Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

domingo, janeiro 12, 2025

VOCÊ SABIA QUE QUEIMAR LIXO, AINDA QUE EM PROPRIEDADES PARTICULARES, É CRIME?


Queimar lixo é uma prática comum em muitas regiões, mas é importante saber que, além de prejudicial ao meio ambiente e à saúde, também é considerada crime no Brasil. Segundo a Lei Federal nº 9.605/1998, no artigo 54, é crime ambiental “causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana”.

Isso significa que, mesmo em propriedades particulares, a queima de galhos secos, folhas e outros tipos de lixo não é permitida. A atmosfera é um bem coletivo, e atos que a prejudiquem afetam toda a comunidade. A fumaça liberada por essas queimadas contém substâncias nocivas, como partículas e gases, que podem causar sérios problemas de saúde. Entre os efeitos estão irritações nos olhos, na pele e nas vias respiratórias, além do aumento do risco de doenças graves, como o câncer.

Os grupos mais vulneráveis são os portadores de doenças respiratórias, como asma e bronquite, além de crianças e idosos. A exposição à fumaça pode agravar condições de saúde preexistentes e até mesmo levar a internações hospitalares.

Além das consequências para a saúde, as queimadas também contribuem para o aumento da poluição do ar e o agravamento das mudanças climáticas. O impacto ambiental é significativo, uma vez que os gases liberados durante a queima, como o dióxido de carbono (CO²) e o metano (CH₄), são potentes agentes do efeito estufa..

Portanto, ao invés de queimar lixo, busque alternativas sustentáveis, como a compostagem de resíduos orgânicos e a destinação adequada de materiais recicláveis. Denúncie práticas de queima irregular ao órgão ambiental da sua região. Proteger o meio ambiente é um dever de todos, e pequenas atitudes fazem grande diferença para a qualidade de vida da comunidade e para o planeta

Polícia prende suspeito de participar de ataque a assentamento do MST em SP

 Foto: Reprodução/TV Globo

Ataque a assentamento do MST em Tremembé (SP) deixa dois mortos e seis feridos11 de janeiro de 2025 | 20:31

Polícia prende suspeito de participar de ataque a assentamento do MST em SP

brasil

A Polícia Civil de São Paulo informou que prendeu neste sábado (11) um homem suspeito de ter participado do ataque a um assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em Tremembé (SP) que deixou dois mortos e seis feridos.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o suspeito, apontado como mentor intelectual do crime, é conhecido como “Nero do Piseiro” e já tinha passagem por porte ilegal de arma de fogo. O nome dele não foi divulgado pela pasta.

O homem foi reconhecido por testemunhas que viram os criminosos chegando ao local em carros e motos e momentos depois atiraram, ainda segundo a pasta.

De acordo com o G1, o delegado seccional de Taubaté, Marcos Ricardo Parra, afirmou em entrevista coletiva que o homem preso tem 41 anos e é apontado como a pessoa que chefiou o ataque, nesta sexta (10). Ele teria sido identificado por vítimas que estão hospitalizadas e por testemunhas.

A motivação, conforme a SSP, teria sido um desentendimento sobre a negociação de um terreno dentro da área do assentamento.

A Polícia Federal também vai investigar o ataque no assentamento Olga Benário, em Tremembé (SP), no Vale do Paraíba. A determinação foi do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Coordenador do MST, Gilmar Mauro disse que o presidente Lula (PT) telefonou a ele neste sábado para prestar solidariedade às vítimas. Segundo ele, o petista prometeu que equipes da Polícia Federal se deslocariam até o local para acompanhar as investigações do crime.

Por volta das 23h de sexta-feira (10), dez homens armados invadiram o assentamento no Vale do Paraíba e abriram fogo contra os moradores, de acordo com o movimento sem terra.

Oito pessoas foram atingidas e levadas ao Hospital Regional de Taubaté e ao Pronto-Socorro de Tremembé, de acordo com informações do MST, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

Dois não resistiram aos ferimentos: Valdir do Nascimento e Gleison Barbosa. As vítimas sobreviventes sofreram disparos nos pés, nas mãos e nas costas, segundo Gilmar Mauro.

