votaram em Serra como muitos imaginavam. A frente de Serra em São Paulo não foi suficiente para neutralizar a escolha do povo.

Nem os números conseguem calar a boca dos fascistóides que alimentam o preconceito e discriminação contra os trabalhadores nordestinos radicados em São Paulo.

Não é para menos, já que Serra e quadrilha alimentaram abertamente o ódio na campanha eleitoral.

A vitória foi do povo brasileiro. Viva o povo brasileiro.
# posted by Oldack Miranda/Bahia de Fato

Fotos do dia

Ensaio de Raquel Santini é um sucesso no site Morango Recuperado de lesões musculares, Dentinho volta ao Corinthians Fernandão cabeceia bola em treino no São Paulo
Cratera aberta na cidade alemã de Schmalkalden Com feriado, muita gente aproveitou para antecipar compras de fim de ano Obra em calçada na rua Luiz Gama deixa entulho jogado no passeio público

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Obama liga para Dilma e diz aguardar um encontro com ela

Saul Loeb / AFP

Saul Loeb / AFP / Obama: conversa telefônica com Dilma sobre o Haiti, economia e energia limpa Obama: conversa telefônica com Dilma sobre o Haiti, economia e energia limpa
Relações internacionais


Presidentes e líderes de diversas nações entraram em contato com a petista para cumprimentá-la pela vitória

02/11/2010 | 00:08 | Das agências

A presidente eleita do Brasil, Dil­­ma Rousseff (PT), recebeu ontem os cumprimentos de diversos chefes de Estado e de governo de todo o mundo. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ligou à tarde para cumprimentá-la pela vitória. Em comunicado divulgado pela Casa Branca, Obama afirmou a Dilma que aguarda um encontro com ela em breve.

Obama falou com a petista sobre energia limpa, crescimento econômico e a reconstrução do Haiti – país no qual o Brasil lidera as forças de paz da ONU. “Ele elogiou o povo do Brasil por sua fé e compromisso com a democracia. Ele também ressaltou a excelente relação de trabalho entre os Estados Unidos e Brasil, e seu compromisso em aprofundar esta cooperação e explorar novas áreas de colaboração”, diz o comunicado.

Repercussão

Jornais do mundo todo falaram a respeito da eleição de Dilma Rousseff:

New York Times

O jornal destacou que Dilma enfrenta agora algumas tarefas “monumentais” que Lula deixou inacabadas: “arrumar o problemático sistema educacional do país, melhorar os padrões de saúde e saneamento”. Analistas alertaram para a tentação do novo governo aumentar a intervenção estatal na economia, principalmente na área de petróleo. O jornal ainda apostou que, sem o carisma de Lula, ela não se tornará uma líder mundial como é o atual presidente brasileiro.

The Wall Street Journal

O principal jornal econômico dos EUA destaca o passado de Dilma como ex-guerrilheira de esquerda e disse que a vitória dela foi selada pela prosperidade econômica do país e pela grande popularidade de Lula, seu mentor.

Le Monde

O jornal francês destacou que a eleição de Dilma se deve ao apoio de Lula e à sua herança econômica. “A sobrevivente de câncer de 62 anos apostou, durante a campanha, no balanço econômico dos anos de Lula.”

El País

O espanhol El País ressaltou que Dilma se elegeu devido ao importante momento da economia do Brasil, “um dos países que melhor representa a emergência de novas potências mundiais”.

Clarín

O principal jornal da Argentina destacou em seu site a vitória “contundente” de Dilma, primeira mulher a exercer o cargo de presidente do “país vizinho”.

Também em comunicado, o Departamento de Estado dos EUA, comandado por Hillary Clinton e responsável pela política externa norte-americana, também parabenizou Dilma pela eleição.”O processo eleitoral exemplar de novo ilustra a relação de longa data do Brasil para a governança democrática, os direitos civis e liberdades individuais; os valores que temos em comum”, diz mensagem assinada pelo porta-voz Philip Crowley.

