Jussara SoaresO Globo
Elogiado publicamente nesta terça-feira pelo presidente Donald Trump pela aproximação entre os dois países, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o filho 03 do presidente Jair Bolsonaro, disse que faltava um “carinho” do Brasil aos Estados Unidos. Após ter sido apresentado por Bolsonaro ao ocupante da Casa Branca, Eduardo foi convidado pessoalmente pelo próprio Trump para a reunião no Salão Oval, segundo o assessor especial de Relações Internacionais da Presidência, Filipe Martins.
Dessa forma, Eduardo apareceu sorridente nas imagens feitas na sala em que tradicionalmente os presidentes americanos se deixam fotografar nas primeiras saudações aos líderes estrangeiros em visita oficial. O chanceler Ernesto Araújo estava na Casa Branca, mas não apareceu na foto, diferentemente do conselheiro de Segurança Nacional de Trump, John Bolton, que, em pé, observava o encontro dos dois presidentes.
SÓ OS DOIS – De acordo com a assessoria de imprensa do Itamaraty, a previsão era de que Trump e Bolsonaro se reuniriam a sós, apenas com os intérpretes, e por isso o chanceler não entrou. Segundo o ministério, em uma reunião ampliada posterior, fora da vista do público, participaram todos os ministros brasileiros da comitiva, incluindo Araújo.
Ao chegar à Casa Branca, Eduardo Bolsonaro também chegou a cumprimentar Ivanka Trump, filha do presidente americano. Ela, no entanto, não acompanhou a conversa entre os dois mandatários.
— É a maior potência do mundo, a maior potência militar, a economia número um. Uma crítica que eu faço há muito tempo: faltava um certo carinho do Brasil para olhar para os Estados Unidos. A gente tem muito a somar — disse o deputado no Rose Garden da Casa Branca, onde os dois presidentes falaram à imprensa brasileira e americana ao final das quase duas horas em que estiveram juntos.
BOA VONTADE – O parlamentar afirmou que a “boa vontade é recíproca”, embora admita que “no final das contas cada um quer fazer o seu país grande”.
“Um grande dia. Pode ter certeza. As expectativas foram correspondidas. E isso é só o começo, é o primeiro passo do que vai ser desenvolvido”, disse Eduardo, acrescentando que o encontro reservado se parecia com um “bate-papo entre velhos amigos”.
“Estavam à vontade. Os dois têm personalidades parecidas, os dois são pessoas que pisam fora do politicamente correto, de personalidade forte, de princípios”.
ELOGIO DE TRUMP – Na entrevista conjunta com Bolsonaro, Trump apontou Eduardo na plateia e disse: “O filho do presidente foi fantástico. Por favor, fique de pé. O trabalho que realizou foi muito difícil, eu sei que seu pai fica muito grato de ver. Muito obrigado”.
Eleito presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa da Câmara (CREDN) na semana passada, Eduardo já vinha atuando como chanceler informal desde antes da chegada do pai à Presidência. Em novembro passado, fez viagem a EUA, Colômbia e Chile representando o futuro governo. Na ocasião, se reuniu com autoridades americanas, incluindo Jared Kushner, conselheiro-sênior da Casa Branca e genro de Trump, e lideranças conservadoras. O deputado também é responsável pelos contatos com o ex-estrategista de Trump, Steve Bannon, e pela aproximação entre o pai e o ideólogo da direita Olavo de Carvalho.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Essa história de “chanceler informal” merece candidatura à Piada do Ano. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Essa história de “chanceler informal” merece candidatura à Piada do Ano. (C.N.)