Ainda de acordo com o dirigente, o assentamento sofre tentativas de invasão por conta da expansão imobiliária na região. “É uma tragédia anunciada, já acionamos o Ministério Público e a Justiça, mas não aconteceu nada”, diz Mauro.

Segundo ele, o ataque foi precedido de um primeiro encontro, em que moradores expulsaram um invasor da área. Os assentados então se reuniram no mesmo local, na tentativa de barrar uma nova invasão, e foram alvejados por um grupo armado.

O caso foi registrado como homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido no plantão da Delegacia Seccional de Taubaté. Um homem foi abordado no local e autuado em flagrante por porte ilegal da arma.

O assentamento Olga Benário tem 690 hectares –cerca de 960 campos de futebol– e é regularizado pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) desde dezembro de 2005. Na área residem 52 famílias.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, ainda não se manifestaram sobre o episódio.

O governo Lula (PT), por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, determinou neste sábado (11) que a Polícia Federal (PF) instaure um inquérito para investigar o caso.

Coordenador do MST, Gilmar Mauro disse que Lula telefonou a ele para prestar solidariedade às vítimas. Segundo ele, o petista prometeu que equipes da PF se deslocariam até o local para acompanhar as investigações do crime.

Ainda de acordo com o dirigente, o assentamento sofre tentativas de invasão por conta da expansão imobiliária na região. “É uma tragédia anunciada. Já acionamos o Ministério Público e a Justiça, mas não aconteceu nada”, diz Mauro.

Segundo ele, o ataque foi precedido de um primeiro encontro, em que moradores expulsaram um invasor da área. Os assentados então se reuniram no mesmo local, na tentativa de barrar uma nova invasão, e foram alvejados por um grupo armado.

Folhapress

Marco da redemocratização, eleição de Tancredo completa 40 anos em momento de instabilidade

Foto: Pedro França/Agência Senado/Arquivo
Palácio do Congresso Nacional12 de janeiro de 2025 | 08:56

Marco da redemocratização, eleição de Tancredo completa 40 anos em momento de instabilidade

brasil

A eleição indireta de Tancredo Neves para a Presidência da República completa 40 anos na próxima quarta-feira (15) como uma espécie de lembrete para defensores da democracia. O apelo do político mineiro para que as forças civilizatórias não se dispersassem é visto ainda hoje como um discurso atual.

A votação do Colégio Eleitoral que em 1985 escolheu Tancredo para ser o primeiro presidente civil após 21 anos de ditadura militar entrou para a história como um marco da redemocratização do Brasil. Simbolizava a esperança do fim dos anos de chumbo e o triunfo do Estado democrático de Direito.

Na prática, os caminhos foram mais tortuosos —antes e depois da eleição em que deputados deram 480 votos ao candidato do então PMDB contra Paulo Maluf (PDS), o preferido de 180 dos votantes.

A eleição indireta só ocorreu porque as Diretas Já, apesar de bem-sucedidas na mobilização nacional com comícios reunindo artistas e políticos, fracassou no objetivo central de conquistar eleições diretas. A Emenda Dante de Oliveira, que previa o retorno do modelo, foi derrotada em 1984 no Congresso.

Solução possível dentro de uma série de acordos de bastidores entre políticos e militares, a votação indireta não encerrou a questão. Tancredo foi internado na véspera da posse, em março de 1985 —e morreria em 21 de abril daquele ano, levando José Sarney, seu vice, a assumir como presidente.

“Sarney cumpriu aquilo que o Tancredo tinha acordado rumo a uma transição negociada que levaria ao fim da ditadura”, diz Airton Soares, ex-deputado que votou em Tancredo e por isso foi ameaçado de expulsão por seu partido da época, o PT, que encampou a bandeira das Diretas e deslegitimava o pleito indireto.

Soares e outros dois petistas que votaram no mineiro (Bete Mendes e José Eudes), contrariando a orientação de ausência, acabaram se antecipando à exclusão e deixaram a legenda. “Não me arrependo. Contribuí para o país de alguma forma com o meu voto”, afirma o ex-parlamentar e advogado.

Daí a dizer que a ditadura foi sepultada de vez é um exagero, não só na ótica de Soares, mas também de outros personagens e observadores da situação política brasileira.