Dilma ainda recebeu ontem o telefonema do presidente da França, Nicolas Sarkozy. “Ele disse a ela que quer continuar a cooperação com o Brasil em várias áreas, entre elas a energética. Elogiou a política internacional do presidente Lula, entre outras coisas a atuação do Brasil no Haiti”, disse o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia. A França tem uma parceria estratégia com o Brasil sobretudo na área militar – e tenta vender ao país uma frota de caças Rafalle, que concorrem em uma licitação com aviões de guerra dos EUA e da Suécia.

A nova presidente ainda recebeu ligações da presidente da Argentina, Cristina Kirchner; do primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates; do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos; do presidente do Paraguai, Fernando Lugo; e do presidente do Chile, Sebastián Piñera.

Já o presidente boliviano, Evo Morales, qualificou a vitória de Dilma como um triunfo da democracia latino-americana. Segundo Morales, a democracia voltou a se impor em “uma América Latina unida, que aposta na mudança”.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, por sua vez, definiu a eleição de Dilma como uma “grande onda de justiça e igualdade social” que, segundo disse, atravessa a América Latina. “[A vitória de Dilma] é fru­­to de uma extraordinária mobilização das forças populares do Brasil profundo”.

Fonte: Gazeta do Povo

Dilma venceria sem o Nordeste

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Números mostram que petista ganharia a eleição mesmo se só fossem computados os votos do Sul, Sudeste e Centro-Oeste

Baiano é eleito para governar o DF

O baiano de Itapetinga, Agnelo Queiroz (PT), foi eleito em segundo turno, ontem, o novo governador do Distrito Federal. Segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o petista recebeu 66,1% dos votos, contra 33,9% de Weslian Roriz (PSC), mulher do ex-governador Joaquim Roriz (PSC). Weslian entrou na disputa após o marido renunciar à candidatura por estar ameaçado pela Lei da Ficha Limpa. Queiroz, ex-ministro do Esporte, assume o Distrito Federal após uma onda de escândalos que atingiu o governo do Distrito Federal.

Sob denúncias de corrupção que envolviam o então governador José Roberto Arruda e deputados distritais, o DF chegou a ser alvo de um pedido de intervenção federal por parte da Procuradoria-Geral da República. Em meio a uma crise política, o Executivo teve quatro governadores diferentes num período de três meses. Agnelo foi eleito apresentando propostas como criar o bilhete único no transporte coletivo, criar 400 equipes de Saúde da Família e uma Unidade de Pronto Atendimento em cada uma das 30 regiões administrativas do DF e construir pelo menos 100 mil unidades habitacionais.

Na campanha, ele se aliou a Tadeu Filipelli (PMDB), que já participou do governo de Joaquim Roriz - fato amplamente criticado por oposicionistas. O petista, por sua vez, procurava caracterizar a candidatura de Weslian como um projeto de continuísmo. Nas propagandas eleitorais, ele acusava “o grupo que está no poder há 14 anos” pelos problemas de Brasília na área da saúde.

Campanha conturbada

A campanha do Distrito Federal teve momentos conturbados. Weslian só entrou na disputa no dia 24 de setembro, quando Roriz renunciou temendo ter a candidatura cassada pela Justiça com base na Lei da Ficha Limpa.

Na campanha, ela prometeu levar adiante propostas do marido, como o retorno das vans e a instalação de câmeras de TV por toda a cidade para combater a violência. A candidata fez aliança com oito partidos, entre eles o Democratas, do governador cassado José Roberto Arruda, e o PSDB.

Durante debate na TV Globo, ela se confundiu e chegou a dizer que defenderia “toda aquela corrupção”. Antes do debate, em frente à sede da TV Globo, militantes dos dois candidatos chegaram a entrar em confronto.

Fonte: Tribuna da Bahia

Discurso para "seguir mudando"

“Se o governo Lula deu certo – e essa é a percepção da ampla maioria do povo brasileiro –, deve muito isso a Dilma. O que precisará ser verificado agora é se a capacidade política de Dilma se iguala a essa capacidade administrativa”


Há algum tempo, quando começava na televisão o horário político, comentei aqui sobre o slogan da campanha da agora presidente do Brasil, Dilma Rousseff, o "seguir mudando". Era uma perfeita síntese do que a candidatura de Dilma pretendia, e que as pesquisas mostravam que vinha sendo muito bem assimilado pelos eleitores. “Seguir” era a chave da candidatura de continuidade. “Mudando”, o sinal de que as prioridades do governo Lula, de aumento da inclusão social com desenvolvimento, deveriam ser ampliadas para que o país continuasse mudando.

