Por: Renata Mariz
Do Correio Braziliense
05/12/2006
07h47-Os efeitos da crise no sistema aéreo atingem em cheio os nervos de quem depende de avião para se locomover. Mas as aeronaves militares têm conseguido escapar dos atrasos. Desde o início da operação-padrão dos controladores de vôo, os aviões militares utilizam um expediente da Aeronáutica para ganhar prioridade nas filas de decolagem e pouso. É simples: os pilotos classificam a viagem como Vôo de Circulação Operacional Militar. No jargão militar, Vocom. Com isso, as aeronaves militares passam a ser monitoradas por um controle específico, da Defesa Aérea, burlando as medidas de retenção de fluxo. Com o aumento de Vocoms após a crise, controladores que cuidam das aeronaves civis temem pela segurança no céu brasileiro.
Se por um lado o controle dos aviões comerciais é desafogado com boa parte das aeronaves militares em Vocom, e sob a responsabilidade da Defesa Aérea, por outro, as chances de acidente aumentam. “É perigoso ter muitos tráfegos (aviões) num mesmo espaço, sendo que parte deles se reporta a um controle, e parte a outro”, avalia um militar que prefere não se identificar. Embora a Aeronáutica informe que o número de Vocoms, bem como a legislação que os rege, seja sigiloso, o Correio apurou que, em outubro, após o acidente da Gol, quando os controladores começaram a seguir à risca o manual de segurança, provocando atrasos nos vôos, a ocorrência de Vocoms aumentou cerca de 300%.
Enquanto a média mensal até setembro deste ano era de aproximadamente 100 Vocoms, o mês de outubro fechou com pouco mais de 400. Dois controladores ouvidos pela reportagem não souberam confirmar, com absoluta certeza, os números, mas foram unânimes em dizer que a quantidade de Vocoms cresceu substancialmente após o acidente. “Existe a intenção de se beneficiar do sistema para burlar o controle de fluxo, mas às vezes batemos o pé e não permitimos que a aeronave fique muito tempo com prioridade total”, afirmou um operador. “O que nos preocupa é a possibilidade de um novo acidente.”
A precaução tem razão de ser. Registros de incidentes — ou quase acidentes, no jargão do controle aéreo — envolvendo aviões militares são comuns. Em 13 de novembro, até o ministro da Defesa, Waldir Pires, correu perigo. O jatinho Lear Jet da Força Aérea Brasileira (FAB), que trazia Pires do Rio de Janeiro para Brasília, passou a 2 milhas náuticas de distância (3,7km) de um Airbus da TAM que havia acabado de decolar da capital federal rumo a São Paulo. O mínimo aceitável são cinco milhas náuticas (9,25km).
O jatinho com o ministro a bordo estava sendo monitorado pelo controle da Defesa Aérea. Já o avião da TAM voava sob o olhar dos controladores que operam os vôos de carreira. As duas equipes, que ocupam salas diferentes no 1º Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle Aéreo (Cindacta 1), perceberam a possibilidade de choque a tempo. Então, os controladores civis orientaram o piloto do avião da TAM a fazer uma manobra evasiva, ou seja, mudar abruptamente de rota.
Legislação sigilosa
Não há nada de ilegal no Vocom. A Aeronáutica informou que a legislação, embora sigilosa, prevê algumas categorias para essa modalidade de vôo, que fica nas mãos da Defesa Aérea. Mas insiste que pode ser utilizado em “qualquer circunstância”. Na prática, significa que basta o piloto nomear. No entanto, é consenso que o procedimento deve ser tomado em situação especial — de treinamento militar, guerra ou interceptação de aeronaves não identificadas. Aí está a grande preocupação dos controladores da aviação comercial.
“Eles (controladores da Defesa Aérea) foram treinados para juntar aviões, fazer interceptações. Nós trabalhamos para separar as aeronaves”, disse um profissional com mais de oito anos de experiência. “Com tanto Vocom, é difícil trabalharmos em sintonia. Vejo o avião militar na minha tela, mas não o controlo. Eles, por sua vez, não controlam os meus tráfegos. Mas as aeronaves estão todas no mesmo espaço”, explica.
Outra atitude da Aeronáutica que preocupa os controladores é a transferência de profissionais da Defesa Aérea para o tráfego civil. No Cindacta 1, pelo menos cinco foram remanejados, numa tentativa de conter o déficit de pessoal. “Como eles têm outro tipo de treinamento, estão aprendendo o bê-á-bá ainda”, afirma um controlador. “Parece até que estão querendo outro acidente.”
Certificado Lei geral de proteção de dados
terça-feira, dezembro 05, 2006
PT e PMDB avançam em acordo
Por: Leonel Rocha
Do Correio Braziliense
05/12/2006
07h39-As cúpulas do PT e do PMDB já definiram os principais critérios do acordo que será fechado ainda esta semana entre as duas bancadas no Legislativo prevendo a sucessão nas mesas do Senado e Câmara. O PT vai apoiar a reeleição do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) à presidência do Congresso. Em troca, espera o apoio dos deputados peemedebistas para a escolha do atual líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), nome que a bancada petista lança hoje para o lugar ocupado por Aldo Rebelo (PCdoB-SP), o preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Vamos apresentar um nome para dentro da base de apoio ao governo na Câmara. Não queremos dividir. O lançamento do nome de Chinaglia não é uma afronta ao governo nem ao PMDB”, disse o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), um dos principais articuladores da candidatura de Chinaglia. Para conseguir emplacar o petista, o PT está oferecendo ao PMDB cargos de peso na mesa da Câmara e a direção de importantes comissões permanentes. Entre esses cargos estão a presidência da poderosa Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a primeira secretaria da mesa, uma espécie de prefeitura da Câmara que tem orçamento anual de R$ 2,5 bilhões, e a presidência da Comissão de Orçamento.
Os nomes do PMDB que concorrem à presidência da Câmara são pesos pesados. O ex-líder da bancada Eunício Oliveira (CE), que foi ministro de Comunicações do governo Lula, disputa a indicação dos peemedebistas com o também ex-líder Geddel Vieira Lima (BA), que já ocupou a primeira secretaria da Mesa Diretora e acalenta o sonho de ser ministro no segundo mandato do governo Lula. Tanto Eunício quanto Geddel defendem, em tese, que a maior bancada na Câmara — a partir de fevereiro de 2007 será a do PMDB – eleja o presidente da Casa.
Os peemedebistas topam abrir mão de concorrer à presidência da Câmara se o partido ocupar um número maior de postos no Executivo, autarquias, fundações ou estatais. “Temos que reproduzir no Congresso, com o PMDB e o PT, a mesma coalização político-administrativa fechada pelo presidente Lula”, defende o deputado Moreira Franco (PMDB-RJ), um dos negociadores da tentativa de acordo.
Prévia
Para tentar facilitar a aliança, os líderes dos partidos da base governista (PMDB, PT, PTB, PSC, PP, PCdoB, PSB) vão promover hoje uma prévia para descobrir qual o nome mais forte na disputa pela vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
Dos oito concorrentes, seis são considerados da base governista — os deputados Paulo Delgado (PT), Osmar Serraglio (PMDB), Luiz Antonio Fleury (PTB), Ademir Camilo (PDT), José Antonio Almeida (ex-PSB-PE) e o secretário-geral da mesa Mozart Vianna, indicado pelo PSC.
Os concorrentes da oposição são os deputados Aroldo Cedraz (PFL-BA) e Gonzaga Mota (PSDB-CE). A eleição simulada será secreta, com cédula de papel e urna instalada em uma das salas da liderança do PSB.
Do Correio Braziliense
05/12/2006
07h39-As cúpulas do PT e do PMDB já definiram os principais critérios do acordo que será fechado ainda esta semana entre as duas bancadas no Legislativo prevendo a sucessão nas mesas do Senado e Câmara. O PT vai apoiar a reeleição do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) à presidência do Congresso. Em troca, espera o apoio dos deputados peemedebistas para a escolha do atual líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), nome que a bancada petista lança hoje para o lugar ocupado por Aldo Rebelo (PCdoB-SP), o preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Vamos apresentar um nome para dentro da base de apoio ao governo na Câmara. Não queremos dividir. O lançamento do nome de Chinaglia não é uma afronta ao governo nem ao PMDB”, disse o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), um dos principais articuladores da candidatura de Chinaglia. Para conseguir emplacar o petista, o PT está oferecendo ao PMDB cargos de peso na mesa da Câmara e a direção de importantes comissões permanentes. Entre esses cargos estão a presidência da poderosa Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a primeira secretaria da mesa, uma espécie de prefeitura da Câmara que tem orçamento anual de R$ 2,5 bilhões, e a presidência da Comissão de Orçamento.
Os nomes do PMDB que concorrem à presidência da Câmara são pesos pesados. O ex-líder da bancada Eunício Oliveira (CE), que foi ministro de Comunicações do governo Lula, disputa a indicação dos peemedebistas com o também ex-líder Geddel Vieira Lima (BA), que já ocupou a primeira secretaria da Mesa Diretora e acalenta o sonho de ser ministro no segundo mandato do governo Lula. Tanto Eunício quanto Geddel defendem, em tese, que a maior bancada na Câmara — a partir de fevereiro de 2007 será a do PMDB – eleja o presidente da Casa.
Os peemedebistas topam abrir mão de concorrer à presidência da Câmara se o partido ocupar um número maior de postos no Executivo, autarquias, fundações ou estatais. “Temos que reproduzir no Congresso, com o PMDB e o PT, a mesma coalização político-administrativa fechada pelo presidente Lula”, defende o deputado Moreira Franco (PMDB-RJ), um dos negociadores da tentativa de acordo.
Prévia
Para tentar facilitar a aliança, os líderes dos partidos da base governista (PMDB, PT, PTB, PSC, PP, PCdoB, PSB) vão promover hoje uma prévia para descobrir qual o nome mais forte na disputa pela vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
Dos oito concorrentes, seis são considerados da base governista — os deputados Paulo Delgado (PT), Osmar Serraglio (PMDB), Luiz Antonio Fleury (PTB), Ademir Camilo (PDT), José Antonio Almeida (ex-PSB-PE) e o secretário-geral da mesa Mozart Vianna, indicado pelo PSC.
Os concorrentes da oposição são os deputados Aroldo Cedraz (PFL-BA) e Gonzaga Mota (PSDB-CE). A eleição simulada será secreta, com cédula de papel e urna instalada em uma das salas da liderança do PSB.
