Após a publicação da matéria intitulada "Compras Duvidosas na Educação de Jeremoabo: Um Caso que Exige Respostas", recebi a seguinte mensagem de um leitor deste blog, que transcrevo abaixo para reflexão e comentários:
"A questão não está em comprar, mas sim, em não deixar em estoque tudo aquilo que foi comprado, bem como o material adquirido deve estar dentro do contexto escolar, pois o município não pode sofrer 'solução de continuidade' em razão da mudança de gestor." (sic)
O ponto levantado pelo leitor é válido e merece atenção. De fato, as compras realizadas pela gestão pública precisam ser justificadas pela necessidade real e pelo uso imediato, garantindo que não haja desperdício de recursos ou acumulação desnecessária de materiais. Além disso, é fundamental que os itens adquiridos estejam alinhados com as demandas pedagógicas e estruturais da rede de ensino. A continuidade administrativa não deve ser interrompida por trocas de gestão, mas isso não pode servir como justificativa para compras exorbitantes ou de caráter duvidoso.
Por outro lado, o problema maior não está apenas na aquisição de materiais, mas na ausência de fiscalização e controle por parte dos órgãos competentes, especialmente a Câmara de Vereadores. Em Jeremoabo, infelizmente, essa omissão é recorrente e já foi evidenciada em diversos episódios, como a demolição do Parque de Exposição, o desaparecimento dos mourões e ripões do mesmo parque e a imoralidade dos pagamentos exorbitantes na aquisição de quentinhas. Esses casos não apenas demonstram negligência, mas também um desrespeito à população que depende de uma gestão pública transparente e eficiente.
A fiscalização e a denúncia de irregularidades deveriam ser tarefas prioritárias dos vereadores, que possuem o dever constitucional de zelar pelo bom uso do dinheiro público. Contudo, em Jeremoabo, a Câmara Municipal tem se mostrado inoperante e conivente com as práticas questionáveis da administração que se encerra. Essa postura omissa ficará marcada como um dos maiores fracassos da atual legislatura, deixando um legado de desordem e falta de credibilidade.
A esperança é que, com a nova gestão, venha também uma renovação de atitudes e uma postura mais ativa por parte dos vereadores. Somente com fiscalização rigorosa e comprometimento com a transparência será possível reconstruir a confiança da população nas instituições públicas de Jeremoabo. A cidade não pode mais tolerar a conivência com irregularidades e a inércia de seus representantes eleitos.