Um país que hoje já não se pauta mais pela vontade e pelo discurso de seus poderosos, da elite econômica quatrocentona de São Paulo. Um país que se espalhou até quanto a essa antiga centralização econômica, que hoje já tem atores fortes no mundo empresarial e dos negócios, com interesses diferentes e com força para vê-los prevalecer, no Nordeste, no Centro-Oeste. Novas empresas, novas montadoras de veículos, o agronegócio, etc. E que, mais do que isso, formou uma nova classe média dona do seu próprio nariz, devedora das políticas criadas por Lula e com uma compreensão diferente do país e do papel que exercem. Serra não foi capaz de enxergar essa gente e essas mudanças. Continuou falando para os mesmos, do mesmo jeito. Na virada do primeiro para o segundo turno, acabou aceitando ser o porta-voz de uma minoria conservadora acuada. Não entendeu o novo país. Perdeu.

A oposição terá de fazer suas avaliações e encontrar um discurso para se contrapor. Coisa que, definitivamente, ela não teve na campanha que passou. Mas a intenção aqui não é avaliar tanto a oposição. Deixemos isso para mais adiante. A intenção aqui é avaliar a primeira manifestação de Dilma como futura presidente a partir de janeiro do ano que vem. Voltando à ideia do primeiro parágrafo, do “seguir mudando”, o discurso de vitória de Dilma é o primeiro clareamento do que está na cabeça dela para tornar realidade seu mote de campanha.

Como principal gestora das ações de governo desde que assumiu a Casa Civil, tenho a impressão de que Dilma tem na sua cabeça o script do que imagina que deva ser feito com mais clareza do que tem o próprio presidente Lula. A competência administrativa de Dilma, como servidora pública, é coisa conhecida pelos cargos que ocupou. Se o governo Lula deu certo – e essa é a percepção da ampla maioria do povo brasileiro –, deve muito isso a Dilma. O que precisará ser verificado agora é se a capacidade política de Dilma se iguala a essa capacidade administrativa. Esse é um fator pouco testado. Uma coisa é ficar determinado que você é chefe na estrutura de governo e você dar ordens e obter resultados. Esse papel, Dilma cumpre bem. Mas os políticos aliados com quem Dilma terá de lidar não se comportarão como subordinados dela. Será preciso ver como ela se sairá nessa tarefa.

Se demonstrar ter esse traquejo político, as linhas do que Dilma pretende fazer para “seguir mudando” estavam no discurso que ela fez depois que soube oficialmente que estava eleita presidente. Primeiro, ela demonstra uma grande compreensão de seu tamanho. Ela sabe que não é o fenômeno que Lula foi, alguém que já chegou, com sua trajetória digna de filme (como, de fato, virou) à Presidência como mito. Dilma terá que fazer aliados, terá que transitar entre os setores da sociedade. Daí suas palavras de apoio à liberdade de imprensa (depois de meses de polêmica sobre controle da mídia e depois do comportamento claramente partidário que alguns veículos assumiram na campanha). Daí seu compromisso com a liberdade religiosa. Daí seu chamado à oposição para que as farpas naturais da campanha sejam esquecidas.

Trabalhando aí o ambiente político de tranquilidade necessária para tocar o governo, Dilma começou a detalhar o que está na sua cabeça para manter os fundamentos do governo Lula com condições de ampliar os resultados. Se Lula prometeu em 2002 fazer com que todos os brasileiros pudessem se alimentar todos os dias, Dilma já imagina poder dar o passo adiante: do esforço para erradicar a fome, trabalhar agora para erradicar toda forma de miséria.

Dilma sabe que encontra um mundo mergulhado em crise, vivendo uma mudança de eixo econômico, onde as potências tradicionais – Estados Unidos e Europa – vivem problemas sérios e onde as novas potências emergentes – China, Índia – ainda tratam de resolver seus próprios problemas. Por isso, conscientemente, ela descarta a ajuda da “pujança das economias desenvolvidas” e prega que vamos ter que trabalhar nós mesmos.