Brasil é o país mais injusto da América Latina, diz Cepal
Por: Da FolhaNews
05/12/2006
08h34-A concentração de riqueza no Brasil diminuiu em 2005 em relação a 2001, mas o país continua sendo o mais injusto da América Latina. A desigualdade brasileira caiu 4,07% na comparação entre os dois períodos, segundo o relatório sobre a pobreza na região divulgado pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe).
O desempenho brasileiro é avaliado pelo coeficiente de desigualdade de renda conhecido como Gini, que varia de 0 a 1 (o mais desigual). Nesse indicador, o Brasil tem 0,613. Na avaliação anterior, ele aparecia com 0,639. Assim, o Brasil reflete uma tendência do continente. Dos 15 países que tiveram seus números atualizados, 11 diminuíram a desigualdade.
De acordo com a Cepal, a queda na diferença foi explicada tanto pela queda na participação dos 10% mais ricos como pelo aumento na participação dos 40% mais pobres.
O ranking do organismo coloca a Bolívia como a primeira colocada, com 0,614, mas os números do país andino se referem ao período 2000-2002. Honduras, com 0,587, e Colômbia, com 0,584, são os outros dois países que têm níveis de desigualdade considerados muito altos. O Uruguai é o único país latino-americano que tem baixa desigualdade: 0,451.
Pobreza extrema
Assim como no caso da desigualdade, também houve redução na pobreza extrema no Brasil. Entre 2003 e 2005, os indigentes representavam 10,6% da população. Eles eram 13,2% no período de 2000 a 2002. Também houve queda na taxa de população na pobreza, mas ela foi menos expressiva: de 37,5% para 36,3%.
Mais uma vez, o Brasil acompanha uma tendência que se registra no resto do continente. Entre os outros 16 países investigados, só Uruguai e República Dominicana tiveram aumento no número de indigentes. A redução mais expressiva aconteceu na Argentina -a população em pobreza extrema caiu de 20,9% em 2002 para 9,1% em 2005. Ainda assim, o número é pior que os 6,6% de 1999, antes da grave crise econômica.
05/12/2006
08h34-A concentração de riqueza no Brasil diminuiu em 2005 em relação a 2001, mas o país continua sendo o mais injusto da América Latina. A desigualdade brasileira caiu 4,07% na comparação entre os dois períodos, segundo o relatório sobre a pobreza na região divulgado pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe).
O desempenho brasileiro é avaliado pelo coeficiente de desigualdade de renda conhecido como Gini, que varia de 0 a 1 (o mais desigual). Nesse indicador, o Brasil tem 0,613. Na avaliação anterior, ele aparecia com 0,639. Assim, o Brasil reflete uma tendência do continente. Dos 15 países que tiveram seus números atualizados, 11 diminuíram a desigualdade.
De acordo com a Cepal, a queda na diferença foi explicada tanto pela queda na participação dos 10% mais ricos como pelo aumento na participação dos 40% mais pobres.
O ranking do organismo coloca a Bolívia como a primeira colocada, com 0,614, mas os números do país andino se referem ao período 2000-2002. Honduras, com 0,587, e Colômbia, com 0,584, são os outros dois países que têm níveis de desigualdade considerados muito altos. O Uruguai é o único país latino-americano que tem baixa desigualdade: 0,451.
Pobreza extrema
Assim como no caso da desigualdade, também houve redução na pobreza extrema no Brasil. Entre 2003 e 2005, os indigentes representavam 10,6% da população. Eles eram 13,2% no período de 2000 a 2002. Também houve queda na taxa de população na pobreza, mas ela foi menos expressiva: de 37,5% para 36,3%.
Mais uma vez, o Brasil acompanha uma tendência que se registra no resto do continente. Entre os outros 16 países investigados, só Uruguai e República Dominicana tiveram aumento no número de indigentes. A redução mais expressiva aconteceu na Argentina -a população em pobreza extrema caiu de 20,9% em 2002 para 9,1% em 2005. Ainda assim, o número é pior que os 6,6% de 1999, antes da grave crise econômica.
PSB se alia ao PCdoB para defender reeleição de Aldo Rabelo
Por: Agência Reuters
Pequenos, porém tradicionais aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PSB e PCdoB entraram em campo para defender a reeleição do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
A vaga de Aldo está sendo reivindicada pelo PT --que prepara a candidatura do líder do governo, Arlindo Chinaglia (SP)-- e pelo PMDB, que elegeu a maior bancada. PT e PMDB são os maiores partidos da futura coligação de governo.
"Nossa preferência é pela manutenção do Aldo na Câmara e do presidente Renan Calheiros no Senado. O presidente Lula sempre se refere elogiosamente a eles", disse o governador eleito de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, nesta segunda-feira depois de falar com Lula.
O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, que também foi recebido por Lula nesta segunda, afirmou que Aldo pode ser reconduzido, desde que reuna o apoio dos partidos da base do governo.
"Em 2005, Aldo conseguiu expressar esse apoio. Seria preciso trabalhar para que isso ocorra novamente", disse, mais cauteloso, o dirigente comunista.
Lula já manifestou a diversos interlocutores sua preferência por Aldo, mas o discurso oficial é de que o Planalto não vai interferir nas eleições do Legislativo.
O que os articuladores do Planalto mais temem é que se repita a situação de fevereiro de 2005, quando o PT lançou dois candidatos à presidência da Câmara e foi derrotado por Severino Cavalcanti (PP-PE).
"O PT cometeu um erro naquela ocasião e esperamos que isso não ocorra novamente", disse Eduardo Campos aos jornalistas. "Para usar uma metáfora futebolística sobre a sucessão: em time que está ganhando não se mexe."
COALIZÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva praticamente concluiu as conversas com partidos políticos para formar a coalizão de governo liderada por PT e PMDB.
Nessa terça, Lula conversará com a direção do pequeno PRB, do vice-presidente José Alencar. PDT e PV também foram convidados a participar da coalizão.
"Além de integrar a coalizão, queremos fortalecer um pólo de esquerda, com PT e PSB, para lutar com mais compromisso pela exceção do programa comum", disse a jornalistas o presidente do PCdoB, Renato Rabelo.
Além desses sete partidos, o governo deve manter o apoio do PTB, PP e PL, que está se transformando em PR (Partido da República). As três legendas devem receber ministérios, mesmo sem entrar no conselho político da coalizão.
A conversa do presidente com a direção do futuro PR também será nessa terça.
"O presidente está satisfeito com a evolução das conversas e disse que, na hora certa, vai tratar da composição do ministério. Sua prioridade agora é cuidar de medidas para deslanchar o crescimento", disse Eduardo Campos.
Pequenos, porém tradicionais aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PSB e PCdoB entraram em campo para defender a reeleição do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
A vaga de Aldo está sendo reivindicada pelo PT --que prepara a candidatura do líder do governo, Arlindo Chinaglia (SP)-- e pelo PMDB, que elegeu a maior bancada. PT e PMDB são os maiores partidos da futura coligação de governo.
"Nossa preferência é pela manutenção do Aldo na Câmara e do presidente Renan Calheiros no Senado. O presidente Lula sempre se refere elogiosamente a eles", disse o governador eleito de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, nesta segunda-feira depois de falar com Lula.
O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, que também foi recebido por Lula nesta segunda, afirmou que Aldo pode ser reconduzido, desde que reuna o apoio dos partidos da base do governo.
"Em 2005, Aldo conseguiu expressar esse apoio. Seria preciso trabalhar para que isso ocorra novamente", disse, mais cauteloso, o dirigente comunista.
Lula já manifestou a diversos interlocutores sua preferência por Aldo, mas o discurso oficial é de que o Planalto não vai interferir nas eleições do Legislativo.
O que os articuladores do Planalto mais temem é que se repita a situação de fevereiro de 2005, quando o PT lançou dois candidatos à presidência da Câmara e foi derrotado por Severino Cavalcanti (PP-PE).
"O PT cometeu um erro naquela ocasião e esperamos que isso não ocorra novamente", disse Eduardo Campos aos jornalistas. "Para usar uma metáfora futebolística sobre a sucessão: em time que está ganhando não se mexe."
COALIZÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva praticamente concluiu as conversas com partidos políticos para formar a coalizão de governo liderada por PT e PMDB.
Nessa terça, Lula conversará com a direção do pequeno PRB, do vice-presidente José Alencar. PDT e PV também foram convidados a participar da coalizão.
"Além de integrar a coalizão, queremos fortalecer um pólo de esquerda, com PT e PSB, para lutar com mais compromisso pela exceção do programa comum", disse a jornalistas o presidente do PCdoB, Renato Rabelo.
Além desses sete partidos, o governo deve manter o apoio do PTB, PP e PL, que está se transformando em PR (Partido da República). As três legendas devem receber ministérios, mesmo sem entrar no conselho político da coalizão.
A conversa do presidente com a direção do futuro PR também será nessa terça.
"O presidente está satisfeito com a evolução das conversas e disse que, na hora certa, vai tratar da composição do ministério. Sua prioridade agora é cuidar de medidas para deslanchar o crescimento", disse Eduardo Campos.
Itaú assume liderança de maior banco privado
SÃO PAULO - O Itaú superou o Bradesco e assumiu o posto de maior banco privado do Brasil em ativos, conforme dados de setembro disponíveis no site do Banco Central (BC). No encerramento do terceiro trimestre, o Itaú tinha ativos totais de R$201,3 bilhões, contra R$195,7 bilhões do Bradesco. Em junho, as cifras eram de R$166,2 bilhões e de R$187,7 bilhões, respectivamente, de acordo com o BC.
O banco da família Setubal ultrapassou também a Caixa Econômica Federal (CEF), ficando atrás apenas do Banco do Brasil no ranking compilado pelo BC. A compra do BankBoston no Brasil pelo Itaú, anunciada em maio e concluída em agosto, foi fundamental para o avanço do banco sobre os rivais. Primeiro do ranking, O Banco do Brasil tinha, em setembro, ativos totais de R$281,6 bilhões, enquanto a CEF estava com R$199,2 bilhões.
Durante encontro com analistas ontem, o presidente do Itaú, Roberto Setubal, afirmou que a carteira de crédito do banco será impulsionada, no ano que vem, pelos empréstimos a pessoas físicas, com expectativa de avanço de 30% nessa modalidade. Nos 12 meses até setembro de 2006, esse segmento – que inclui cartão de crédito, empréstimos pessoais, consignado e financiamento de veículos – cresceu 41,4% no banco, para US$36,2 bilhões. A cifra não inclui a incorporação da carteira do BankBoston.