“Passamos agora por uma tentativa de golpe”, diz o ex-deputado sobre as revelações da Polícia Federal sobre a trama no governo Jair Bolsonaro (PL) para contestar o resultado da eleição de 2022 e impedir a posse do presidente Lula (PT).

“A instabilidade ainda passa pelos militares”, afirma Soares, para quem “o ímpeto golpista” de parte do oficialato, neste momento, está sob controle, mas exige atenção permanente.

No célebre discurso de vitória, ao citar diferentes contribuições para as etapas de transição democrática, Tancredo exaltou as Forças Armadas pela “decisão de se manterem alheias ao processo político, respeitando os seus desdobramentos até a alternativa do poder”.

O presidente eleito disse ainda que “nunca o país dependeu tanto da atividade política” e que a sociedade brasileira expressou nos comícios das Diretas estar “cansada do arbítrio”. Ele via a necessidade de institucionalização do Estado e da aprovação de uma Constituição, o que seria feito em 1988.

“Não vamos nos dispersar. Continuemos reunidos, como nas praças públicas, com a mesma emoção, a mesma dignidade e a mesma decisão”, conclamou Tancredo, num grito pela união cívica contra o autoritarismo.

A vigilância democrática voltou a ser acionada durante o governo Bolsonaro diante do cenário de politização das Forças Armadas e do risco de ruptura. Cobranças da sociedade civil foram consideradas um anteparo ao questionamento das eleições e à ruptura institucional.

A atuação do Pacto pela Democracia (rede com mais de 200 entidades), da Comissão Arns de Direitos Humanos, do fórum Direitos Já! e de setores empresariais e políticos, ao lado de iniciativas como os dois manifestos pela democracia lidos em agosto na Faculdade de Direito da USP, são citadas como exemplos dessa mobilização. Representantes dizem que o pior passou, mas que é preciso manter o alerta.

O Pacto lançou neste mês, quando os ataques de 8 de janeiro completaram dois anos, um documento que propõe 38 ações pelo fortalecimento da agenda democrática, como despolitização das forças de segurança e defesa do sistema eleitoral.

“Eleição acontece em um dia, mas a democracia acontece em todos os outros”, diz Marina Slhessarenko Barreto, pesquisadora do Núcleo Direito e Democracia do Cebrap. Para ela, a preservação do regime “depende de um esforço diário das forças aglutinadas em torno dela”.

A cientista política diz que a democracia no Brasil “passar por maus bocados” não é novidade. “Tanto é que Tancredo nem conseguiu assumir e pouco tempo depois, em 1992, tivemos o impeachment de [Fernando] Collor, dois testes de fogo para o sistema em um intervalo curto”, relembra ela.

Segundo pesquisa Datafolha feita em dezembro, 69% dos brasileiros preferem a democracia como forma de governo, taxa abaixo da registrada em outubro de 2022, quando 79% davam essa resposta, no pico da série histórica iniciada em 1989.

Hoje, 8% consideram que um regime ditatorial é aceitável sob certas circunstâncias e uma fatia de 52% não vê nenhuma chance de o Brasil se tornar uma ditadura. O levantamento mostrou ainda que 68% acreditam que houve risco de golpe após a derrota de Bolsonaro para Lula.

Para Marina, a descoberta do que ela chama de “arapucas” para que o governo eleito não tomasse posse reforça a preocupação, já que “a relação do poder civil com os militares permanece sendo um ponto nevrálgico” e o país enfrentou “quatro anos de tentativa de destruição” do tecido democrático.

Mas há, sim, razões para comemorar os 40 anos de democracia, considera a pesquisadora. “Temos que reconhecer os avanços desde a eleição de Tancredo e celebrar, porque uma democracia nunca vai ser perfeita. Ela é um processo, é uma construção que nunca termina.”

Joelmir Tavares, Folhapress

PoliticaLivre 

União é condenada por estimular acampamentos golpistas em quarteis


Em ação popular, juiz federal declara ilegal Resolução do CFM sobre “Hospital-Dia” - JuriNews

Juiz federal não teve a menor dúvida sobre a culpa da União

Pepita Ortega
Estadão

O juiz Janilson Bezerra de Siqueira, da Justiça Federal no Rio Grande do Norte, condenou a União – o governo federal – a pagar uma indenização de R$ 2 milhões em razão de nota em que os então comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica – um deles indiciado por crime de golpe de Estado – “estimularam” acampamentos golpistas, montados em todo o País em frente a quarteis do Exército com pedidos de intervenção militar após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro nas urnas.