E, então, Dilma dá as pistas do que pensa para alavancar o que foi o fator principal da política econômica de Lula e da forma como conseguiu fazer tirar cerca de 30 milhões da pobreza e fazer ascender uma nova classe média, que deu sustentação à sua reeleição em 2006 e à vitória da sua sucessora agora: a política de crédito e a formalização do emprego. Incentivos para negócios familiares, simplificação tributária, indução do crescimento de alguns setores, como construção civil. Os recursos do pré-sal aparecem, na cabeça da nova presidente, como uma importantíssima reserva para essa ampliação da rede social e de crédito para as populações de baixa renda.

Dilma assumiu, na campanha e em seu discurso, compromissos com a educação. Uma das críticas que a oposição faz (quando teve coragem de criticar) à política social de Lula é que o Bolsa Família gera uma situação de dependência, clientelista, sem criar condições para que seu beneficiário deixe no futuro de precisar do benefício. Para dar um passo adiante, essa é uma situação que precisa mesmo ser superada. A educação básica não foi mesmo uma prioridade do governo Lula. Se vier a ser no governo Dilma, o “seguir mudando” pode mesmo dar certo.

*É o editor-executivo do Congresso em Foco. Formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília em 1986, Rudolfo Lago atua como jornalista especializado em política desde 1987. Com passagens pelos principais jornais e revistas do país, foi editor de Política do jornal Correio Braziliense, editor-assistente da revista Veja e editor especial da revista IstoÉ, entre outras funções. Vencedor de quatro prêmios de jornalismo, incluindo o Prêmio Esso, em 2000, com equipe do Correio Braziliense, pela série de reportagens que resultaram na cassação do senador Luiz Estevão
Fonte: Congressoemfoco

Outros textos do colunista Rudolfo Lago*

CNBB pede a Dilma 'fidelidade no cumprimento das promessas'

Renata Camargo

Em nota oficial, divulgada nesta segunda-feira (1º), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) saudou a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) pela vitória e pediu à ex-ministra “fidelidade no cumprimento das promessas apresentadas durante a campanha eleitoral”. Entre as promessas, os bispos católicos esperam que a petista atenda ao compromisso, firmado em carta, de não legalizar o aborto.

“Passadas as eleições, o compromisso de todos é unir os esforços na construção de um Brasil com paz, justiça social e vida plena para todos. Pesa sobre os ombros de cada um dos eleitos a responsabilidade de corresponder plenamente às expectativas e à confiança, não só de seus eleitores, mas de toda a Nação brasileira”, diz a nota.

O aborto foi uma das principais polêmicas do segundo turno das eleições presidenciais neste ano. Durante a campanha eleitoral, alguns bispos da Igreja Católica e lideranças evangélicas se posicionaram contra a candidatura de Dilma, por considerar a petista favorável à descriminalização do aborto.

A polêmica tomou proporções maiores com o posicionamento do bispo de Guarulhos (SP), dom Luiz Gonzaga Bergonzini, que orientou padres de sua cidade a pregarem nas missas o voto contra a petista. Para minimizar o impacto eleitoral, durante o segundo turno, Dilma divulgou uma carta à sociedade, em que negava ser favorável ao aborto.

Na nota divulgada hoje pela CNBB, os bispos católicos afirmam ainda que "cabe, agora, a todos nós, brasileiros e brasileiras, a irrenunciável tarefa de acompanhar os eleitos no exercício de seu mandato, a fim de que não se percam nos caminhos do poder de que foram revestidos". A nota é assinada pelo presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha, pelo vice-presidente da conferência, Dom Luiz Soares Vieira, e pelo secretário-geral, Dom Dimas Lara Barbosa.