De acordo com Setubal, a carteira de crédito voltada a pessoas jurídicas deve crescer 10% no ano que vem. O destaque nesse segmento, relatou o executivo, deverá ficar por conta do segmento de pequenas e médias empresas. (AG)
Fonte: Correio da Bahia
O banco da família Setubal ultrapassou também a Caixa Econômica Federal (CEF), ficando atrás apenas do Banco do Brasil no ranking compilado pelo BC. A compra do BankBoston no Brasil pelo Itaú, anunciada em maio e concluída em agosto, foi fundamental para o avanço do banco sobre os rivais. Primeiro do ranking, O Banco do Brasil tinha, em setembro, ativos totais de R$281,6 bilhões, enquanto a CEF estava com R$199,2 bilhões.
Durante encontro com analistas ontem, o presidente do Itaú, Roberto Setubal, afirmou que a carteira de crédito do banco será impulsionada, no ano que vem, pelos empréstimos a pessoas físicas, com expectativa de avanço de 30% nessa modalidade. Nos 12 meses até setembro de 2006, esse segmento – que inclui cartão de crédito, empréstimos pessoais, consignado e financiamento de veículos – cresceu 41,4% no banco, para US$36,2 bilhões. A cifra não inclui a incorporação da carteira do BankBoston.
De acordo com Setubal, a carteira de crédito voltada a pessoas jurídicas deve crescer 10% no ano que vem. O destaque nesse segmento, relatou o executivo, deverá ficar por conta do segmento de pequenas e médias empresas. (AG)
Fonte: Correio da Bahia
Blog do Josias: Lula não intervém e PT lança Chinaglia à Câmara
da Folha Online
Resignado com a disposição do PT de lançar, nesta terça, o deputado Arlindo Chinaglia (SP) como candidato à presidência da Câmara, Lula deu meia-volta no apoio incondicional que dera à reeleição de Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Embora diga que continua preferindo Aldo, Lula já insinua, em privado, que não vai quebrar lanças por ele.
Se Arlindo Chinaglia, líder do governo na Câmara, conseguir provar-se um candidato mais viável do que o predileto de Lula, o Planalto não oporá resistências. O presidente só não admite uma hipótese: a de perder o controle do comando da Câmara
Resignado com a disposição do PT de lançar, nesta terça, o deputado Arlindo Chinaglia (SP) como candidato à presidência da Câmara, Lula deu meia-volta no apoio incondicional que dera à reeleição de Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Embora diga que continua preferindo Aldo, Lula já insinua, em privado, que não vai quebrar lanças por ele.
Se Arlindo Chinaglia, líder do governo na Câmara, conseguir provar-se um candidato mais viável do que o predileto de Lula, o Planalto não oporá resistências. O presidente só não admite uma hipótese: a de perder o controle do comando da Câmara
Sem acordo, Senado pode votar PEC da reeleição só em 2007
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
A falta de acordo entre senadores do governo e da oposição pode deixar para 2007 a votação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que acaba com a reeleição a partir de 2010. Apesar de a proposta estar na pauta de votações dos senadores desta semana, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que só vai colocar a matéria em votação se houver acordo entre os partidos.
"Se não houver acordo, fica para a próxima legislatura. Essa matéria é muito importante, divide opiniões, talvez tenhamos mais legitimidade para votar na próxima legislatura", disse Renan.
O líder do PFL no Senado, Agripino Maia (RN), também defende deixar a votação da PEC para o ano que vem. Na opinião do senador, o assunto precisa ser melhor discutido entre os parlamentares antes de ser definido. "Será que é conveniente votar uma PEC a toque de caixa nos próximos dias? Eu sou totalmente favorável ao fim da reeleição, mas se o Senado aprovar a matéria, ela vai para a Câmara e só retorna ao Senado na próxima legislatura. Portanto, seria melhor já deixar a decisão para os novos senadores que chegam ao Congresso em fevereiro", disse Agripino.
O senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado, defende o início das discussões ainda na atual legislatura, mas concorda que o assunto acabará ganhando força somente em 2007. "Não sei se é o momento maduro para a votação, mas é um bom momento para discutirmos o assunto", defendeu.
O senador Sibá Machado (PT-AC), autor da PEC, insiste na votação em primeiro turno da proposta na atual legislatura. Segundo o senador, o tema pode perder força se ficar para o ano que vem. "A incerteza do futuro paira sobre todos os partidos que entram em nova organização a partir de fevereiro. A cláusula de barreira mexeu muito com as estruturas partidárias e abriu a oportunidade de colocarmos a matéria em pauta", afirmou.
A PEC garante aos prefeitos que disputarem as eleições de 2008 o direito de concorrer à reeleição, assim como permite que os governadores eleitos em outubro deste ano concorram à reeleição em 2010. Além de acabar com a reeleição, a matéria também aumenta para cinco anos o mandato do presidente da República.
da Folha Online, em Brasília
A falta de acordo entre senadores do governo e da oposição pode deixar para 2007 a votação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que acaba com a reeleição a partir de 2010. Apesar de a proposta estar na pauta de votações dos senadores desta semana, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que só vai colocar a matéria em votação se houver acordo entre os partidos.
"Se não houver acordo, fica para a próxima legislatura. Essa matéria é muito importante, divide opiniões, talvez tenhamos mais legitimidade para votar na próxima legislatura", disse Renan.
O líder do PFL no Senado, Agripino Maia (RN), também defende deixar a votação da PEC para o ano que vem. Na opinião do senador, o assunto precisa ser melhor discutido entre os parlamentares antes de ser definido. "Será que é conveniente votar uma PEC a toque de caixa nos próximos dias? Eu sou totalmente favorável ao fim da reeleição, mas se o Senado aprovar a matéria, ela vai para a Câmara e só retorna ao Senado na próxima legislatura. Portanto, seria melhor já deixar a decisão para os novos senadores que chegam ao Congresso em fevereiro", disse Agripino.
O senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado, defende o início das discussões ainda na atual legislatura, mas concorda que o assunto acabará ganhando força somente em 2007. "Não sei se é o momento maduro para a votação, mas é um bom momento para discutirmos o assunto", defendeu.
O senador Sibá Machado (PT-AC), autor da PEC, insiste na votação em primeiro turno da proposta na atual legislatura. Segundo o senador, o tema pode perder força se ficar para o ano que vem. "A incerteza do futuro paira sobre todos os partidos que entram em nova organização a partir de fevereiro. A cláusula de barreira mexeu muito com as estruturas partidárias e abriu a oportunidade de colocarmos a matéria em pauta", afirmou.
A PEC garante aos prefeitos que disputarem as eleições de 2008 o direito de concorrer à reeleição, assim como permite que os governadores eleitos em outubro deste ano concorram à reeleição em 2010. Além de acabar com a reeleição, a matéria também aumenta para cinco anos o mandato do presidente da República.
Ministérico! PT fica com pasta dental!
Por: JOSÉ SIMÃO
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! A anorexia não tá na moda? Pois saiu a frase do ano: "Acho que estou com anorexia. Não tô comendo ninguém." Rarará. Isso que é anorexia: ninguém come ninguém!
Pior quando come um dragão e vomita. Aí é bulimia: bolinar a pessoa errada. Tem um amigo meu que sai do elevador vomitando. De tanto que bolinou as pessoas! É um bulímico! E tem um amigo meu que tá com obesidade mórbida: tá comendo todo mundo! Rarará! E tem aquela modelo que comeu uma azeitona e pensou que tava grávida. Rarará!
Péssimo Terceiro Urgente! E ao chegar ao final do ano, saudemos aquele que veio ao mundo para nos salvar: o décimo terceiro! Aliás, péssimo terceiro. E a definição do péssimo terceiro: demora 12 meses pra chegar e uma hora pra acabar. Rarará!
E um leitor me disse que vai pegar o péssimo terceiro e investir tudo em gado: comprar um quilo de alcatra! Rarará. Vai investir em bife. E aquele diálogo de todo ano: "O que você vai fazer com o seu décimo terceiro?". "Pagar as dívidas". "E o resto?". "O resto eu pago depois". Rarará!
E o Ministérico do Lula? Os companheiros vão ficar vendo estrela literalmente. Bem que eu avisei que o Lula ia mudar de estrela: trocou a estrela do PT pela estrela da Estrela! E PT agora quer dizer Perda Total. Ops, PERCA TOTAL. E a única pasta que o PT vai pegar é uma pasta de dente. PT pega Pasta Dental. Rarará.
É mole? É mole, mas sobe. Ou, como diz aquele outro: é mole, mas, se provocar, ressuscita!
Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha vulcânica e mesopotâmica campanha "Morte ao Tucanês". Acabo de receber mais um exemplo irado de antitucanês. É que em Amaraji, Pernambuco, tem uma boate chamada Boate Mulher Sem-Vergonha! Rarará! Parece Dias Gomes! Mais direto impossível. Viva o antitucanês. Viva o Brasil!
E atenção. Cartilha do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. "Tutor": companheiro especializado em tutu de feijão. Quando o Lula quer um tutuzinho pra acompanhar o churrasco ele grita: Chama o tutor! Rarará!
O lulês é mais fácil que o inglês. Nóis sofre mas nóis goza. Hoje só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno! No pingolim. Pra ver se bate no teto!
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! A anorexia não tá na moda? Pois saiu a frase do ano: "Acho que estou com anorexia. Não tô comendo ninguém." Rarará. Isso que é anorexia: ninguém come ninguém!
Pior quando come um dragão e vomita. Aí é bulimia: bolinar a pessoa errada. Tem um amigo meu que sai do elevador vomitando. De tanto que bolinou as pessoas! É um bulímico! E tem um amigo meu que tá com obesidade mórbida: tá comendo todo mundo! Rarará! E tem aquela modelo que comeu uma azeitona e pensou que tava grávida. Rarará!
Péssimo Terceiro Urgente! E ao chegar ao final do ano, saudemos aquele que veio ao mundo para nos salvar: o décimo terceiro! Aliás, péssimo terceiro. E a definição do péssimo terceiro: demora 12 meses pra chegar e uma hora pra acabar. Rarará!
