Publicado em 27 de setembro de 2022 por Tribuna da Internet
Chico Pinheiro, ex-âncora da Globo, é treinador de Lula
Rafael Moraes Moura
O Globo
“Todos contra um” – é essa a expectativa do time do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o clima no debate de quinta-feira (29) na TV Globo, tido na campanha como uma espécie de “Dia D” para o petista ganhar a eleição no primeiro turno.
E aliados e auxiliares vão prepará-lo para um embate em que Lula deve virar alvo de todos os outros candidatos. O jornalista e ex-âncora da Globo Chico Pinheiro vai ajudar na preparação do ex-presidente, assim como fez antes da entrevista para o Jornal Nacional.
TREINO INTENSIVO – Lula passará dois dias, a quarta-feira e a própria quinta-feira, dia do debate, treinando para responder a perguntas sobre as ditaduras da Venezuela e da Nicarágua, aborto e corrupção.
Os lulistas também estão tentando produzir uma estratégia para evitar que o candidato do PTB, Padre Kelmon, atue como linha auxiliar de Jair Bolsonaro no debate – ou pelo menos impedir que ele seja bem sucedido nesta função, que já ocupou no debate do último sábado exibido no SBT.
Lula não foi ao SBT para não se expor demais. Avaliou, também, que já tinha falado com a audiência do canal ao dar entrevista para o programa do Ratinho, na quinta-feira. Ao debate da Globo, que terá mais audiência e será o último da campanha, Lula não poderá faltar.
EXTERMINAR CIRO – Como está apostando todas as suas fichas em atrair o voto útil dos eleitores de Ciro para conseguir ganhar no primeiro turno, Lula precisa atravessar o debate sem sofrer grandes estragos.
Haverá também um treino específico para que Lula responda melhor aos questionamentos e provocações sobre os esquemas de corrupção do mensalão e do petrolão, que abalaram as gestões petistas no Palácio do Planalto.
Os petista reconhecem que Lula perdeu o duelo com Bolsonaro sobre esse assunto no debate da Band, ao não conseguir dar uma resposta firme quando o presidente da República o pressionou. “Agora ele estará de cabeça erguida”, afirma um integrante do núcleo duro da campanha.
PONTOS FRACOS – Junto com a corrupção, os temas economia, agronegócio e o apoio do PT aos regimes ditatoriais da Venezuela e da Nicarágua são vistos pelos bolsonaristas como temas com potencial de espantar eleitores indecisos.
Em novembro do ano passado, o PT celebrou em nota a vitória de Daniel Ortega em uma eleição marcada por perseguição política de opositores ao ditador e pela ausência de observadores internacionais. Após a enxurrada de críticas nas redes sociais, a legenda de Lula retirou do ar a nota de saudação ao regime.
A expectativa dos petistas é que temas como aborto, família e costumes sejam deixados a cargo do Padre Kelmon, o obscuro candidato do PTB que bombou nas redes e fez “dobradinha” com Bolsonaro no debate do SBT.
Defensor de Bolsonaro, Padre Lelmon é atração na TV
LINHA AUXILIAR – No evento, Kelmon apareceu o tempo todo como linha auxiliar de Bolsonaro provocou a candidata do MDB à Presidência, Simone Tebet, sobre feminismo e a questão do aborto – um dos temas da “pauta do medo” que tem sido usado por Bolsonaro contra Lula no horário eleitoral.
Conforme revelou a coluna, Kelmon é ligado a uma instituição peruana controversa, foi filiado ao PT no passado e ganhou notoriedade nas redes por discurso colérico contra a esquerda.
Ele se diz ortodoxo, mas nunca foi sacerdote das igrejas da comunhão ortodoxa no Brasil.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Ainda bem que a TV Globo resolveu convidar o Padre Kelmon, que é um tremendo 171 e surge nesses debates como uma espécie de personagem cômico. Sua presença na disputa presidencial é uma Piada do Ano, para divertir os telespectadores, porque os programas políticos de debate, com excesso de regras castradoras, são uma tremenda chatice. (C.N.)
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