Leia a íntegra da nota da CNBB:

Saudação da CNBB aos eleitos

Ao final do segundo turno das eleições, ocorrido neste domingo, 31 de outubro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB saúda todos os eleitos – deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente da República -, augurando-lhes sucesso na tarefa de representar e defender o povo que os escolheu para esta missão. A CNBB cumprimenta de maneira especial a Sra. Dilma Rousseff, eleita presidente da República, a quem caberá dirigir os destinos da nação brasileira nos próximos quatro anos.Dela e dos demais eleitos se espera fidelidade no cumprimento das promessas apresentadas durante a campanha eleitoral. Passadas as eleições, o compromisso de todos é unir os esforços na construção de um Brasil com paz, justiça social e vida plena para todos. Pesa sobre os ombros de cada um dos eleitos a responsabilidade de corresponder plenamente às expectativas e à confiança, não só de seus eleitores, mas de toda a Nação brasileira.

Saudamos o povo brasileiro, que protagonizou o espetáculo da cidadania e da democracia ao participar ativamente das eleições em seus dois turnos. Cabe, agora, a todos nós, brasileiros e brasileiras, a irrenunciável tarefa de acompanhar os eleitos no exercício de seu mandato, a fim de que não se percam nos caminhos do poder de que foram revestidos.

Que Deus, de quem provém toda autoridade, acompanhe cada um dos eleitos com sua graça e sua bênção. O divino Espírito Santo os ilumine e lhes conceda sabedoria a fim de que tomem sempre as decisões mais acertadas para o bem de nosso povo. Imploramos a intercessão de Nossa Senhora Aparecida para os que foram eleitos e para todo o povo brasileiro

Brasília, 31 de outubro de 2010

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário Geral da CNBB

Fonte: Congressoemfoco
Luciano da Matta/Agência A TARDE
A última seleção para o cargo de agente da PF ofereceu remuneração inicial no valor de R$ 7.514


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A Polícia Federal (PF), órgão vinculado ao Ministério da Justiça (MJ), solicitou ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) abertura de concursos públicos para 1.352 vagas distribuídas entre cinco carreiras da instituição. As chances contemplarão os cargos de papiloscopista (116), agente de polícia (396), delegado (150), escrivão (362) e agente administrativo (328).

O recente anúncio do órgão quase triplica o número de vagas inicialmente previsto. Isto porque, anteriormente, a PF havia confirmado que esperava o aval do MPOG para preencher 480 vagas para as carreiras de agente administrativo e papiloscopista.

Agente administrativo - De acordo com a assessoria da PF, o pedido para abertura de 328 chances para agente administrativo já está no Ministério do Planejamento e, após a autorização, o edital deverá ser lançado em seguida. A previsão é que os aprovados no concurso tomem posse rapidamente, já que o cargo de agente administrativo não prevê realização de curso de formação.

A atividade de agente administrativo exige nível médio e, segundo a tabela de remuneração dos servidores federais de 2010, têm salário, já somadas as gratificações, de R$ 2.9884.

Nível superior - Os pedidos para abertura das outras 1.024 vagas de papiloscopista, agente de polícia, escrivão e delegado também já estão no Planejamento.

De acordo com informações do Ministério da Justiça, os processos foram enviados para a análise do Planejamento no último dia 20. Os salários previstos correspondem a R$ 7.514 (agente, papiloscopista e escrivão) e R$ 13.368 (delegado).

Leia reportagem completa na edição impressa do Jornal A Tarde desta terça-feira, 2

Abstenção de 21,5% nas eleições é a maior desde 94

No domingo, 36 milhões de brasileiros não foram às urnas ou preferiram votar em branco ou nulo. Somente nas duas eleições de Fernando Henrique Cardoso, esse índice foi maior nos últimos anos

Elza Fiuza/ABr
36 milhões de pessoas não apareceram ou votaram em branco ou nulo no segundo turno das eleições

Eduardo Militão e Mário Coelho

A quantidade de brasileiros que não apareceu para votar no domingo das eleições presidenciais chegou a 29,1 milhões, ou 21,50% dos eleitores, índice só menor do que o registrado em 1994, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) venceu Lula. A opção de não votar nem em Dilma Roussef, a presidente eleita, nem em José Serra, seu adversário, porém, não deve ser atribuída apenas à ausência, certamente amplificada pela coincidência do pleito com o feriado de hoje (2), Dia de Finados. Quando somados também os cidadãos que compareceram às sessões de votação, mas optaram pelo voto nulo ou em branco, o contingente chega a 36,6 milhões de pessoas, e representa 26,76% do eleitorado, a maior marca desde 1998, quando FHC bateu Lula novamente.