E um leitor me disse que vai pegar o péssimo terceiro e investir tudo em gado: comprar um quilo de alcatra! Rarará. Vai investir em bife. E aquele diálogo de todo ano: "O que você vai fazer com o seu décimo terceiro?". "Pagar as dívidas". "E o resto?". "O resto eu pago depois". Rarará!
E o Ministérico do Lula? Os companheiros vão ficar vendo estrela literalmente. Bem que eu avisei que o Lula ia mudar de estrela: trocou a estrela do PT pela estrela da Estrela! E PT agora quer dizer Perda Total. Ops, PERCA TOTAL. E a única pasta que o PT vai pegar é uma pasta de dente. PT pega Pasta Dental. Rarará.
É mole? É mole, mas sobe. Ou, como diz aquele outro: é mole, mas, se provocar, ressuscita!
Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha vulcânica e mesopotâmica campanha "Morte ao Tucanês". Acabo de receber mais um exemplo irado de antitucanês. É que em Amaraji, Pernambuco, tem uma boate chamada Boate Mulher Sem-Vergonha! Rarará! Parece Dias Gomes! Mais direto impossível. Viva o antitucanês. Viva o Brasil!
E atenção. Cartilha do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. "Tutor": companheiro especializado em tutu de feijão. Quando o Lula quer um tutuzinho pra acompanhar o churrasco ele grita: Chama o tutor! Rarará!
O lulês é mais fácil que o inglês. Nóis sofre mas nóis goza. Hoje só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno! No pingolim. Pra ver se bate no teto!
Ciro Gomes bate no PMDB e ganha alcunha de "temperamental"
O deputado federal Aníbal Ferreira Gomes (PMDB) qualificou, nesta terça-feira, Ciro Gomes (PSB), ex-ministro da Integração Nacional e deputado federal proporcionalmente mais votado do País, de "temperamental". A reação dele veio por conta das críticas feitas por Ciro contra a legenda definida por ele como grande e sem rumo.
"Sabemos que ele (Ciro) é uma pessoa muito temperamental e que, às vezes, excede na sua vontade. Nós que somos cearenses e o conhecemos sabemos muito bem que isso não é o que realmente ele pensa. O Ciro hoje é uma pessoa cotada para líder do governo, ministro e que, sabemos, quem está cotado para determinados cargos tem é que agregar e não afastar", alertou o parlamentar.
Aníbal preferiu considerar a fala de Ciro como "momento infeliz", pois fruto de estresse que ele vive resultante de um momento que passa o Ceará no que diz respeito à crise do gás da futura siderúrgica, além do fato de ter o irmão, Cid Gomes (PSB), pronto para assumir o governo e que enfrenta também dificuldades políticas normais para composição de forças.
"Mas nós temos pelo Ciro muito respeito e consideração. Quanto ao seu irmão, a certeza de que fará uma grande administração e que fique certo do nosso apoio", disse Aníbal Gomes, antes de embarcar para Brasília. Sobre a sucessão da mesa diretora da Câmara, confirmou que a escolha recai entre dois nomes: Geddel Vieira (BA) e Eunício Oliveira. Prometeu brigar para que Eunício seja o escolhido, lembrando que com a experiência de quem já foi ministro (Comunicações), muito ele poderá contribuir para o sucesso do novo mandato de Lula.
Eliomar de Lima
"Sabemos que ele (Ciro) é uma pessoa muito temperamental e que, às vezes, excede na sua vontade. Nós que somos cearenses e o conhecemos sabemos muito bem que isso não é o que realmente ele pensa. O Ciro hoje é uma pessoa cotada para líder do governo, ministro e que, sabemos, quem está cotado para determinados cargos tem é que agregar e não afastar", alertou o parlamentar.
Aníbal preferiu considerar a fala de Ciro como "momento infeliz", pois fruto de estresse que ele vive resultante de um momento que passa o Ceará no que diz respeito à crise do gás da futura siderúrgica, além do fato de ter o irmão, Cid Gomes (PSB), pronto para assumir o governo e que enfrenta também dificuldades políticas normais para composição de forças.
"Mas nós temos pelo Ciro muito respeito e consideração. Quanto ao seu irmão, a certeza de que fará uma grande administração e que fique certo do nosso apoio", disse Aníbal Gomes, antes de embarcar para Brasília. Sobre a sucessão da mesa diretora da Câmara, confirmou que a escolha recai entre dois nomes: Geddel Vieira (BA) e Eunício Oliveira. Prometeu brigar para que Eunício seja o escolhido, lembrando que com a experiência de quem já foi ministro (Comunicações), muito ele poderá contribuir para o sucesso do novo mandato de Lula.
Eliomar de Lima
Integrantes da CPI tentam adiar fim das investigações
Para que os trabalhos sejam prorrogados até janeiro de 2007 é necessário recolher as assinaturas de 171 deputados e de 27 senadores
Integrantes da CPI dos Sanguessugas começam a recolher nesta terça-feira assinaturas para tentar prorrogar os trabalhos da comissão até janeiro de 2007. Segundo o sub-relator da CPI, deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), a extensão do prazo de funcionamento da comissão - prevista para terminar no dia 20 de dezembro - é essencial para que se avance nas investigações sobre a compra do dossiê envolvendo políticos tucanos com a máfia das ambulâncias.
"Se tivermos um mês a mais para trabalharmos a questão do dossiê, mais amplo ficará o relatório", disse Gabeira. Para que a CPI seja prorrogada são necessárias as assinaturas de 171 deputados e de 27 senadores, o que corresponde a um terço da Câmara e do Senado. A proposta de prorrogar os trabalhos é defendida pelo vice-presidente da Comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), e pela senadora Heloisa Helena (Psol-AL).
Na avaliação dos três defensores da prorrogação, os trabalhos da comissão poderão ir até janeiro com base em consulta feita ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Em ofício datado da última quinta-feira, Renan respondeu que a CPI "tem autonomia para tomar a decisão que julgar acertada e esta Presidência a acatará, como tem feito em todas as oportunidades".
Além de aprofundar as investigações sobre o dossiê contra tucanos, integrantes da Comissão também querem detalhar as ramificações, nas prefeituras e no Executivo, da quadrilha que vendia ambulâncias a preços superfaturados com recursos das emendas individuais dos parlamentares ao Orçamento da União.
A intenção de prorrogar os trabalhos da CPI esbarra, no entanto, no presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), que já se posicionou contra a proposta. O relator, Amir Lando (PMDB-RO), anunciou que pretende apresentar seu relatório final no próximo dia 13. A integrantes da CPI, Lando confidenciou que não vê como avançar nas investigações sobre a origem do R$ 1,75 milhão, que seria usado para comprar o dossiê contra os tucanos.
Nesta quarta-feira, a CPI dos Sanguessugas ouve o depoimento do delegado da Polícia Federal Diógenes Curado, encarregado do inquérito que investiga o escândalo do dossiê. Apesar de existirem mais de 200 requerimentos à espera de votação, Biscaia não deverá fazer mais nenhuma sessão administrativa da CPI até o início do recesso parlamentar, que começa no dia 22 de dezembro.
Agência Estado
Integrantes da CPI dos Sanguessugas começam a recolher nesta terça-feira assinaturas para tentar prorrogar os trabalhos da comissão até janeiro de 2007. Segundo o sub-relator da CPI, deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), a extensão do prazo de funcionamento da comissão - prevista para terminar no dia 20 de dezembro - é essencial para que se avance nas investigações sobre a compra do dossiê envolvendo políticos tucanos com a máfia das ambulâncias.
"Se tivermos um mês a mais para trabalharmos a questão do dossiê, mais amplo ficará o relatório", disse Gabeira. Para que a CPI seja prorrogada são necessárias as assinaturas de 171 deputados e de 27 senadores, o que corresponde a um terço da Câmara e do Senado. A proposta de prorrogar os trabalhos é defendida pelo vice-presidente da Comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), e pela senadora Heloisa Helena (Psol-AL).
Na avaliação dos três defensores da prorrogação, os trabalhos da comissão poderão ir até janeiro com base em consulta feita ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Em ofício datado da última quinta-feira, Renan respondeu que a CPI "tem autonomia para tomar a decisão que julgar acertada e esta Presidência a acatará, como tem feito em todas as oportunidades".
Além de aprofundar as investigações sobre o dossiê contra tucanos, integrantes da Comissão também querem detalhar as ramificações, nas prefeituras e no Executivo, da quadrilha que vendia ambulâncias a preços superfaturados com recursos das emendas individuais dos parlamentares ao Orçamento da União.
A intenção de prorrogar os trabalhos da CPI esbarra, no entanto, no presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), que já se posicionou contra a proposta. O relator, Amir Lando (PMDB-RO), anunciou que pretende apresentar seu relatório final no próximo dia 13. A integrantes da CPI, Lando confidenciou que não vê como avançar nas investigações sobre a origem do R$ 1,75 milhão, que seria usado para comprar o dossiê contra os tucanos.
Nesta quarta-feira, a CPI dos Sanguessugas ouve o depoimento do delegado da Polícia Federal Diógenes Curado, encarregado do inquérito que investiga o escândalo do dossiê. Apesar de existirem mais de 200 requerimentos à espera de votação, Biscaia não deverá fazer mais nenhuma sessão administrativa da CPI até o início do recesso parlamentar, que começa no dia 22 de dezembro.
Agência Estado
Mantega diz que mínimo ideal seria de R$ 367
BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deu sinais ontem de que o governo pode ser obrigado a trabalhar com o valor inicial de reajuste do salário mínimo, incluído na proposta orçamentária para 2007. Ele admitiu que "ficou difícil", politicamente, sustentar a idéia do governo de reduzir a previsão de aumento de R$ 375 para R$ 367. "Ficou difícil voltar atrás, mas eu sustento que o certo é R$ 367", afirmou.
Mantega participou ontem de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros ministros para discutir o assunto. "Defendo um aumento real do salário mínimo, mas abaixo do crescimento da economia, para tirar a pressão das despesas da Previdência. Tudo isso para que sobrem mais recursos para investimento", argumentou Mantega.
A redução do valor daria ao governo uma economia de R$ 1,3 bilhão nas despesas previdenciárias que são atreladas ao valor do mínimo. "Nós precisamos aumentar a taxa de investimento no País. Isso é bom para todo mundo, inclusive para os trabalhadores, porque vai representar mais emprego. A melhor forma de fazer justiça social é aumentar o emprego", completou o ministro.
