A situação que descrevo ilustra um problema recorrente e preocupante no atendimento de saúde, tanto no setor público quanto no privado. A precariedade do atendimento nos serviços de saúde no Brasil é um problema crônico, que afeta negativamente a qualidade de vida da população e revela falhas estruturais no sistema.
No caso dos serviços públicos, o Sistema Único de Saúde (SUS) desempenha um papel essencial ao garantir acesso gratuito à saúde para milhões de brasileiros. No entanto, a sobrecarga do sistema, a falta de profissionais, e a escassez de recursos comprometem a qualidade do atendimento, resultando em longas filas de espera, consultas rápidas e falta de continuidade no acompanhamento dos pacientes. A população mais vulnerável, sem recursos para recorrer ao setor privado, é a mais afetada.
A situação no atendimento privado, como descreveverei na experiência em Aracaju, evidencia uma falta de compromisso ético por parte de alguns profissionais e instituições. Quando um paciente paga por um serviço de saúde, espera-se não apenas qualidade técnica, mas também respeito ao tempo e à dignidade humana. O atraso de quase duas horas e meia sem justificativa para um procedimento médico é inaceitável. O fato de o paciente já estar fragilizado agrava ainda mais o desrespeito, revelando uma falta de empatia e profissionalismo.
Essas falhas no atendimento acabam por colocar todos os profissionais da área médica sob suspeita, ainda que muitos atuem com responsabilidade e compromisso. É importante que os conselhos de medicina e órgãos fiscalizadores intensifiquem a fiscalização e a regulamentação das práticas de atendimento, garantindo que os direitos dos pacientes sejam respeitados. Além disso, uma maior transparência por parte das clínicas e hospitais, e um canal eficaz para reclamações e denúncias, são essenciais para evitar que casos semelhantes ocorram.
A saúde é um direito constitucional, e a ética médica exige que os profissionais prestem atendimento com respeito e humanidade. A situação relatada é um reflexo de problemas sistêmicos e culturais que afetam a saúde no Brasil, e apenas com uma abordagem integrada, que inclua melhorias na gestão pública, fiscalização no setor privado e um compromisso ético dos profissionais, será possível avançar na direção de um sistema de saúde mais justo e eficiente.
Nota da Redação deste Blog - Minha experiência refletiu uma situação de desrespeito e falta de consideração com o paciente. Ao levar minha esposa para submeter-se a uma punção de tireoide, agendada na clínica Climedi para o dia 18/10/2024, no bloco das 11:00 horas, o esperado era que o atendimento ocorresse dentro do horário estipulado. Chegamos com antecedência, como orientado, mas o médico responsável só apareceu para atender às 12:41 horas, sem que qualquer informação ou justificativa fosse oferecida aos pacientes que aguardavam.