Foto: Rosinei Coutinho/STF/Arquivo
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal)26 de novembro de 2024 | 21:45Plano para prender Moraes foi abortado porque Bolsonaro não teve apoio do Exército, diz PF
A Polícia Federal diz que o plano para prender ou matar o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), em 15 de dezembro de 2022, foi interrompido com os militares já a postos porque o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não teve apoio do Alto Comando do Exército para um golpe de Estado.
O motivo do cancelamento da ação contra o ministro do Supremo era uma incógnita deixada pela PF na operação realizada na última semana contra os militares envolvidos no plano de execução de autoridades.
Segundo a Polícia Federal, seis militares (só dois foram identificados) participaram de um plano para prender ou matar Moraes em 15 de dezembro. Os suspeitos se articulavam por um grupo no Signal, aplicativo de mensagens, usando codinomes de países.
O planejamento começou nove dias antes, com uma reunião entre o tenente-coronel Rafael de Oliveira e o general da reserva Mario Fernandes, no Palácio do Planalto. No dia seguinte, 7 de dezembro, Rafael comprou um celular descartável para operacionalizar o atentado.
As mensagens obtidas pela PF mostram que, a partir das 20h33 de 15 de dezembro, os suspeitos com codinome Gana e Brasil informam estar posicionados. A operação foi cancelada, no entanto, às 20h59.
“Às 20h57min, Áustria escreve: ‘Tô perto da posição. Vai cancelar o jogo?’, possivelmente querendo saber se a ação iria ser cancelada. Dois minutos depois, o número sob o nome ‘teixeiralafaiete230’, apontado como líder da operação, responde: ‘Abortar… Áustria… volta para local de desembarque… estamos aqui’.”
A Polícia Federal vincula o cancelamento do plano de execução de Moraes —já na rua, com militares a postos— à posição do comandante do Exército, general Freire Gomes, contra o golpe de Estado.
“A ação de prisão/execução do Ministro ALEXANDRE DE MORAES foi iniciada no dia 15 de dezembro de 2022, mas foi abortada, quando o então presidente da República JAIR BOLSONARO, não obteve o apoio do General FREIRE GOMES e da maioria do Alto Comando do Exército”, diz a PF no relatório final da investigação.
A posição de Freire Gomes, porém, já era de conhecimento da cúpula do governo Jair Bolsonaro e de militares das Forças Armadas desde o início de dezembro, quando ele negou a Bolsonaro apoio às intenções golpistas.
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