Publicado em 22 de dezembro de 2024 por Tribuna da Internet
Roseann Kennedy
Estadão
O futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, foi taxativo nesta quarta-feira, 19, ao descartar a realização de uma reunião extraordinária do Comitê de Política Monetária (Copom). A forma como encerrou os rumores sobre o tema é que chamou a atenção. “Você sabe que eu adoraria fazer mais uma reunião de Copom com o Roberto, talvez isso poderia me seduzir a convocar. Mas como eu disse para vocês, eu acho que a gente deu um passo claro, transparente, na direção de colocar a taxa de juros num patamar restritivo”, disse ao lado do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, na última entrevista coletiva juntos.
A resposta mesclou o tom de brincadeira ao falar da sedução para expor a harmonia com Campos Neto e ratificou que está de acordo com a orientação do Copom que sinaliza a alta da Selic para mais duas reuniões. E essa foi apenas uma das muitas declarações nas quais o novo chefe da autoridade monetária exaltou a amizade e a concordância entre eles.
RECADO CLARO – O recado político ficou claro: Campos Neto, que foi alvo preferencial do PT e do presidente Lula ao longo do ano para eximirem-se das responsabilidades sobre as instabilidades econômicas no País, está de saída, mas isso não significa abrir as portas para interferência política dos petistas.
“Roberto, a casa é sua, sempre estaremos de portas abertas para você. Sou muito grato por tudo que fez pela política monetária, pela casa e por todos nós”, afirmou.
Indiretamente, Galípolo também saiu em defesa de Campos Neto. “Sou testemunha de que o Roberto, em todas as reuniões, atuou com preocupação em relação ao País, sempre pensando o que era melhor para a economia brasileira e o que era para o país e em fortalecer a gente”, relatou. Assim, se houvesse trilha sonora na entrevista, a música seria “Amigos para Sempre” a considerar as afirmações de Galípolo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Dizem que Lula da Silva ficou exultante com as declarações de Galípolo. Lula passou dois anos esculhambando Roberto Campos Neto, que deixa o Banco Central aplaudido delirantemente pelo sucessor nomeado pelo próprio Lula. É a Piada do Ano. (C.N.)