O governo pediu a mudança do reajuste do salário mínimo ao relator da proposta de Orçamento da União no Congresso, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), por causa da redução das estimativas de inflação e crescimento da economia neste ano. Essas estimativas são usadas como parâmetro para a correção do valor do mínimo que vai vigorar a partir abril.
Pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o salário mínimo deve ser reajustado pela variação da inflação (INPC) e pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) per capita. Nas projeções atuais, isso significaria reajuste de 5% e não o de 7,12% previsto em agosto, quando a proposta orçamentária foi enviada ao Congresso. Naquele mês, a estimativa de expansão da economia era de 4,5%. Agora, o governo calcula que será de apenas 3,2% este ano.
Mantega avalia que o valor de R$ 367 segue a fórmula prevista na LDO. "O governo está sustentando a regra. O importante é a regra, é ter aumento real. Um salário de R$ 367 garante esta regra e significa um aumento real, ou seja, acima da inflação."
Sem consenso
O ministro tem posição definida sobre o valor, mas ainda não há consenso no governo. A definição do mínimo passa por uma discussão mais ampla, envolvendo medidas do pacote de ajuste fiscal e tributário, que inclui a redução de impostos para incentivar o crescimento econômico.
O governo pediu a Raupp que espere o anúncio do pacote para fechar seu relatório. As centrais sindicais farão amanhã em Brasília a Terceira Marcha pelo Salário Mínimo e devem ser recebidas pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, na quinta-feira. Os sindicalistas defendem um mínimo de R$ 420 para 2007.
Para Mantega, um mínimo de R$ 367 já representa "um aumento considerável". "Acho que é o correto, o adequado, tendo em vista que nos outros anos já houve um aumento considerável", afirmou. "O poder aquisitivo está aumentando e para a faixa de renda que recebe o salário mínimo a inflação é mais baixa que a média nacional, o que significa que o poder aquisitivo está aumentando para os detentores do salário mínimo". Ele acredita que a política permanente de recuperação do salário mínimo em discussão no governo deve incluir um aumento real anual, mas abaixo do crescimento da economia.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Mantega participou ontem de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros ministros para discutir o assunto. "Defendo um aumento real do salário mínimo, mas abaixo do crescimento da economia, para tirar a pressão das despesas da Previdência. Tudo isso para que sobrem mais recursos para investimento", argumentou Mantega.
A redução do valor daria ao governo uma economia de R$ 1,3 bilhão nas despesas previdenciárias que são atreladas ao valor do mínimo. "Nós precisamos aumentar a taxa de investimento no País. Isso é bom para todo mundo, inclusive para os trabalhadores, porque vai representar mais emprego. A melhor forma de fazer justiça social é aumentar o emprego", completou o ministro.
O governo pediu a mudança do reajuste do salário mínimo ao relator da proposta de Orçamento da União no Congresso, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), por causa da redução das estimativas de inflação e crescimento da economia neste ano. Essas estimativas são usadas como parâmetro para a correção do valor do mínimo que vai vigorar a partir abril.
Pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o salário mínimo deve ser reajustado pela variação da inflação (INPC) e pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) per capita. Nas projeções atuais, isso significaria reajuste de 5% e não o de 7,12% previsto em agosto, quando a proposta orçamentária foi enviada ao Congresso. Naquele mês, a estimativa de expansão da economia era de 4,5%. Agora, o governo calcula que será de apenas 3,2% este ano.
Mantega avalia que o valor de R$ 367 segue a fórmula prevista na LDO. "O governo está sustentando a regra. O importante é a regra, é ter aumento real. Um salário de R$ 367 garante esta regra e significa um aumento real, ou seja, acima da inflação."
Sem consenso
O ministro tem posição definida sobre o valor, mas ainda não há consenso no governo. A definição do mínimo passa por uma discussão mais ampla, envolvendo medidas do pacote de ajuste fiscal e tributário, que inclui a redução de impostos para incentivar o crescimento econômico.
O governo pediu a Raupp que espere o anúncio do pacote para fechar seu relatório. As centrais sindicais farão amanhã em Brasília a Terceira Marcha pelo Salário Mínimo e devem ser recebidas pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, na quinta-feira. Os sindicalistas defendem um mínimo de R$ 420 para 2007.
Para Mantega, um mínimo de R$ 367 já representa "um aumento considerável". "Acho que é o correto, o adequado, tendo em vista que nos outros anos já houve um aumento considerável", afirmou. "O poder aquisitivo está aumentando e para a faixa de renda que recebe o salário mínimo a inflação é mais baixa que a média nacional, o que significa que o poder aquisitivo está aumentando para os detentores do salário mínimo". Ele acredita que a política permanente de recuperação do salário mínimo em discussão no governo deve incluir um aumento real anual, mas abaixo do crescimento da economia.
Fonte: Tribuna da Imprensa
segunda-feira, dezembro 04, 2006
Câmara vai sortear gabinetes para deputados novatos
Por: ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
A sorte dos novos deputados federais que assumirão seus mandatos em fevereiro de 2007 será lançada na próxima quinta-feira. A direção da Câmara fará nesta data um sorteio para definir os gabinetes onde os parlamentares irão despachar nos próximos quatro anos.
A espécie de "bingo" é feita nos moldes da loteria federal e tem como objetivo evitar que parlamentares que não se reelegeram negociem seus gabinetes com os novatos.
A direção da Câmara irá pedir emprestado para a CEF (Caixa Econômica Federal) os globos e as bolinhas para fazer o sorteio, que deverá ser transmitido ao vivo pela TV Câmara. A definição dos gabinetes atrai a atenção dos parlamentares porque as salas não são iguais.
O temor da maioria dos deputados é ficar no anexo 3, onde os gabinetes não têm banheiro, o acesso é por escada e o espaço é menor do que o dos gabinetes do anexo 4. Enquanto as salas do anexo 3 têm 33,7 metros quadrados, as do anexo 4 medem 39 metros quadrados. Também são desprezados pelos parlamentares os gabinetes do 9º andar do anexo 4, muito distantes do plenário da Câmara.
Benefícios
Apenas 153 deputados terão definidos seus gabinetes pelo sorteio. Neste grupo, estão Ciro Gomes (PSB), Clodovil (PTC) e Frank Aguiar (PTB). Clodovil --que já disse que uma de suas preocupações é com a sala que irá ocupar-- corre o risco de ser sorteado para o anexo 3, bem como Ciro Gomes, que já ocupou amplos escritórios quando prefeito, governador e ministro.
Ficam de fora do sorteio os 360 deputados que foram reeleitos, além dos ex-presidentes da Casa, das pessoas com dificuldades de locomoção --"mediante laudo do serviço médico da Câmara"--, pessoas com idade superior a 65 anos, mulheres, suplentes que tenham assumido mandato num período de pelo menos um ano e ex-deputados federais que tenham exercido mandato como titulares. Este último ponto beneficia nomes como Paulo Maluf (PP-SP), José Genoino (PT-SP) e Antonio Palocci (PT-SP).
Os parlamentares que estiveram dispensados do sorteio poderão escolher os gabinetes que quiserem ocupar. Os que restarem serão sorteados.
da Folha Online, em Brasília
A sorte dos novos deputados federais que assumirão seus mandatos em fevereiro de 2007 será lançada na próxima quinta-feira. A direção da Câmara fará nesta data um sorteio para definir os gabinetes onde os parlamentares irão despachar nos próximos quatro anos.
A espécie de "bingo" é feita nos moldes da loteria federal e tem como objetivo evitar que parlamentares que não se reelegeram negociem seus gabinetes com os novatos.
A direção da Câmara irá pedir emprestado para a CEF (Caixa Econômica Federal) os globos e as bolinhas para fazer o sorteio, que deverá ser transmitido ao vivo pela TV Câmara. A definição dos gabinetes atrai a atenção dos parlamentares porque as salas não são iguais.
O temor da maioria dos deputados é ficar no anexo 3, onde os gabinetes não têm banheiro, o acesso é por escada e o espaço é menor do que o dos gabinetes do anexo 4. Enquanto as salas do anexo 3 têm 33,7 metros quadrados, as do anexo 4 medem 39 metros quadrados. Também são desprezados pelos parlamentares os gabinetes do 9º andar do anexo 4, muito distantes do plenário da Câmara.
Benefícios
Apenas 153 deputados terão definidos seus gabinetes pelo sorteio. Neste grupo, estão Ciro Gomes (PSB), Clodovil (PTC) e Frank Aguiar (PTB). Clodovil --que já disse que uma de suas preocupações é com a sala que irá ocupar-- corre o risco de ser sorteado para o anexo 3, bem como Ciro Gomes, que já ocupou amplos escritórios quando prefeito, governador e ministro.
Ficam de fora do sorteio os 360 deputados que foram reeleitos, além dos ex-presidentes da Casa, das pessoas com dificuldades de locomoção --"mediante laudo do serviço médico da Câmara"--, pessoas com idade superior a 65 anos, mulheres, suplentes que tenham assumido mandato num período de pelo menos um ano e ex-deputados federais que tenham exercido mandato como titulares. Este último ponto beneficia nomes como Paulo Maluf (PP-SP), José Genoino (PT-SP) e Antonio Palocci (PT-SP).
Os parlamentares que estiveram dispensados do sorteio poderão escolher os gabinetes que quiserem ocupar. Os que restarem serão sorteados.
Onda vermelha inunda Caracas, após esmagadora vitória de Chávez
Diante de uma multidão reunida na frente do Palácio Miraflores, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, proclamou sua vitória eleitoral e atacou os Estados Unidos, neste domingo, após a divulgação do primeiro boletim oficial parcial, dando-lhe uma ampla vantagem sobre o adversário, Manuel Rosales, que já reconheceu a derrota.
"Está tudo consumado, (é) a grande vitória da Revolução Bolivariana", exclamou o presidente, de braços erguidos, em inflamado discurso aos seus seguidores, que tomaram conta da avenida onde fica o Palácio e comemoravam a reeleição junto com o líder, debaixo de uma chuva torrencial em Caracas.
Para os partidários, a maioria de roupa vermelha e agitando bandeiras nacionais, de pé na frente da chamada "Varanda do Povo" (Balcón del Pueblo), Chávez afirmou que "o reino do socialismo é o reino do futuro venezuelano".
"Vocês votaram no socialismo do século XXI, a nova democracia socialista", entusiasmou-se Chávez, pedindo que "ninguém tenha medo do socialismo".