A sentença determina ainda a realização, em até 60 dias, de uma cerimônia pública de pedido de desculpas, com participação dos comandantes das FAA, além da promoção de cursos de formação aos militares de todo o Brasil, para “revisitar os atos antidemocráticos de 2022 e enfatizar o necessário respeito dos integrantes das Forças Armadas aos princípios inerentes ao Estado Democrático de Direito”.

MAIS CONDENAÇÕES – Na mesma decisão, assinada nesta sexta, 10, o magistrado da 4ª Vara Federal impôs ainda duas outras condenações, inclusive a do deputado general Girão, pelo fato de o parlamentar ter sido um “importante articulador e motivador de atos criminosos”, inclusive o 8 de janeiro, com “vontade em ver a concretização de um golpe de Estado”.

Além disso, houve a condenação da União, do Estado do Rio Grande do Norte e do município de Natal, ao pagamento de R$ 1 milhão por “omissão na proteção à democracia ao permitirem a manutenção dos acampamentos e obstrução irregular da via em frente ao 16º Batalhão de Infantaria Motorizado (Batalhão Itapiru), na capital potiguar”;

LIBERDADE DE EXPRESSÃO – A decisão foi proferida no bojo de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal, que argumentou como os então comandantes das Forças Armadas emitiram nota divulgada em novembro de 2022.

Segundo a Procuradoria, o texto “considerava os atos que incitavam a animosidade das Forças Armadas contra os demais poderes como legítimo exercício de liberdade de expressão e reunião”.

Na nota em questão, os então chefes das Forças Armadas defenderam a garantia de manifestações pacíficas e condenaram “restrições a direitos por parte de agentes públicos” e “excessos cometidos” em atos pelo País – “que possam restringir os direitos individuais e coletivos ou colocar em risco a segurança pública”.

Congresso tem legitimidade para votar anistia do 8/1, diz presidente do STM

Publicado em 11 de janeiro de 2025 por Tribuna da Internet

Novo presidente do STM diz que golpe de 64 foi "uma revolução" e  "necessário"

Ministro diz que o assunto anistia ainda será debatido

Rafael Moraes Moura
O Globo

O atual presidente do Superior Tribunal Militar (STM), ministro Joseli Parente Camelo, disse ao blog que o Congresso Nacional “tem legitimidade” para discutir uma proposta de anistia aos envolvidos nos atos golpistas que culminaram com a invasão e a depredação da sede dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de Janeiro de 2023.

O ministro, no entanto, frisou que acha que ainda está “muito cedo” para tratar da questão, uma das principais bandeiras de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

NÃO É TABU – “É um assunto que é discutido naturalmente no Congresso, não é tabu. O debate é sempre uma coisa interessante, mas eu acho que primeiro temos de ter o julgamento (dos envolvidos na trama golpista). A população brasileira deseja saber o que realmente aconteceu. Isso está sendo investigado”, disse o ministro à equipe da coluna, após participar na última quarta-feira (8) de evento no Palácio do Planalto em “defesa da democracia”, realizado dois anos após os atos golpistas.

Conforme informou o blog, advogados dos indiciados no inquérito da trama golpista já calculam que deverão ficar na faixa de 20 anos de prisão as penas que serão impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aos principais investigados.

Tanto a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) quanto a condenação pela Primeira Turma do STF são dadas como certas.

ESTÁ NO DIREITO – “O Congresso tem todo o direito de provocar esse debate. O Congresso tem legitimidade para discutir o assunto e depois o presidente da República também tem o poder discricionário de vetar ou não. O debate pode acontecer tranquilamente, sem problema”, acrescentou Joseli.

O presidente do STM, que é tenente-brigadeiro do ar, disse concordar com a avaliação de sua sucessora, a ministra Maria Elizabeth Rocha, que afirmou ao blog que é “precoce” a discussão de uma anistia neste momento. Maria Elizabeth assume a presidência do STM em 12 de março.

