Roberto Nascimento
O eleitor de São Paulo foi massificado pela estratégia do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que associa o candidato do PSOL como radical de esquerda, isso assustou a classe média e até eleitores da periferia.
Nem mesmo a gestão incompetente de Nunes no Apagão Elétrico, ao não retirar em tempo hábil, as árvores caídas nas vias urbanas e culpando exclusivamente a ENEL, deu os resultados esperados por Boulos. Na última semana, o prefeito recuou apenas 4 %, nas pesquisas.
DESCOLADO – Nunes inteligentemente, dispensou o apoio de Bolsonaro, com alta rejeição na capital, o que poderia contaminar o prefeito como um negacionista, reacionário, golpista e anticiência, as marcas do ex-presidente. Nunes preferiu colar no governador privatista e atual queridinho dos poderosos empresários da Avenida Faria Lima.
Aliás, o sucesso nas pesquisas do candidato Nunes, tem sido colocado na conta de Tarcísio, o que tem tornado Jair Bolsonaro uma fera ferida, porque gregos e troianos do poder político e empresarial já “elegeram” o governador como futuro presidente.
Bastou Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, expressar o óbvio, dizendo que Tarcísio é o candidato da direita para 2026, dando como certa a inelegibilidade de Bolsonaro, para abrir um climão entre Bolsonaro e Valdemar.
PLANO B – O ex-presidente ameaçou abandonar o PL e criar um partido para chamar de seu. Costa Neto quase teve um infarto. Tentou botar panos quentes, incluindo o filho Eduardo Bolsonaro como um bom nome para presidente, mas Bolsonaro ficou ainda mais irritado, porque o número um da Direita é ele e o plano B sempre foi Flávio Bolsonaro, o senador.
No campo da esquerda, Boulos foi praticamente abandonado pelo PT e por Lula, que nunca acreditaram na viabilidade do candidato do PSOL. O PT está um pote até aqui de lágrimas com o eleitor paulista, que não crê como antes no sonho das propostas petistas, agora defasadas com os novos desafios de um tempo tecnológico, de IA e do empreendedorismo, tão bem percebido e explorado pel /,o enganador e encantador de serpentes Pablo Marçal.
Neste sábado, Lula ia fazer uma caminhada com Boulos pela capital paulista, mas teve de ser cancelada, por causa da chuva. Seria muito pouco, para alavancar o candidato do PSOL. Lula não entendeu que a derrota de Boulos será também uma derrota dele e de toda a esquerda. É melhor perder, sabendo que tudo foi feito para ganhar, do que fingir que apoia, para não ficar atrelado a um perdedor.
COVARDEMENTE – Nesse ponto, Lula agiu covardemente com Boulos, como Bolsonaro fez com Nunes. Na campanha, Bolsonaro fincou um pé na canoa de Nunes e outro pé na canoa de Marçal, enquanto Lula tirava os dois pés da canoa de Boulos, e agora tenta desesperadamente ajudar na última semana antes do segundo turno, sabendo de antemão que não dá mais.
Em eleição, não se pode recuperar o tempo perdido, se errar a escolha, só é possível corrigir na próxima eleição, mesmo assim, se tiverem humildade para reconhecer os erros e mudar radicalmente de rumos, caso contrário, vão perder novamente e de maneira avassaladora.