Cercado por familiares, e em meio à agitação dentro do palácio, com o vaivém de militantes e militares, Chávez garantiu ter sido vitorioso em todo o país.
"Devo lhes dizer que os últimos números que temos, faltando poucas atas para serem contabilizadas, dão-nos a vitória em todos os estados da República", exclamou.
Sem se dirigir ao candidato derrotado, nem aos que votaram nele, afirmou apenas: "minha mensagem vai dirigida à Nação, toda, sem exceções de qualquer tipo".
O presidente declarou ainda "uma guerra de morte contra a corrupção" e se pronunciou por uma "verdadeira moral bolivariana, cristã, socialista".
Segundo ele, sua reeleição "é outra derrota para o diabo que pretende dominar o mundo", em referência ao presidente americano, George W. Bush.
Chávez, que se projeta como herdeiro do presidente de Cuba, Fidel Castro, garantiu que "a Venezuela nunca será colônia americana nem de ninguém". Mesmo assim, enviou "ao povo americano nossas saudações e nossa solidariedade".
Também mandou "uma saudação solidária e comprometida a todos os povos da América Latina e o Caribe".
Ele aproveitou para dedicar sua vitória "também ao povo cubano e ao presidente Fidel Castro" e contou já ter recebido telefonemas de felicitações do presidente argentino, Néstor Kirchner, e de sua mulher, assim como do presidente recém-eleito do Equador, Rafael Correa.
O rival de Chávez reconheceu a derrota agora à noite, declarando que "nos venceram hoje, mas continuaremos na luta".
"Muitos gostariam que eu mentisse (...) mas a verdade é que, mesmo com uma margem mais estreita (do que o percentual anunciado no primeiro boletim eleitoral oficial), nos venceram hoje, mas continuaremos na luta", prometeu ele, tentando apagar os gritos de "Fraude, fraude!" de seus seguidores.
"Em nome desses milhões de venezuelanos, agradeço a todo o povo por seu comportamento cívico, democrático, ativo, em toda a Venezuela", completou Rosales.
Pouco antes, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou que Chávez derrotava com 61,35% dos votos o socialdemocrata Manuel Rosales, que aparecia com 38,39%, após a apuração de 78,31% das urnas.
Com uma vantagem de 22,96 pontos, Chávez obtinha 5.936.141 votos contra 3.
715.292 do governador de Zulia, informou a diretora do CNE, Tibisay Lucena, acrescentando que até agora foram apurados 9.811.333 votos
Fonte: Jornal A TARDE
"Está tudo consumado, (é) a grande vitória da Revolução Bolivariana", exclamou o presidente, de braços erguidos, em inflamado discurso aos seus seguidores, que tomaram conta da avenida onde fica o Palácio e comemoravam a reeleição junto com o líder, debaixo de uma chuva torrencial em Caracas.
Para os partidários, a maioria de roupa vermelha e agitando bandeiras nacionais, de pé na frente da chamada "Varanda do Povo" (Balcón del Pueblo), Chávez afirmou que "o reino do socialismo é o reino do futuro venezuelano".
"Vocês votaram no socialismo do século XXI, a nova democracia socialista", entusiasmou-se Chávez, pedindo que "ninguém tenha medo do socialismo".
Cercado por familiares, e em meio à agitação dentro do palácio, com o vaivém de militantes e militares, Chávez garantiu ter sido vitorioso em todo o país.
"Devo lhes dizer que os últimos números que temos, faltando poucas atas para serem contabilizadas, dão-nos a vitória em todos os estados da República", exclamou.
Sem se dirigir ao candidato derrotado, nem aos que votaram nele, afirmou apenas: "minha mensagem vai dirigida à Nação, toda, sem exceções de qualquer tipo".
O presidente declarou ainda "uma guerra de morte contra a corrupção" e se pronunciou por uma "verdadeira moral bolivariana, cristã, socialista".
Segundo ele, sua reeleição "é outra derrota para o diabo que pretende dominar o mundo", em referência ao presidente americano, George W. Bush.
Chávez, que se projeta como herdeiro do presidente de Cuba, Fidel Castro, garantiu que "a Venezuela nunca será colônia americana nem de ninguém". Mesmo assim, enviou "ao povo americano nossas saudações e nossa solidariedade".
Também mandou "uma saudação solidária e comprometida a todos os povos da América Latina e o Caribe".
Ele aproveitou para dedicar sua vitória "também ao povo cubano e ao presidente Fidel Castro" e contou já ter recebido telefonemas de felicitações do presidente argentino, Néstor Kirchner, e de sua mulher, assim como do presidente recém-eleito do Equador, Rafael Correa.
O rival de Chávez reconheceu a derrota agora à noite, declarando que "nos venceram hoje, mas continuaremos na luta".
"Muitos gostariam que eu mentisse (...) mas a verdade é que, mesmo com uma margem mais estreita (do que o percentual anunciado no primeiro boletim eleitoral oficial), nos venceram hoje, mas continuaremos na luta", prometeu ele, tentando apagar os gritos de "Fraude, fraude!" de seus seguidores.
"Em nome desses milhões de venezuelanos, agradeço a todo o povo por seu comportamento cívico, democrático, ativo, em toda a Venezuela", completou Rosales.
Pouco antes, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou que Chávez derrotava com 61,35% dos votos o socialdemocrata Manuel Rosales, que aparecia com 38,39%, após a apuração de 78,31% das urnas.
Com uma vantagem de 22,96 pontos, Chávez obtinha 5.936.141 votos contra 3.
715.292 do governador de Zulia, informou a diretora do CNE, Tibisay Lucena, acrescentando que até agora foram apurados 9.811.333 votos
Fonte: Jornal A TARDE
Sincretismo marca cultos a Santa Bárbara e Iansã
Homenagens mobilizam hoje católicos e adeptos do candomblé com missas, procissão e o tradicional caruru
Alexandre Lyrio
Dezembro do ano passado, missa campal no Pelourinho. O padre responsável pela celebração litúrgica em louvor a Santa Bárbara improvisa com uma surpreendente homenagem a Iansã. A multidão se manifesta. “No meio da missa as pessoas começaram a entoar cânticos de candomblé. Os que glorificavam Santa Bárbara, passaram a enaltecer Iansã”, narra a ialorixá Estelita de Iansã, do terreiro Ilê Oya. Era o movimento sincrético que costuma reger todos os festejos da santa. O mesmo que promete se manifestar durante as comemorações de hoje, quando se inicia o calendário de festas populares.
“Epa hey!”. A saudação a Iansã é comumente dirigida também à imagem da santa católica. Na maioria dos terreiros de candomblé, o culto às duas divindades se mantém indissociável, e deve ser a síntese dos festejos dessa segunda-feira. “Santa Bárbara é a minha mãe. Hoje é dia de homenagear a deusa dos ventos, rainha das tempestades”, profere a ialorixá Estelita de Iansã, em oratória claramente heterogênea. A mãe-de-santo poderia separar os preceitos religiosos, mas prefere exaltar a ambos, resumindo o amálgama em que se fundem as religiões na Bahia.
As duas doutrinas deixam claro de que se trata de divindades diferentes. “Iansã é Iansã, Santa Bárbara é Santa Bárbara”, esclarece o prior da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, Eurico Alcântara. “Uma é católica. A outra do candomblé. Devem ser cultuadas em separado”, confirma o ogâ do terreiro Ilê Axé Oxumarê, Marcos Rezende Correia. Ambos admitem, porém, que a dupla devoção se conserva arraigada às tradições. Tanto que trabalham juntos na organização da festa.
Um se preocupa com os preparativos da procissão na Igreja. O outro com o lugar para onde tradicionalmente se dirige o cortejo. A mesma imagem que sai do Rosário dos Pretos é levada para a porta do Mercado de Santa Bárbara, que concentra as manifestações africanas em favor de Iansã. “De fato, é difícil lutar contra essa mistura de princípios”, convense-se o prior da igreja, que também é sacerdote do candomblé. “Rendemos saudações a Iansã, mas não rejeitamos a fé católica”, pondera o filho de Xangô, que mantém as imagens da santa e da orixá numa única gruta, edificada dentro do mercado.
O sincretismo é antigo. Santa Bárbara e Iansã se mantém indissociáveis desde a época dos escravos, quando era necessário submeter o culto africano às crenças brancas. Em sinal de progresso, a Igreja atual demonstra tolerância com os cultos afros, ainda que eles já consigam caminhar com as próprias pernas. “Hoje, o candomblé mantém sua autonomia, não precisa se esconder por detrás dos santos católicos”, sustenta Eurico Alcântara. Em palavras moderadas, Estelita de Iansã encontra o meio termo na discussão, essencial para que se conserve a paz entre as duas religiões. “Antes fazíamos às vezes, dos brancos. Hoje rendemos homenegens à Santa Bárbara para manter a tradição”, explica.
Fato é que quando a imagem de Santa Bárbara deixar a Igreja do Rosário, as diferenças cairão por terra. Prevalecerá a fé, em meio à multidão em estado de graça. Homenagens virão de católicos e integrantes de religiões africanas. Sinceras e poderosas orações, de ambos os lados, serão direcionadas à santa, em busca de favores benévolos e causas impossíveis. Santa Bárbara e Iansã estarão juntas, em contígua harmonia, elevadas pela autêntica crença do povo baiano, quase sempre em intrigante miscigenação. “Epa Hey Santa Bárbara”.
***
Caruru de 77 mil quiabos bate recorde
Um dos filhos nasceu no dia da festa, 4 de dezembro. Desde então, a ialorixá Risalva Silva Soares, 58 anos, passou a reverenciar Iansã com imensa fartura de caruru. Este ano, não houve graça especial alcançada. “Recebi somente o amor de minha mãe”. Mesmo assim, dona Risalva deve bater todos os recordes de doação de iguarias em festas de Santa Bárbara. Promete preparar caruru com impressionante número de quiabos: exatos 77 mil. “Contados um a um”, revela.
Vai abastecer todos os que necessitarem de alimento, livrando os festejos de provável escassez de comida. Sem os tradicionais carurus do Mercado de Santa Bárbara e do Corpo de Bombeiros, as comemorações à santa chegaram a ser ameaçadas. Agora terá abundância nunca antes vista em décadas. O banquete deve suplantar a demanda. O excedente de caruru vai ser direcionado para outros centros, como o Mercado Modelo, onde também acontece alguma celebração. “Somente o Mercado Modelo vai levar cinco mil quentinhas”, calcula.