“Concordo com a ministra Elizabeth. Não é o momento ainda (para discutir a anistia), é muito cedo”, acrescentou Joseli.

FERIDA ABERTA – Em entrevista à equipe da coluna, Maria Elizabeth afirmou que o 8 de Janeiro é “uma ferida aberta que vai custar para cicatrizar”.

“Isso vai ser como 64, vai incomodar ainda por muitas décadas. É um fantasma que nos atormenta, e que nos obriga a ficarmos vigilantes e reflexivos, porque nós, aqueles que têm um pensamento de vanguarda, que querem que o país progrida, que querem reformar as instituições e distribuir a riqueza de uma forma igualitária, também andamos falhando muito. Os setores progressistas da sociedade têm falhado muito também com as camadas populares”, comentou.

Maria Elizabeth está entre os cinco representantes civis do tribunal militar, formado por 15 magistrados – e a única mulher a integrá-lo desde a sua criação por Dom João VI, em 1808.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O ministro Joseli Parente Camelo era piloto da Presidência e foi nomeado para o STM por Dilma Rousseff. Portanto, é agradecido ao PT, mas não vende a alma e reconhece que, na forma da Lei, o Congresso tem poderes para anistiar Bolsonaro. Se Bolsonaro não merece ser anistiado, isso é para ser decidido pelos parlamentares. (C.N.)


Ética no mundo real admite raciocínios muito chocantes

Publicado em 12 de janeiro de 2025 por Tribuna da Internet

Peter Singer - O Status Moral Do Sofrimento - Curso de Redação - Priscila  Germosgeschi

Estudo da Ética fez Peter Singer tornar-se vegetariano

Hélio Schwartsman
Folha

Coletânea de artigos de Peter Singer traz textos em que filósofo defende infanticídio, liberação do doping e a comercialização de rins

Peter Singer é um dos mais estimulantes filósofos da atualidade. Embora ele abrace uma corrente teórica —o consequencialismo—, dedica-se mais a discutir questões práticas. E, ao fazê-lo, não hesita em ir até onde seu pensamento o leva, mesmo que as conclusões sejam controversas.

Em “Ethics in the Real World”, uma coletânea de 90 ensaios voltados para o público geral, Singer mostra a que veio. Entre as muitas teses polêmicas que ele defende estão o infanticídio (a eutanásia de bebês gravemente doentes), a liberação do doping para atletas e a criação de um mercado de rins. O interessante é que, apesar de as conclusões poderem ser classificadas como radicais, Singer chega a elas através de argumentos muito ponderados.

DISCORDÂNCIAS – Outra característica de seus escritos é que ele sempre deixa espaço para o leitor discordar. Singer foi um dos primeiros proponentes do vegetarianismo ético, que abraça com entusiasmo. Mas ele não nutre a ilusão de que toda a humanidade se tornará vegetariana.

Para os carnívoros irredutíveis, ele propõe que pelo menos exijam que animais destinados ao abate não sejam submetidos a uma vida inteira de maus-tratos. Difícil discordar.

O próprio Singer explica por que se dedica a escrever para o público geral. Artigos científicos que saem em periódicos com revisão por pares são lidos em média por dez pessoas. Um texto de opinião num jornal de grande circulação pode ser lido por centenas de milhares ou mesmo milhões. E alguns destes leitores mudarão seu modo de ver as coisas e talvez até suas atitudes.

REFLEXÃO MORAL – Um dos problemas da modernidade, como Singer mostra num dos ensaios, é que a maioria de nós tirou a reflexão moral de suas vidas.

Apenas 23% dos americanos param com alguma frequência para pensar sobre os aspectos éticos de decisões; 31% o fazem às vezes; e 46%, nunca.

Na maioria das situações, nós apenas nos deixamos levar pelas intuições morais que vêm embutidas em nossas cabeças. O problema é que elas evoluíram para lidar com questões da Idade da Pedra que têm pouca relevância no mundo de hoje.

Em destaque

Tragédia em Sergipe: Rodovia cede e causa a morte de três pessoas

  Tragédia em Sergipe: Rodovia cede e causa a morte de três pessoas domingo, 12/01/2025 - 18h40 Por Redação Foto: Divulgação Pelo menos três...

Mais visitadas