Açude de Canudos: Por que acumular água enquanto os ribeirinhos sofrem?
A realidade vivida pelos ribeirinhos do Açude de Canudos reflete um cenário de descaso e má gestão. Apesar do açude estar acumulando água, as comunidades ao redor enfrentam uma crise hídrica grave, com falta até mesmo para os animais. Isso levanta uma questão urgente: qual é a prioridade do uso dessa água, e por que ela não está sendo utilizada para atender às necessidades básicas dos moradores?
O histórico de negligência: enchentes e prejuízos evitáveis
Os problemas enfrentados pelos ribeirinhos não começaram agora. Durante as enchentes passadas, ficou evidente a incompetência do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), que esperou os prejuízos acontecerem antes de abrir as comportas do açude. Essa inação resultou em perdas irreparáveis para os moradores, que não foram protegidos ou assistidos. Na época, denúncias foram feitas, mas o prefeito de Jeremoabo parecia mais preocupado em manter uma imagem pública descontraída, com eventos e danças, do que em assumir a responsabilidade de defender os interesses da população.
Se Jeremoabo tivesse um gestor comprometido com a governança pública, medidas seriam tomadas para responsabilizar os responsáveis pelas enchentes. O Ministério Público poderia ter sido acionado para investigar o caso e exigir reparações. Infelizmente, o povo ficou desamparado diante da omissão das autoridades.
A crise atual e o papel do gestor municipal
Agora, com a falta de água afetando tanto os ribeirinhos quanto a fauna local, é essencial que o prefeito atual provoque o DNOCS e busque soluções urgentes. Não basta acumular água no açude sem considerar o impacto para quem depende diretamente dele. Cabe ao gestor municipal:
- Exigir planejamento do DNOCS para garantir o uso racional da água acumulada no açude, priorizando o abastecimento das comunidades.
- Buscar parcerias com os governos estadual e federal para implementar sistemas de distribuição de água emergenciais.
- Apoiar os ribeirinhos na defesa de seus direitos, acionando o Ministério Público para fiscalizar a gestão hídrica e evitar que novos episódios de negligência aconteçam.
Esperança na gestão de Tista de Deda
Com a iminente posse de Tista de Deda, surge uma esperança de que Jeremoabo terá um gestor que compreenda as necessidades reais do município e priorize o bem-estar da população. É o momento de abandonar o populismo e focar em uma administração técnica e eficiente, que dê voz às comunidades mais vulneráveis, como os ribeirinhos.
A gestão pública exige seriedade, planejamento e ação. Que o novo prefeito assuma seu papel com responsabilidade e busque soluções para problemas como o do Açude de Canudos. O povo de Jeremoabo não precisa de lideranças que dancem em meio às crises, mas sim de um gestor que atue com compromisso e visão para transformar a realidade do município.