Um exército de ajudantes garantiu mão-de-obra para preparar o caruru. Quase 80 pessoas tiveram a missão de reduzir em pedacinhos a montanha de quiabos que se formou nos fundos da casa de Dona Risalva. Para garantir saboroso tempero, adicionou-se à receita 60kg de cebola, cinco caixas de tomate, 50kg de castanha, seis sacos de 50kg de camarão e 450kg de frango para o xinxim de galinha.
Dez imensos panelões de massa de vatapá estão prontos para receber litros e litros de leite de côco e azeite de dendê. No total, serão dez mil quentinhas distribuídas entre os devotos. “Iansã é muito rica. Merece fartura”, justifica a ialorixá, que está à frente do Terreiro Jurema, localizado em casa simples no bairro de Pitangueiras de Brotas.
***
Proibida entrada em prédio
O local onde se dá o auge da festa de Santa Bárbara será fechado durante as comemorações. Problemas estruturais no prédio do Primeiro Grupamento do Corpo de Bombeiros Militares(CBM) vai impedir a tradicional recepção à imagem. Um esquema de segurança especial será montado para garantir o cumprimento da recomendação do Ministério Público Estadual (MPE), que desaconselhou aglomeração de pessoas no edifícil. “Vamos disponibilizar um efetivo para não permitir a entrada de civis”, informa o comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Barbosa.
A estrutura do edifício passa por problemas na rede elétrica, grave comprometimento na alvenaria e profundas corrosões e infiltrações, o que impossibilita a entrada do cortejo. Pela primeira vez, em décadas, a padroeira dos bombeiros deve ser barrada na entrada do antigo prédio, construído em 1917. O coronel Sérgio Barbosa estuda a possibilidade de a santa ser transportada por única guarnição de militares, em desfile simbólico pela área interna, enquanto os fiéis ficam do lado de fora.
Motivo de preocupação para alguns dos organizadores. O representante da Igreja do Rosário teme o descontrole popular. “No momento da emoção, a multidão pode exigir que a tradição seja cumprida”, alerta. Os filhos de Iansã também podem reclamar à entrada no prédio, ante possível energia ancestral que paira sobre o lugar. “Antes do Corpo de Bombeiros naquele lugar se instalava uma casa de exu. É importante que o ritual seja realizado”, explica o ogã, Marcos Rezende.
Mesmo sem poder adentrar o quartel, os fiéis terão direiro ao tradicional banho de água benta, realizado através do esguicho de uma das viaturas utilizadas em operações de salvamento e combate a incêndio. A água é previamente abençoada pelo capelão católico da PM. “Uma inusitada mistura de devoção popular, religião oficial e instituição militar”, escreveu em artigo o historiador Joilson Amâncio, que também é sargento do Corpo de Bombeiros. Além de padroeira dos bombeiros na Bahia, Santa Bárbara também é cultuada por grupamentos anti-incêndio de outros países, como França e Espanha.
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Tradição secular
O Mercado de Santa Bárbara ainda funcionava no pé da Ladeira da Montanha quando se iniciou o culto à divindade católica em Salvador. Por volta de 1641, a festa começou a ser organizada por comerciantes da cidade baixa, que dividiam as despesas dos preparativos. Nessa época, o sincretismo religioso se fazia ainda mais forte. “A festa não era organizada por nenhuma irmandade religiosa da igreja, mas pelos barraqueiros da cidade baixa e adeptos do candomblé, pessoas comuns do povo”, revela o historiador e sargento do Corpo de Bombeiros, Joílson Amâncio.
Talvez por isso não tivesse a mesma visibilidade de outros festejos, como o de Nossa Senhora da Conceição da Praia, Nosso Senhor dos Navegantes, Festa de Reis e Lavagem do Bonfim. Nessa época, a imprensa pouco noticiava a festa de Santa Bárbara, que esteve perto de chegar ao fim na década de 1930. “Em 4 de dezembro de 1937, o jornal O Estado da Bahia registra que aconteceu apenas a missa comemorativa, não havendo a procissão nem o tradicional caruru”, escreveu o historiador em artigo publicado no site da Polícia Militar.
Incêndios constantes no antigo mercado fizeram com que a festa fosse transferida, ainda na primeira metade do século XX, para o Mercado da Baixa dos Sapateiros, atual Mercado de Santa Bárbara. Somente na segunda metade da década de 1960, com a efetiva participação do Corpo de bombeiros, a os festejos ganham visibilidade. “Encontrei nos jornais A Tarde e Jornal da Bahia registros da presença mais ostensiva dos Bombeiros, como o emprego da banda de música na procissão e no mercado” descreve Amâncio. Nessa época, os folguedos duravam três dias
No pontificado do papa Paulo VI, em 1969, alguns santos foram retirados do calendário comemorativo dos católicos, inclusive Santa Bárbara. Como a santa é fruto da tradição popular, ainda na Fenícia do século IV, o vaticano alegou falta de provas materiais da sua existência, sem que fosse instituído o processo de canonização. A mesma fé popular que a santificou impediu que a festa se acabasse. Apesar da expurgação, a santa continuou a ser cultuada em Salvador. “Santa Bárbara tem sua festa mesmo cassada”, escreveu o Jornal da Bahia de 4 de dezembro de 1969. Somente em 2002, com João Paulo II, a Igreja voltou a reconhecer os festejos de Santa Bárbara.
***
PROGRAMAÇÃO
5h – Alvorada/Queima de fogos na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.
7h – Missa Profissão dos Novos Irmãos à Devoção/ Iniciados na devoção a Santa Bárbara são consagrados.
10h – Missa campal no Largo do Pelourinho/ Celebrada pelo padre Ademar Dantas e demais sacerdotes.
11h – Procissão / Percorre as ruas do Centro Histórico em direção ao prédio do Corpo de Bombeiros, na Baixa dos Sapateiros. Depois segue para a entrada do Mercado de Santa Bárbara, retornando à igreja.
Fonte: Correio da Bahia
Alexandre Lyrio
Dezembro do ano passado, missa campal no Pelourinho. O padre responsável pela celebração litúrgica em louvor a Santa Bárbara improvisa com uma surpreendente homenagem a Iansã. A multidão se manifesta. “No meio da missa as pessoas começaram a entoar cânticos de candomblé. Os que glorificavam Santa Bárbara, passaram a enaltecer Iansã”, narra a ialorixá Estelita de Iansã, do terreiro Ilê Oya. Era o movimento sincrético que costuma reger todos os festejos da santa. O mesmo que promete se manifestar durante as comemorações de hoje, quando se inicia o calendário de festas populares.
“Epa hey!”. A saudação a Iansã é comumente dirigida também à imagem da santa católica. Na maioria dos terreiros de candomblé, o culto às duas divindades se mantém indissociável, e deve ser a síntese dos festejos dessa segunda-feira. “Santa Bárbara é a minha mãe. Hoje é dia de homenagear a deusa dos ventos, rainha das tempestades”, profere a ialorixá Estelita de Iansã, em oratória claramente heterogênea. A mãe-de-santo poderia separar os preceitos religiosos, mas prefere exaltar a ambos, resumindo o amálgama em que se fundem as religiões na Bahia.
As duas doutrinas deixam claro de que se trata de divindades diferentes. “Iansã é Iansã, Santa Bárbara é Santa Bárbara”, esclarece o prior da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, Eurico Alcântara. “Uma é católica. A outra do candomblé. Devem ser cultuadas em separado”, confirma o ogâ do terreiro Ilê Axé Oxumarê, Marcos Rezende Correia. Ambos admitem, porém, que a dupla devoção se conserva arraigada às tradições. Tanto que trabalham juntos na organização da festa.
Um se preocupa com os preparativos da procissão na Igreja. O outro com o lugar para onde tradicionalmente se dirige o cortejo. A mesma imagem que sai do Rosário dos Pretos é levada para a porta do Mercado de Santa Bárbara, que concentra as manifestações africanas em favor de Iansã. “De fato, é difícil lutar contra essa mistura de princípios”, convense-se o prior da igreja, que também é sacerdote do candomblé. “Rendemos saudações a Iansã, mas não rejeitamos a fé católica”, pondera o filho de Xangô, que mantém as imagens da santa e da orixá numa única gruta, edificada dentro do mercado.
O sincretismo é antigo. Santa Bárbara e Iansã se mantém indissociáveis desde a época dos escravos, quando era necessário submeter o culto africano às crenças brancas. Em sinal de progresso, a Igreja atual demonstra tolerância com os cultos afros, ainda que eles já consigam caminhar com as próprias pernas. “Hoje, o candomblé mantém sua autonomia, não precisa se esconder por detrás dos santos católicos”, sustenta Eurico Alcântara. Em palavras moderadas, Estelita de Iansã encontra o meio termo na discussão, essencial para que se conserve a paz entre as duas religiões. “Antes fazíamos às vezes, dos brancos. Hoje rendemos homenegens à Santa Bárbara para manter a tradição”, explica.
Fato é que quando a imagem de Santa Bárbara deixar a Igreja do Rosário, as diferenças cairão por terra. Prevalecerá a fé, em meio à multidão em estado de graça. Homenagens virão de católicos e integrantes de religiões africanas. Sinceras e poderosas orações, de ambos os lados, serão direcionadas à santa, em busca de favores benévolos e causas impossíveis. Santa Bárbara e Iansã estarão juntas, em contígua harmonia, elevadas pela autêntica crença do povo baiano, quase sempre em intrigante miscigenação. “Epa Hey Santa Bárbara”.
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Caruru de 77 mil quiabos bate recorde
Um dos filhos nasceu no dia da festa, 4 de dezembro. Desde então, a ialorixá Risalva Silva Soares, 58 anos, passou a reverenciar Iansã com imensa fartura de caruru. Este ano, não houve graça especial alcançada. “Recebi somente o amor de minha mãe”. Mesmo assim, dona Risalva deve bater todos os recordes de doação de iguarias em festas de Santa Bárbara. Promete preparar caruru com impressionante número de quiabos: exatos 77 mil. “Contados um a um”, revela.
Vai abastecer todos os que necessitarem de alimento, livrando os festejos de provável escassez de comida. Sem os tradicionais carurus do Mercado de Santa Bárbara e do Corpo de Bombeiros, as comemorações à santa chegaram a ser ameaçadas. Agora terá abundância nunca antes vista em décadas. O banquete deve suplantar a demanda. O excedente de caruru vai ser direcionado para outros centros, como o Mercado Modelo, onde também acontece alguma celebração. “Somente o Mercado Modelo vai levar cinco mil quentinhas”, calcula.
