Carlos Newton
O repórter Renato Alves, da sucursal do jornal O Tempo em Brasília, informou nesta quarta-feira que um comboio com mais de 100 caminhões estava chegando a Brasília para se juntar às manifestações pedindo uma intervenção militar. “São apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que não aceitam o resultado das urnas, com vitória de Lula da Silva (PT) em 30 de outubro”, assinalou o jornalista.
Até aí morreu Neves, como se dizia antigamente. O mais importante da notícia é o fato de a própria Secretaria de Segurança do Distrito Federal ter anunciado que ia direcionar os veículos para o Setor Militar Urbano, onde há uma semana os manifestantes que pedem intervenção das Forças Armadas estão acampados diante do Quartel General do Exército
NOTÍCIA ESPANTOSA – É inacreditável que isso esteja acontecendo, porque já era difícil acreditar que o comando do Exército tivesse permitido que se formasse um acampamento de militantes políticos diante do Forte Apache, como denominam o Quartel-General.
É também inconcebível que a própria Secretaria de Segurança do Distrito Federal, um órgão desde sempre acostumado com atos de protesto na capital, esteja incentivado que essa caravana de caminhoneiros venha a transformar o QG do Exército num gigantesco estacionamento da baixa política.
O que está acontecendo de novidade nisso tudo? O Exército não tem mais comando? Também virou mais uma esculhambação nacional? O que foi feito da antes valorosa Polícia do Exército?
A CONFUSÃO É TOTAL – O mais estranho de tudo isso é que o comando do Exército, ao invés de expulsar esses manifestantes antidemocráticos, que atuam contra a lei e a ordem, está pedindo que a Polícia Militar, o Detran e o Corpo de Bombeiros contenham os manifestantes que estão quase invadindo o Forte Apache.
Parodiando o “Soneto de Natal” de Machado de Assis, podemos perguntar: Afinal, mudaria o Natal, mudei eu ou foi o Exército que mudou?
O certo é que um Exército que deixa a esculhambação se instalar diante de seu Quartel-General ou é uma corporação comandada por covardes e pusilânimes, ou está propositadamente a serviço da própria esculhambação, que está instalada obedecendo às ordens do próprio presidente da República, que não aceita o resultado das eleições, que acaba de ser confirmado pelas próprias Forças Armadas. É surrealismo total
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P.S. – É justamente por isso que não mais existem “brazilianistas” acompanhando a política brasileira. Nenhum observador oriundo do Primeiro Mundo jamais conseguirá entender a política aqui do lado debaixo do Equador. (C.N.)