Para o presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, o feriado prolongado pesou no aumento da abstenção. O cientista político Alexandre Barros cita a insatisfação de eleitores de Marina Silva (PV) como motivo para a quantidade de descontentes. Barros diz que a boa situação econômica e as semelhanças entre Dilma e Serra fizeram muita gente descansar em vez de votar. Ele não vê a abstenção como problema, mas como percepção de que o voto é um direito, e não um dever.

Os 36,3 milhões de brasileiros que não escolheram nem Dilma Rousseff nem José Serra seriam suficientes para mudar o resultado das eleições. Isso porque a soma de descontentes e indiferentes supera em três vezes a diferença entre a petista e o tucano, que foi de 12 milhões a favor de Dilma, a primeira mulher eleita presidente do Brasil. Para Alexandre Barros, porém, essa é uma matemática simplista. Ninguém tem condições de saber como votariam os que se abstiveram se resolvessem escolher um dos dois candidatos que disputaram o segundo turno. “Essa é a pergunta que não adianta fazer, porque ninguém tem a resposta”, diz o consultor político Alexandre Barros.

Levantamento do Congresso em Foco baseado em informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que a média de não-comparecimento às urnas somada à insatisfação pelo voto nulo ou em branco é de 26,79% entre 1994 e 2010. Ou seja: o percentual destas eleições coincide com essa média.

O índice de abstenção no segundo turno da disputa presidencial também foi maior do que na primeira rodada. Se no domingo passado, deixaram de votar 29,1 milhões, no primeiro turno, foram 24,6 milhões, ou 18,1%. Só no dia 31, outros 7,1 milhões de brasileiros preferiram apertar o botão “branco” da urna ou anular o voto, digitando um número inexistente.

“Um contingente grande do eleitorado brasileiro parece ter se cansado dessa polarização entre PT e PSDB”, observa o cientista político José Luciano Dias. “A votação de Marina foi o primeiro reflexo disso. A opção de não votar no segundo turno também”, conclui.

De fato, o percentual dos que não votam parece oscilar de acordo com a certeza que o eleitorado demonstra quanto às boas possibilidades percebidas por trás das candidaturas em disputa. Os dados do TSE mostram que o contingente de brasileiros indiferentes ou descontentes com as eleições vinha caindo entre 2002 e 2006. Foram os anos em que a maior parte do eleitorado encontrou em Lula o desaguadouro das suas aspirações. Em 2002, numa consideração de que ele e o PT fariam um governo que respeitaria a ética na política e combateria a corrupção. Em 2006, muitos dos que assim pensavam estavam decepcionados, por conta de episódios como o mensalão. Mas Lula compensara esse fato trazendo para si a nova classe média que emergia com sua política social. Agora, o percentual dos que não se julgavam representados nem por Dilma nem por Serra voltou a subir.

A soma da abstenção com os votos brancos e nulos era de 32% em 1994, subiu para 36% em 98 e caiu até 24% no segundo turno de 2006. No primeiro turno deste ano, foi para 25%. E agora, alcançou os 27%, mesmo índice da média dos últimos 16 anos e o maior valor desde 1998.

Já a abstenção sozinha vem oscilando durante esse período. Chegou a 29% em 1994 e, neste segundo turno, a 21,5%, o maior índice desde então. A média histórica mostra a abstenção média de 19,70% nos últimos 16 anos.

Abstenção e voto dos descontentes sobe no segundo turno
Percentual de eleitores em relação ao eleitorado da época



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Veja a tabela completa

A diferença entre a abstenção no primeiro e no segundo turno destas eleições foi de 4,5 milhões. É como se quase todo o eleitorado do Pará (4,7 milhões) deixasse de votar de uma vez só. O Pará foi o estado que teve a maior abstenção – 26,79% ou 1,27 milhões de eleitores.

A soma da abstenção com o número de brancos e nulos também subiu entre o primeiro e o segundo turno. Passou de 34,2 milhões para 36,3 milhões de eleitores.

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Fonte: Congressoemfoco

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