Um exército de ajudantes garantiu mão-de-obra para preparar o caruru. Quase 80 pessoas tiveram a missão de reduzir em pedacinhos a montanha de quiabos que se formou nos fundos da casa de Dona Risalva. Para garantir saboroso tempero, adicionou-se à receita 60kg de cebola, cinco caixas de tomate, 50kg de castanha, seis sacos de 50kg de camarão e 450kg de frango para o xinxim de galinha.
Dez imensos panelões de massa de vatapá estão prontos para receber litros e litros de leite de côco e azeite de dendê. No total, serão dez mil quentinhas distribuídas entre os devotos. “Iansã é muito rica. Merece fartura”, justifica a ialorixá, que está à frente do Terreiro Jurema, localizado em casa simples no bairro de Pitangueiras de Brotas.
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Proibida entrada em prédio
O local onde se dá o auge da festa de Santa Bárbara será fechado durante as comemorações. Problemas estruturais no prédio do Primeiro Grupamento do Corpo de Bombeiros Militares(CBM) vai impedir a tradicional recepção à imagem. Um esquema de segurança especial será montado para garantir o cumprimento da recomendação do Ministério Público Estadual (MPE), que desaconselhou aglomeração de pessoas no edifícil. “Vamos disponibilizar um efetivo para não permitir a entrada de civis”, informa o comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Barbosa.
A estrutura do edifício passa por problemas na rede elétrica, grave comprometimento na alvenaria e profundas corrosões e infiltrações, o que impossibilita a entrada do cortejo. Pela primeira vez, em décadas, a padroeira dos bombeiros deve ser barrada na entrada do antigo prédio, construído em 1917. O coronel Sérgio Barbosa estuda a possibilidade de a santa ser transportada por única guarnição de militares, em desfile simbólico pela área interna, enquanto os fiéis ficam do lado de fora.
Motivo de preocupação para alguns dos organizadores. O representante da Igreja do Rosário teme o descontrole popular. “No momento da emoção, a multidão pode exigir que a tradição seja cumprida”, alerta. Os filhos de Iansã também podem reclamar à entrada no prédio, ante possível energia ancestral que paira sobre o lugar. “Antes do Corpo de Bombeiros naquele lugar se instalava uma casa de exu. É importante que o ritual seja realizado”, explica o ogã, Marcos Rezende.
Mesmo sem poder adentrar o quartel, os fiéis terão direiro ao tradicional banho de água benta, realizado através do esguicho de uma das viaturas utilizadas em operações de salvamento e combate a incêndio. A água é previamente abençoada pelo capelão católico da PM. “Uma inusitada mistura de devoção popular, religião oficial e instituição militar”, escreveu em artigo o historiador Joilson Amâncio, que também é sargento do Corpo de Bombeiros. Além de padroeira dos bombeiros na Bahia, Santa Bárbara também é cultuada por grupamentos anti-incêndio de outros países, como França e Espanha.
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Tradição secular
O Mercado de Santa Bárbara ainda funcionava no pé da Ladeira da Montanha quando se iniciou o culto à divindade católica em Salvador. Por volta de 1641, a festa começou a ser organizada por comerciantes da cidade baixa, que dividiam as despesas dos preparativos. Nessa época, o sincretismo religioso se fazia ainda mais forte. “A festa não era organizada por nenhuma irmandade religiosa da igreja, mas pelos barraqueiros da cidade baixa e adeptos do candomblé, pessoas comuns do povo”, revela o historiador e sargento do Corpo de Bombeiros, Joílson Amâncio.
Talvez por isso não tivesse a mesma visibilidade de outros festejos, como o de Nossa Senhora da Conceição da Praia, Nosso Senhor dos Navegantes, Festa de Reis e Lavagem do Bonfim. Nessa época, a imprensa pouco noticiava a festa de Santa Bárbara, que esteve perto de chegar ao fim na década de 1930. “Em 4 de dezembro de 1937, o jornal O Estado da Bahia registra que aconteceu apenas a missa comemorativa, não havendo a procissão nem o tradicional caruru”, escreveu o historiador em artigo publicado no site da Polícia Militar.
Incêndios constantes no antigo mercado fizeram com que a festa fosse transferida, ainda na primeira metade do século XX, para o Mercado da Baixa dos Sapateiros, atual Mercado de Santa Bárbara. Somente na segunda metade da década de 1960, com a efetiva participação do Corpo de bombeiros, a os festejos ganham visibilidade. “Encontrei nos jornais A Tarde e Jornal da Bahia registros da presença mais ostensiva dos Bombeiros, como o emprego da banda de música na procissão e no mercado” descreve Amâncio. Nessa época, os folguedos duravam três dias
No pontificado do papa Paulo VI, em 1969, alguns santos foram retirados do calendário comemorativo dos católicos, inclusive Santa Bárbara. Como a santa é fruto da tradição popular, ainda na Fenícia do século IV, o vaticano alegou falta de provas materiais da sua existência, sem que fosse instituído o processo de canonização. A mesma fé popular que a santificou impediu que a festa se acabasse. Apesar da expurgação, a santa continuou a ser cultuada em Salvador. “Santa Bárbara tem sua festa mesmo cassada”, escreveu o Jornal da Bahia de 4 de dezembro de 1969. Somente em 2002, com João Paulo II, a Igreja voltou a reconhecer os festejos de Santa Bárbara.
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PROGRAMAÇÃO
5h – Alvorada/Queima de fogos na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.
7h – Missa Profissão dos Novos Irmãos à Devoção/ Iniciados na devoção a Santa Bárbara são consagrados.
10h – Missa campal no Largo do Pelourinho/ Celebrada pelo padre Ademar Dantas e demais sacerdotes.
11h – Procissão / Percorre as ruas do Centro Histórico em direção ao prédio do Corpo de Bombeiros, na Baixa dos Sapateiros. Depois segue para a entrada do Mercado de Santa Bárbara, retornando à igreja.
Fonte: Correio da Bahia
Promotores temem também perder supersalários
SÃO PAULO - A Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) acredita que a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de determinar o corte dos supersalários dos juízes atingirá também os promotores. Na semana passada, os Tribunais de Justiça receberam um ultimato do CNJ para reduzir os salários dos magistrados que recebem acima dos R$ 22.111,25 mensais - teto estabelecido para os estados. A medida gerou polêmica.
O presidente da Conamp, José Carlos Cosenzo, disse que a mesma medida deve ser adotada pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). "Já estamos prevendo que essa questão vai chegar ao MP. Todas as decisões do CNJ têm reflexo no Conselho Nacional do Ministério Público. Foi o que aconteceu com a questão do combate ao nepotismo".
A Conamp já se pronunciou contrariamente aos cortes, apesar de defender o estabelecimento de teto para juízes e promotores. "O Conselho Nacional de Justiça não tem poderes para mandar cortar salários. Ele pode estabelecer políticas de gestão. Entendemos que o teto precisa existir, mas todavia há direito adquirido daqueles que conquistaram esses valores".
Para Cosenzo, os salários de juízes e promotores que estão acima do teto hoje "foram conquistados com base na legislação vigente". "Só quem poderia determinar um corte seria o Supremo Tribunal Federal", opina. Segundo ele, até agora o entendimento do STF é o que foi proferido em decisão que analisou mandado de segurança ajuizado por ex-ministros, em que a corte estabeleceu que os valores que estão acima do teto devem ficar congelados.
Cosenzo diz que a decisão do Supremo foi dada com base na irredutibilidade dos vencimentos dos juízes, que "é garantia institucional da carreira". "Então, se o juiz tem a irredutibilidade dos vencimentos e ele tem também a garantia do direito adquirido, a única coisa que poderia reduzir esses vencimentos seria verificar caso por caso se houve ilegalidade na aquisição desses direitos".
Ele lembrou que a Conamp é defensora do teto para juízes e promotores. "Entendemos que o teto é moralizador. Atualmente, o teto para os promotores é de 90,25% do salário do ministro do STF (R$ 24.500)". A Conamp defendeu ainda o resgate do Adicional por Tempo de Serviço para os membros do Ministério Público e entregou projeto de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) e Projeto de Lei Complementar para normatizar o dispositivo. Segundo o órgão, o benefício é importante instrumento de "valorização da carreira".
Fonte: Tribuna da Imprensa
O presidente da Conamp, José Carlos Cosenzo, disse que a mesma medida deve ser adotada pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). "Já estamos prevendo que essa questão vai chegar ao MP. Todas as decisões do CNJ têm reflexo no Conselho Nacional do Ministério Público. Foi o que aconteceu com a questão do combate ao nepotismo".
A Conamp já se pronunciou contrariamente aos cortes, apesar de defender o estabelecimento de teto para juízes e promotores. "O Conselho Nacional de Justiça não tem poderes para mandar cortar salários. Ele pode estabelecer políticas de gestão. Entendemos que o teto precisa existir, mas todavia há direito adquirido daqueles que conquistaram esses valores".
Para Cosenzo, os salários de juízes e promotores que estão acima do teto hoje "foram conquistados com base na legislação vigente". "Só quem poderia determinar um corte seria o Supremo Tribunal Federal", opina. Segundo ele, até agora o entendimento do STF é o que foi proferido em decisão que analisou mandado de segurança ajuizado por ex-ministros, em que a corte estabeleceu que os valores que estão acima do teto devem ficar congelados.
Cosenzo diz que a decisão do Supremo foi dada com base na irredutibilidade dos vencimentos dos juízes, que "é garantia institucional da carreira". "Então, se o juiz tem a irredutibilidade dos vencimentos e ele tem também a garantia do direito adquirido, a única coisa que poderia reduzir esses vencimentos seria verificar caso por caso se houve ilegalidade na aquisição desses direitos".
Ele lembrou que a Conamp é defensora do teto para juízes e promotores. "Entendemos que o teto é moralizador. Atualmente, o teto para os promotores é de 90,25% do salário do ministro do STF (R$ 24.500)". A Conamp defendeu ainda o resgate do Adicional por Tempo de Serviço para os membros do Ministério Público e entregou projeto de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) e Projeto de Lei Complementar para normatizar o dispositivo. Segundo o órgão, o benefício é importante instrumento de "valorização da carreira".
Fonte: Tribuna da Imprensa
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